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Joias da poesia contemporânea
Ano 10 - N° 507 - 12 de Março de 2017

 
 

 

O monstro

Antero de Quental

 

Vi um monstro pairando sobre a Terra,

Como um corvo de garras infinitas,

Cobrindo multidões tristes e aflitas:

Visão de luto e lágrimas que aterra!

 

Vi-o de vale em vale, serra em serra,

E disse: - “Quem és tu que abre e excitas

Os pavores e as cóleras malditas?”

E o monstro respondeu: - “Eu sou a guerra!

 

Não há forças no mundo que me domem,

Sou o retrato fiel do próprio homem,

Que destrói, luta e mata e vocifera!

 

Venho das trevas densas da voragem,

Dos abismos de dor e de carnagem

Para mostrar ao homem que ele é fera!”
 

 

Do livro Lira Imortal, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Candido Xavier.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita