HÉLIO PARRON
FERRARA
parron1963@uol.com.br
Itaguajé, PR
(Brasil)
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O menor abandonado
A época
atual em que
vivemos, que,
aliás, caminha
incontinenti
para o caos
social, devido à
insensatez
humana que
abdicou dos
princípios
naturais da
vida, adotando
hábitos insanos
e abomináveis,
está nos legando
grandes e
dolorosos
contrastes
sociais.
Um deles é o
caso do menor
abandonado. Na
maioria das
vezes, são
filhos de mães
solteiras e pais
“ignorados”.
Eles se
multiplicam
assustadoramente.
São milhares de
inocentes
desamparados,
maltratados,
marginalizados,
à mercê do
destino atroz,
vítimas de um
sistema assaz
hediondo.
São seres
humanos também,
são nossos
semelhantes,
nossos irmãos.
Infelizes,
porque tiveram a
fatalidade em
seu caminho,
eles sofrem os
horrores do
abandono, a
incompreensão da
sociedade
acomodada e
alheia à
tragédia desses
pobres
desventurados.
Os maus-tratos e
a fome lhes
enfraquece o
corpo, que
cresce doente e
condenado a uma
vida efêmera, a
uma morte
prematura. A
ausência de
calor humano, a
falta de carinho
e amor lhes
enfraquece a
alma
transformando-os
em pessoas
complexadas,
psicologicamente
desajustadas,
que faz com que
a sociedade os
condene,
taxando-os de
monstrinhos
indesejáveis,
quando na
verdade são
apenas seres que
desconhecem o
amor e o
carinho. Jamais
sentiram a
emoção do abraço
de um pai, do
beijo suave de
uma mãe, do doce
aconchego de um
lar.
Quão monstruosa
não será a dor
que lhes aflige
a alma. Quão
amargas não
serão as
lágrimas que
certamente
brotam
abundantes de
seus olhos
tristes, ao
constatarem que,
devido a
insensatez de
seus genitores,
aliada a
ausência de uma
estrutura de
apoio para eles,
lhes foi vetado
o direito de
levarem uma vida
digna, uma vida
humana;
condenando-os
assim a uma
existência
vegetativa.
Todos nós somos
responsáveis,
todos nós
contribuímos
para a
degradação
deles, porque
não nos
preocupamos,
porque ficamos
alheios ao cruel
drama a que são
obrigados a
enfrentar, ora
nas
desestruturadas
fundações de
apoio ao menor,
que aliás
acentua ainda
mais o problema,
ora nas ruas das
cidades, nas
favelas, nos
esgotos.
Eles também têm
coração que bate
forte à procura
de amor, eles
também têm alma,
têm sentimentos,
desejos,
sonhos... e
sobretudo
esperança...