Pecado e sexo, eis alguns
dos temas abordados em uma
entrevista de que
participaram vários
jornalistas do jornal
Estado de Minas. As
perguntas versaram sobre os
mais diferentes assuntos e
Chico Xavier, durante uma
hora, respondeu calma e
objetivamente a todas elas.
Eis uma pequena amostra do
que ali ocorreu:
- Os espíritas raramente
dizem a palavra pecado. Este
não existe para a doutrina?
Por exemplo, o sexo não
seria um pecado?
"Quanto ao pecado, nós temos
na Doutrina Espírita a lei
de causa e efeito, que é a
lei, como dizem os hindus, a
lei do carma. Lei essa pela
qual as nossas faltas serão
reparadas por nós mesmos.
Nós criamos os nossos
próprios impedimentos. Por
exemplo, se eu pratico o
suicídio nesta vida,
naturalmente que na próxima
eu devo ressurgir num corpo
com as características de
sofrimento que eu próprio
terei criado para mim. De
modo que nós não vamos dizer
que não existe o conceito de
pecado na Doutrina Espírita,
mas os espíritas
habitualmente não abusam
desta palavra porque nós não
podemos desconhecer a
misericórdia de Deus em sua
própria justiça. Se estamos
ainda em uma fase de
desenvolvimento e de
evolução ainda razoavelmente
imperfeita, por que é que a
perfeição divina haveria de
nos punir com castigos
eternos, quando um pai
humano promove sempre meios
para que o seu filho doente
ou faltoso seja amparado com
o remédio ou com o socorro
psicológico? De modo que nós
não consideramos o pecado
como sendo uma afronta à
bondade de Deus mas, sim, a
falta que cometermos, uma
afronta feita a nós mesmo,
pois cada um de nós carrega
em si a presença Divina."
- E quanto ao sexo?
"Quanto ao sexo, nós todos
estamos conscientes de que é
tão importante um órgão
genésico como é importante o
órgão da visão, da audição.
Por exemplo, se um homem
estabelece um processo de
malícia contra alguém,
naturalmente que o culpado
não é o olho desse homem,
mas sim a sua mente que foi
quem ideou a malícia. De
modo que se o sexo tem
alguma falha, esta falha
está em nossa mente, mas não
no órgão que nos deu
especialmente o privilégio
do título de filhos, filhos
de mães sempre maravilhosas,
porque nossas mães são
sempre almas grandes, anjos
humanos que nos acalentam
nos braços e que nos abrem
caminhos para a existência
humana. E, pelo sexo, é que
a Divina Providência nos deu
esse santuário."
Do livro Entender
Conversando, de Chico
Xavier e Emmanuel.
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