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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 507 - 12 de Março de 2017

HÉLIO PARRON FERRARA
parron1963@uol.com.br
Itaguajé, PR (Brasil)

 


O menor abandonado


A época atual em que vivemos, que, aliás, caminha incontinenti para o caos social, devido à insensatez humana que abdicou dos princípios naturais da vida, adotando hábitos insanos e abomináveis, está nos legando grandes e dolorosos contrastes sociais. 

Um deles é o caso do menor abandonado. Na maioria das vezes, são filhos de mães solteiras e pais “ignorados”. Eles se multiplicam assustadoramente. São milhares de inocentes desamparados, maltratados, marginalizados, à mercê do destino atroz, vítimas de um sistema assaz hediondo. 

São seres humanos também, são nossos semelhantes, nossos irmãos. Infelizes, porque tiveram a fatalidade em seu caminho, eles sofrem os horrores do abandono, a incompreensão da sociedade acomodada e alheia à tragédia desses pobres desventurados. 

Os maus-tratos e a fome lhes enfraquece o corpo, que cresce doente e condenado a uma vida efêmera, a uma morte prematura. A ausência de calor humano, a falta de carinho e amor lhes enfraquece a alma transformando-os em pessoas complexadas, psicologicamente desajustadas, que faz com que a sociedade os condene, taxando-os de monstrinhos indesejáveis, quando na verdade são apenas seres que desconhecem o amor e o carinho. Jamais sentiram a emoção do abraço de um pai, do beijo suave de uma mãe, do doce aconchego de um lar.  

Quão monstruosa não será a dor que lhes aflige a alma. Quão amargas não serão as lágrimas que certamente brotam abundantes de seus olhos tristes, ao constatarem que, devido a insensatez de seus genitores, aliada a ausência de uma estrutura de apoio para eles, lhes foi vetado o direito de levarem uma vida digna, uma vida humana; condenando-os assim a uma existência vegetativa. 

Todos nós somos responsáveis, todos nós contribuímos para a degradação deles, porque não nos preocupamos, porque ficamos alheios ao cruel drama a que são obrigados a enfrentar, ora nas desestruturadas fundações de apoio ao menor, que aliás acentua ainda mais o problema, ora nas ruas das cidades, nas favelas, nos esgotos.  

Eles também têm coração que bate forte à procura de amor, eles também têm alma, têm sentimentos, desejos, sonhos... e sobretudo esperança... 




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita