Divaldo Franco: “A
violência precisa de
educação para
extinguir-se”
O conhecido orador foi
uma das atrações da 7ª
Caminhada
da Paz
realizada na cidade de
Barreiras (BA)
Idealizada há mais de
onze anos, a
Caminhada da Paz,
realizada em Barreiras
pela Comissão Voluntária
pela Segurança e Paz em
Barreiras, está na sua
sétima edição,
arrastando pelas
avenidas mais de 4 mil
pessoas.
Fazendo companhia ao
médium e orador Divaldo
Pereira Franco, eu e
Lucas Milagre saímos de
Salvador em companhia
dele no mesmo voo, no
dia 10 de fevereiro,
atingindo Barreiras
pontualmente às 16
horas.
No aeroporto modesto
estava a postos um grupo
de trabalhadores
espíritas da cidade e de
Vitória da Conquista,
entre os quais as
lideranças de Minervina
Cunha, vinculada à UEB –
União Espírita de
Barreiras, e Antonio
Barreto, diretor da UEVC
– União Espírita de
Vitória da Conquista,
além de amigos e
admiradores da obra
social e espírita de
nosso Divaldo.
Seguimos todos de carro
montanha abaixo para a
cidade e após troca de
camisa e frugal
refeição, refeitos,
rumamos todos para a
Câmara de Vereadores, de
onde sai todos os anos a
Caminhada da Paz,
rumando para a Praça
Castro, ponto central de
Barreiras.
Uma multidão participou
da Caminhada da Paz
Em números redondos,
tínhamos aproximadamente
4 mil pessoas, contando
com suporte da Polícia
Militar na disciplina do
trânsito. Chegamos às 17
horas na Praça Castro
Alves onde um carro de
som servia como palco,
lançando à multidão um
brado pela paz.
Apresentado pelo seu
idealizador, Gil Arêas,
este frisou a luta pela
cidadania e por uma
Barreiras mais pacífica,
frutos que virão após a
união de todos em torno
de um ideal comum. Em
seguida, passou a
palavra para uma
moradora local, que a
todos emocionou no seu
depoimento, quando teve
a vida de uma filha
ceifada de maneira
bárbara e cruel há 22
anos, ainda hoje
carregando a dor da
saudade e o desencanto
pela impunidade do
homicida. Em seguida,
duas jovens estudantes
leram poesias de sua
autoria, todas
enaltecendo a paz como
caminho para uma
sociedade mais justa e
fraterna.
Ato contínuo, falou o
convidado evangélico,
que pediu a todos que
coloquemos Deus no
pensamento e nas ações,
laborando para diminuir
os altos índices de
violência da região.
Logo após, tomou a
palavra o Bispo
Diocesano Dom Josafá,
que clamou por uma
Barreiras menos
agressiva e violenta,
orando para a massa o
Pai Nosso como resposta
dos céus aos clamores
humanos.
Convidado a falar,
Divaldo Franco
referiu-se aos altos
índices de violência no
Brasil, que somente em
2015 ceifou nas ruas
mais de 107 mil
brasileiros, sendo
metade por arma de fogo
e a outra metade no
trânsito caótico de
nossos dias. Disse ele
que a violência precisa
de educação para
extinguir-se, ao tempo
que o coletivo social
somente será harmônico
quando o indivíduo
também se pacificar
interiormente,
demonstrando como a
violência explode de uma
hora para outra, citando
o caso do Estado do
Espírito Santo,
convulsionado por mais
de uma semana em razão
da greve da Polícia
Militar, contabilizando
até então mais de 100
homicídios.
Pediu que cada um seja
melhor marido, melhor
esposa, melhor pai e
mãe, educando seus
instintos e educando
seus maus pendores em
relação a si mesmo e em
relação a terceiros.
Citou Jesus como o
grande pacifista da
História Universal,
jamais tendo reagido à
agressão que sofreu de
seus algozes.
Por final, falou a mãe
de santo, ali
representando uma
expressiva parcela de
adeptos dos cultos afro,
desejando a todos paz e
harmonia para
enfrentamento dos dias
violentos que ora
atravessamos.
Já era quase dezenove
horas quando o ato foi
encerrado pelo seu
idealizador, Gil Arêas,
rumando todos em estado
de júbilo e felicidade
para
casa.
Evento "Você
e a Paz" reuniu
também grande público
A nublada e chuvosa
manhã em Barreiras não
impediu que mais de mil
e duzentas pessoas
buscassem o Espaço
Fortiori para
participarem, no dia 11
de fevereiro, do evento
“Você e a Paz”,
coordenado pelo tribuno
espírita Divaldo Pereira
Franco. Havia caravanas
de várias cidades
vizinhas e mesmo de
grandes distâncias, como
Vitória da Conquista,
situada a mais de 700
quilômetros de
Barreiras.
Saindo cedo da
residência onde nos
encontrávamos
hospedados, rumamos
direto para o amplo
espaço, onde Divaldo foi
calorosamente recebido à
porta por voluntárias de
plantão, ostentando
todas no rosto o sorriso
da felicidade. Depois,
concedeu entrevista para
duas emissoras de rádio
e uma afiliada da Rede
Globo local. Ato
contínuo, seguimos para
o palco onde não houve
formação de mesa,
criando maior
descontração no
ambiente, e após a prece
o médium de Joanna de
Ângelis iniciou a
preleção sobre a paz,
após ser apresentado
pela cerimonial ao
auditório superlotado.
Discorrendo sobre a paz,
narrou sob forte emoção
a história da jovem
armênia que foi feita
prisioneira e violentada
por um cruel general
turco, nos idos de 1916,
quando houve a
vergonhosa guerra entre
turcos e armênios.
Mantida como prisioneira
sexual por seu verdugo,
mais tarde a jovem
conseguiu fugir e fez-se
enfermeira, adotando a
doutrina de Jesus
Cristo, o que suavizou
seu coração das dores
experimentadas. Pelas
tramas do destino
servindo na capital
turca, a jovem foi
indicada dez anos depois
pelo diretor do hospital
em que trabalhava para
cuidar de um enfermo que
apodrecia em vida, sendo
digno de compaixão. Ela
o tomou sob seus
cuidados e seis meses
depois ele recebeu alta,
apresentando ao diretor
do hospital o desejo de
profunda gratidão, pelo
que foi dito a ele que
tivera sua vida salva
graças a uma competente
enfermeira. Ao ficarem
frente a frente, algoz e
vítima do passado se
reconheceram e ela, não
obstante nutrir grande
mágoa, não o matou
quando o teve aos seus
cuidados, afirmando ao
verdugo que a doutrina
de Jesus lhe tinha
ensinado o caminho do
perdão.
Diante de uma plateia em
“staccato”, Divaldo
perguntou a todos que o
ouviam – você perdoaria?
Grande silêncio caiu no
auditório.
Enaltecendo a mensagem
de Jesus como de valiosa
contribuição para a
saúde emocional e
mental, o digno servidor
do bem rematou a
exposição de uma hora
com a prece da gratidão,
que para todos teve
sabor de profunda
emotividade.
Aplaudido de pé
entusiasticamente,
Divaldo reservou após a
exposição concorrida
quase 45 minutos somente
para autógrafos,
tendo-se formado uma
fila imensa que, por
razões de nosso voo, não
pôde ser integralmente
atendida.
Rumamos do elegante
espaço para o aeroporto
de Barreiras e dali
decolamos para a capital
baiana, onde
desembarcamos em júbilo
e intensa alegria por
volta das 13 horas. Essa
é mais uma página que
deixa em todos nós
imensa saudade e
profundas recordações.
Nota do Autor:
As fotos desta
reportagem são de
autoria de Lucas
Milagre.
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