ANSELMO FERREIRA
VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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Líderes
narcisistas e a
sua influência
Com muita
propriedade,
lembra o
Espírito
Emmanuel na obra
Caminho,
Verdade e Vida
(psicografia
de Francisco
Cândido Xavier)
que não apenas
as criaturas
sofrem a
obsessão de
Espíritos
perversos, mas,
igualmente ou
ainda mais, os
agrupamentos e
as instituições
humanas. De
fato, certas
obsessões
coletivas são
claramente
perceptíveis no
mundo hodierno.
Algumas chegam a
desafiar a
lógica e o
pensamento
racional. Já nos
referimos
anteriormente às
obsessões
produzidas pelos
vícios
tecnológicos.
Essas, cada vez
mais
pronunciadas,
têm manietado
milhões de
humanos no mundo
inteiro às telas
de smartphones,
tablets,
videogames e PCs
numa frequência
e intensidade
anormais. Tais
devices
tornaram-se
praticamente
extensões do
corpo humano.
Por conseguinte,
os seus efeitos
deletérios têm
sido
proficientemente
identificados
por cientistas,
médicos,
psicólogos e
terapeutas.
Todavia, existem
outras obsessões
coletivas menos
visíveis. Estas
exigem muito
esforço do
observador para
detectá-las,
pois não são
claramente
explicitadas
pelo menos até o
momento em que
determinadas
forças sociais
eclodem. No
geral, elas são
mais sutis,
embora não menos
destrutivas.
Elas nascem e se
proliferam em
meio aos valores
e ideias comuns
cultivadas por
uma considerável
parcela de
indivíduos.
Às vezes,
abarcam até uma
nação tal o seu
poder de
penetração. O
advento do
nazismo, por
exemplo, tem
forte ligação
com o que
queremos aludir.
Uma boa parte da
população se
sentia algo
alijada e
incomodada até
que surgiu um
líder
carismático (e
também
narcisista)
capaz de
aglutinar todos
os descontentes
com o seu
discurso
explosivo.
De modo geral,
os dicionários
tendem a
descrever o
indivíduo
narcisista como
alguém
extremamente
apegado à
própria imagem,
assim como
focado em si
mesmo. Dito de
outra forma,
pessoas
narcisistas não
se importam
muito com o que
os outros pensam
ou sentem. O que
efetivamente
vale para elas
são os seus
desejos
pessoais. Por
força das
circunstâncias,
elas conseguem
elevada
projeção, pois
não raro
apresentam
grande
capacidade de
articulação e
arregimentação.
São normalmente
populistas,
astutos e, como
tal, sabem
convencer com
extrema
competência os
mais incautos.
Sabem manipular
com destreza
temas candentes.
Tais líderes
estão ocupando
presentemente
postos de
comando em
importantes
nações do
planeta, assim
como
organizações
humanas.
Precisamos, por
isso, nos
precatar contra
a sua influência
maléfica e
destrutiva. Eles
são muito
sedutores e
conseguem com
grande
habilidade
distorcer fatos
e acontecimentos
para atingir os
seus propósitos
inconfessáveis.
Na essência,
contudo, não
passam de almas
infantilizadas
já que brincam
com coisas muito
sérias.
No universo
político,
indivíduos com
tal perfil
abundam. Eles
certamente
vieram para
confundir e
iludir as
criaturas mais
ingênuas. As
suas propostas
nacionalistas,
xenófobas,
eivadas de
intolerância e
malícia, não
visam nada mais
do que criar o
caos planetário.
Com toda
certeza, eles
não servem a
Deus. O seu
ideário é
constituído de
pensamentos
necrosados. Por
isso, devemos
lembrar dos
sábios
ensinamentos de
Jesus como, por
exemplo: “[...]
O reino dos céus
é semelhante a
uma rede lançada
ao mar, e que
apanha toda
qualidade de
peixes”
(Mateus, 13:
47). O sublime
rabi da Galileia
deixa entrever
nessa passagem
evangélica que o
respeito às
diferenças e
singularidades
estão presentes
em toda a obra
divina.
Desse modo, não
há sentido em
fomentar a
cizânia e o
preconceito,
especialmente em
sociedades
claramente
identificadas
com os ideais
cristãos. É fato
que nem tudo
pode nos agradar
na atualidade,
mas devemos
exercitar a
tolerância e o
respeito.
Ademais, todos
têm o direito de
buscar uma vida
melhor
independentemente
das suas
particularidades
e crenças.