Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 28)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. A dor e o
sofrimento são
chamados a
exercer algum
papel no
processo de
reajustamento
moral das
pessoas que se
perdem sob as
malhas dos
vícios sexuais e
de outros que os
acompanham, como
o alcoolismo, o
tabagismo e a
dependência
química?
Sim. Ante a situação deplorável em que
muitos estorcegam nas malhas dos vícios
referidos, a Lei os chamará ao sofrimento,
para que despertem para a realidade, para o
significado da existência terrena, para os
objetivos que têm pela frente, utilizando-se
do corpo, do sexo, mas não vivendo apenas e
exclusivamente deles ou para eles. A dor, a
grande missionária silenciosa e
dignificadora, lentamente trabalhará o ser
humano, admoestando-o, esclarecendo-o e
conduzindo-o à estrada reta, na qual se
utilizará dos tesouros que se encontram em
toda parte para a autoiluminação e o
crescimento na direção de Deus. (Sexo
e Obsessão, capítulo 15: Sexo e obsessão.)
B. O marquês de Sade cumpriu o acordo
firmado com o Benfeitor e compareceu ao
encontro com Rosa Keller?
Sim. Parecendo antigo paxá, que se fazia
acompanhar de escravos, que ostentavam
imensos leques de plumas imundas,
acolitando-o, o marquês chegou à
Instituição, onde ocorreria o encontro, e
encaminhou-se à porta de acesso, onde foi
recebido pelo Instrutor. Os vigilantes da
Instituição abriram alas para que passassem
o convidado e parte da sua comitiva,
adentrando o salão de conferências onde
foram acomodados. (Sexo
e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)
C. O marquês sentiu-se à vontade quando
adentrou o recinto da reunião programada?
Mais ou menos. À medida que ele se adentrava
pela intimidade do recinto, foram
desaparecendo-lhe a arrogância e a
autossuficiência, estampando-se no rosto,
agora contraído, o enfado, o desagrado, um
quase arrependimento por haver aceito o
desafio. (Sexo
e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)
Texto para leitura
137. A
dor e seu papel na correção de rumos –
Concluindo seus esclarecimentos acerca do
tema, o amorável Bezerra de Menezes
asseverou: "Ante a situação deplorável em
que muitos estorcegam nas apertadas malhas
dos vícios sexuais e daqueloutros que os
acompanham, tais o alcoolismo, o tabagismo,
a toxicodependência, a banalização dos
valores éticos e da vida, a Lei de
destruição, conforme assevera Allan Kardec,
em O
Livro dos Espíritos,exercerá a sua
função, destruindo para renovar, isto é,
chamando ao sofrimento e aos desastres
coletivos, às aflições chocantes, às lutas
ensandecidas, aos trágicos acontecimentos,
para que, por fim, os Espíritos rebeldes
despertem para a realidade, para o
significado da existência terrena, para os
objetivos que têm pela frente, utilizando-se
do corpo, do sexo, mas não vivendo apenas e
exclusivamente deles ou para eles. Esse
abuso resultante da utilização descabida
responde pela loucura generalizada que a
Vida se encarregará de eliminar. A dor, a
grande missionária silenciosa e
dignificadora, lentamente trabalhará o ser
humano, admoestando-o, esclarecendo-o e
conduzindo-o à estrada reta, na qual se
utilizará dos tesouros que se encontram em
toda parte para a autoiluminação e o
crescimento na direção de Deus. Nesse
comenos, as suas funções genésicas serão
transformadas em fontes de energia
construtiva e trabalharão as imagens
superiores que serão criadas pela mente e
pelos desejos elevados, a fim de que se
tornem também cocriadoras do belo, do útil,
do nobre e do feliz. Até esse momento,
passarão muitos séculos de dor e de prova,
nos quais o ser humano, por livre opção,
ainda preferirá as obsessões calamitosas e
as paixões dissolventes à sintonia com a
Divindade e à intuição libertadora do
primarismo que, por enquanto,
caracteriza-o”. Exortando em seguida a
proteção do Sublime Criador, a fim de que os
nossos tormentos sejam superados com amor e
sublimados, abrindo espaços nobres para as
vivências do sentimento aureolado de
bênçãos, o benfeitor silenciou. (Sexo
e Obsessão, capítulo 15: Sexo e obsessão.)
138. A
hora do encontro se aproxima –
Automaticamente Philomeno e seus
companheiros deram-se conta de que o momento
esperado acercava-se. A psicosfera reinante
era enriquecedora, dando-lhes vitalidade e
confiança, ante a certeza de que os Céus
sempre nos propiciam, no ministério do amor,
todos os recursos imprescindíveis aos
resultados felizes. Companheiros
responsáveis pela sala de reuniões especiais
começaram a prepará-la para o evento,
movimentando singulares aparelhos que foram
colocados em diferentes lugares, como que
para oportuna utilização, de modo a serem
evitados quaisquer prejuízos em relação ao
cometimento significativo. Os Espíritos que
não se encontravam comprometidos com o
programa afastaram-se discretamente, após as
despedidas gentis, e em breves momentos
encontravam-se no recinto apenas os que
constituíam a caravana inicial: o venerando
Dr. Bezerra de Menezes, madre Clara de Jesus
e mais dois assessores, que trouxeram até o
local D. Martina, o padre Mauro, o médium
Ricardo, ambos em desdobramento espiritual e
uma Entidade assinalada pelo horror, com
terríveis deformações perispirituais, que
foi recolhida a um leito especial. Philomeno
logo percebeu que se tratava do Espírito
Rosa Keller, em profundo estado de
hibernação, ressonando de forma dolorosa,
geradora de constrangimento e de compaixão.
Enfermeiros e padioleiros espirituais
postaram-se juntos à parede do recinto,
formando um grupo de apoio preparado para os
socorros específicos que se fizessem
necessários. Logo depois, do teto desceu um
aparelho reluzente, no qual se encontrava
uma lâmpada de amplas proporções que
irradiava suave claridade bem diferente
daquela que Philomeno conhecia. O Benfeitor
explicou tratar-se de um equipamento de
energia especial, que seria utilizado caso a
rebeldia do marquês e de alguns dos seus
asseclas, que seriam recebidos, apresentasse
algum perigo em relação aos aguardados
resultados superiores do empreendimento em
pauta. Viu-se que o referido aparelho era
acionado por uma espécie de controle remoto
mental e sua exteriorização luminosa
obedecia ao mesmo recurso. (Sexo
e Obsessão, capítulo 15: Sexo e obsessão.)
139. O
marquês de Sade presente no recinto –
Após emocionante prece feita pela madre
Clara, um dos vigilantes da Instituição lhe
trouxe valiosa informação. A veneranda
Entidade comunicou ao irmão Anacleto que os
convidados acercavam-se do local. O grupo
escutou, então, sons de fanfarras
estridentes e vozerio agitado, misturado a
tropel singular. Atendendo a invitação
mental do Benfeitor, Philomeno acompanhou-o
à porta de entrada e foi tomado por peculiar
surpresa ante o espetáculo que defrontou.
Estranho cortejo, imitando bizarro desfile
de carnaval, acompanhava o marquês de Sade,
postado em um carro alegórico de confecção
igualmente vulgar, puxado por animais que
faziam recordar figuras mitológicas do
panteão greco-romano. Tochas inflamadas de
tonalidade amarelo-avermelhada iluminavam a
madrugada escura, enquanto fumo de odor
desagradável empestava o ar. Os áulicos do
antigo nobre retorciam-se em dança
asquerosa, enquanto os Espíritos frívolos,
que faziam parte da comitiva, aplaudiam-no
estentoricamente. Outros, que se compraziam
na vadiagem, e que foram atraídos pela
exótica exibição, formavam verdadeira
multidão de pândegos, que gargalhavam e
desfrutavam da vulgaridade como se houvessem
encontrado novo espetáculo para o prazer
doentio. Parecendo antigo paxá, que se fazia
acompanhar de escravos, que ostentavam
imensos leques de plumas imundas,
acolitando-o, o marquês desceu do carro
horrendo, assumindo a postura de
personalidade de alto coturno, ao mesmo
tempo ridícula, e encaminhou-se à porta de
acesso, onde foi recebido pelo abnegado
Instrutor. Os vigilantes da Instituição
abriram alas para que passassem o convidado
e parte da sua comitiva, adentrando o salão
de conferências onde foram acomodados, pelo
menos aqueles que pareciam ser os mais
representativos do grupo. (Sexo
e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)
140. A
psicosfera no recinto se altera –
A psicosfera dantes reinante, suave e
carregada de vibrações de dulçurosa paz,
foi-se alterando sensivelmente ante o
exsudar das energias pestíferas de que se
faziam portadores os recém-chegados,
tornando-se mais pesada. Simultaneamente,
não acostumados a esse clima psíquico
renovador, alguns deles demonstravam
mal-estar, dificuldade respiratória e
inquietação, decorrentes dos fluidos
absorvidos, que lhes funcionavam como
recurso terapêutico desintoxicante dos
vapores venenosos a que se adaptaram.
Tornou-se visível o desagrado que se
estampava naquelas faces congestionadas e
assinaladas pelo desespero mal disfarçado da
imensa angústia que os vitimava. O marquês
de Sade foi recebido com gentileza e
humanidade, mas sem qualquer distinção de
que se acreditava merecedor, sendo tratado
com respeito fraternal. Enquanto parte da
massa era acomodada na sala de expressiva
proporção, o marquês e mais alguns poucos
sequazes foram conduzidos ao setor de
atividades mediúnicas, reservado para
labores especiais naquela esfera de ação. À
medida que ele se adentrava pela intimidade
do recinto, foram desaparecendo-lhe a
arrogância e a autossuficiência,
estampando-se no rosto, agora contraído, o
enfado, o desagrado, um quase arrependimento
por haver aceito o desafio. Sem preâmbulos
de apresentações desnecessárias, o convidado
sentou-se em lugar que lhe foi indicado e os
seus áulicos permaneceram a regular
distância, não escondendo a curiosidade que
bailava nas suas faces. (Sexo
e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) (Continua
no próximo número.)