A. Nesta
obra há
registros de
mensagens de
vivos
transmitidas
com o
auxílio de
Espíritos
desencarnados?
Sim. Tais
mensagens
dividem-se,
segundo
Bozzano, em
dois grupos.
No primeiro
quem se
manifesta é
a
personalidade
de um vivo,
com a
diferença de
que o guia
espiritual
do médium
afirma que a
manifestação
se produziu
por seu
intermédio.
No segundo
grupo, as
comunicações
mediúnicas
da espécie
em questão
produzem-se
por
intermédio
único do
guia
espiritual,
que se
encarrega de
receber a
mensagem do
vivo e de
transmiti-la
a outra
pessoa
afastada.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
B. Como
explicar
tais formas
de
comunicação?
Para
responder a
isso,
Bozzano
reproduz o
relato feito
pelo Prof.
Oliver Lodge,
segundo o
qual o grupo
familiar de
experimentadores
de
Birmingham
pediu à
personalidade
mediúnica
“Raymond”
para
transmitir a
palavra
“Honolulu” a
outro grupo
de
experimentadores
em Londres,
e a palavra
foi
transmitida.
A suposição
é que, em
tal caso, o
Espírito
“Raymond”
tenha
efetivamente
transmitido
como
intermediário
a mensagem
que lhe foi
confiada.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
C. É verdade
que o
Espírito
“Raymond”
fornecera
provas
suficientes
em favor de
sua
identificação
pessoal?
Sim. Aliás,
o fato
descrito na
questão
anterior
integra uma
série de
experiências
em que as
manifestações
da entidade
espiritual
“Raymond”
constituíam
o fim e a
razão de ser
das próprias
experiências.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
Texto para
leitura
269. Caso
26 – Trata-se
de um caso
muito
conhecido
porque
citado com
frequência.
O Dr.
Liebault, de
Nancy,
escreveu a
Myers:
Apresso-me
em
comunicar-lhe
por escrito
o seguinte
caso de
transmissão
de
pensamento.
O fato se
deu com uma
família
francesa,
residente em
Nova Orleans,
vinda de
Nancy para
uma
liquidação
de negócios.
Conheci a
referida
família por
haver
tratado pelo
hipnotismo a
Srta. D.,
sobrinha do
Sr. M. G.,
chefe da
família em
questão.
Padecia de
uma leve
anemia com
tosse
nervosa
contraída em
Coblença num
colégio do
qual era
professora.
Facilmente a
pus em
estado
sonambúlico
e ficou boa,
e tal
facilidade
nos fez
supor que
provavelmente
tinha
faculdades
mediúnicas
(a Sra. G.
já as
possuía),
pelo que
tratou de
exercitá-la
na escrita
automática,
esperando
poder
comunicar-se
com os
“espíritos”
e em menos
de dois
meses se
revelou uma
boa médium
escrevente.
Eu mesmo a
vi traçar
rapidamente
páginas
inteiras de
escrita
automática –
que tinha
por
comunicações
– em forma
impecável,
quando
simultaneamente
falava com
os
presentes.
Particularidade
curiosa:
ignorava
tudo o que
sua mão
escrevia, do
que deduzia
que algum
espírito a
movia.
Certo dia, 7
de fevereiro
de 1868,
pelas 8 da
manhã, no
momento de
sentar-se à
mesa para
uma refeição
ligeira,
experimentou
um impulso
irresistível
de escrever
automaticamente.
Tomou o seu
caderno e
febrilmente
rabiscou uns
traços
indecifráveis
e, quando
acabou a
agitação do
seu espírito
pôde-se ler
que uma
certa
Margarida
lhe
anunciava
sua morte.
Era uma sua
amiga também
professora e
companheira
de pensão em
Coblença e,
naturalmente,
todos
acreditaram
que a moça
havia
morrido.
A Srta. B.
escreveu no
mesmo dia a
outra amiga
inglesa,
instrutora
do mesmo
colégio, sem
revelar o
motivo por
que o fazia
e alegando
um pretexto
qualquer.
Pela volta
do correio
chegou a
resposta na
qual aquela
declarava
sua surpresa
de receber
uma carta
sem motivo
aparente
mas, ao
mesmo tempo,
anunciava a
morte de sua
amiga comum,
Margarida,
ocorrida às
8 horas da
manhã do dia
7 de
fevereiro.
No interesse
da Ciência,
lamento não
haver
pensado em
ir junto com
a família G.
ao telégrafo
para
convencer-me
de que se
havia
recebido na
referida
manhã um
telegrama de
Coblença,
mas a
honorabilidade
de tal
família
estava acima
de qualquer
suspeita.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo E)
270. Myers
diz que,
ainda
prescindindo
da
impossibilidade
de que uma
família
inteira
conspirasse
para enganar
um amigo, a
natureza da
resposta
recebida de
Coblença
demonstra
que quem
escrevia
sabia que
não se havia
enviado
telegrama
algum. Do
ponto de
vista da
manifestação
em si, cabe
fazer notar
que a moça
enferma se
extinguira
“pelas 8 da
manhã” e que
em tal hora
se
manifestava
mediunicamente
à amiga
distante, ou
seja, que a
manifestação
pôde se
produzir
tanto um
minuto
antes, como
depois da
morte, ainda
que seja
mais
provável
esta última
hipótese, já
que a
comunicante
participa a
sua morte.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo E)
271. O Dr.
Liebault
classifica o
caso como
“transmissão
do
pensamento”,
pois na
época em que
escrevia não
havia ainda
nascido a
palavra
“telepatia”,
porém ambas
as
definições
se
equivalem.
Não se
esqueça,
porém, que
neste caso a
telepatia se
exerce
mediunicamente,
o que a
diversifica
da forma
sensorial e
a aproxima
das
manifestações
telepáticas
dos mortos.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo E)
272.
Ademais,
como nos
casos
examinados
neste
subgrupo
se trata de
vivos no
leito de
morte,
evidente é
que a
telepatia
entre vivos
com
modalidade
mediúnica
aparece como
o último
grau de uma
ampla série
de
manifestações
anímicas
pelas quais
se chega ao
limiar da
grande
fronteira,
mas além da
qual não
podem
existir mais
que
manifestações
telepáticas
de mortos,
demonstrando-se
com isto que
não existe
solução de
continuidade
entre as
modalidades
com que se
produzem as
comunicações
entre vivos
e mortos. Em
outras
palavras:
uma vez mais
temos de
reconhecer
que o
Animismo
prova o
Espiritismo.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo E)
273.
Mensagens transmitidas com auxílio de
entidade
espiritual
–
As
mensagens de
que aqui
tratamos
dividem-se
em dois
grupos
distintos:
No primeiro
quem se
manifesta é
ainda a
personalidade
de um vivo,
com a
diferença de
que o
“espírito-guia”
do médium
afirma que a
manifestação
se produz
por seu
intermédio,
no sentido
de que ele
se prestaria
a ajudar a
personalidade
espiritual
do vivo a
fim de pô-la
em condições
de atingir o
seu
objetivo. No
segundo
grupo, ao
contrário,
as
comunicações
mediúnicas
da espécie
em questão
produzir-se-iam
por
intermédio
único do
“espírito-guia”,
o qual se
encarregaria
de receber a
mensagem do
vivo e de
transmiti-la
a outra
pessoa
afastada,
sem
intervenção
do próprio
vivo. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
274. O
primeiro dos
grupos
indicados
não
apresentaria
por si mesmo
valor
teórico
apreciável,
podendo-se
com razão
objetar que
a afirmação
inverificável
do
“espírito-guia”
a respeito
de um
hipotético
auxílio por
ele prestado
ao vivo que
se manifesta
mediunicamente
não é mais
do que uma
fantasia
onírico-subconsciente
do médium.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
275. Tal
objeção
bastaria
para tirar
todo o valor
teórico ao
grupo de
manifestações
em questão,
se não
existissem
as
manifestações
do segundo
grupo,
diante das
quais a
mesma
objeção é
muito menos
legítima. A
eficácia
teórica,
portanto,
não pequena,
das
manifestações
do segundo
grupo
reflete-se
favoravelmente
sobre as do
primeiro,
levando-se
em
consideração
que se umas
têm
fundamento,
também as
outras
parecem
prováveis.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
276. Não se
diz, porém,
que a origem
espírita das
manifestações
pertencentes
ao segundo
grupo possa
ser
considerada
solidamente
demonstrada.
Com todo o
rigor, tal
não é
possível. De
qualquer
forma, não
há falta de
provas
indiretas em
favor da
interpretação
espírita,
provas que
assumem
forma de
argumentações
indutivas de
grande
eficiência
demonstrativa,
pois que,
sem elas,
muito
dificilmente
se poderia
algumas
vezes dar a
razão de ser
dos fatos.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
277. O Prof.
Oliver Lodge
diz, a
respeito do
grupo de
manifestações,
o seguinte,
que
transcrevo
do
Journal of
the S. P. R.:
Como
explicar
tais formas
de
transmissão
mental de
uma pessoa a
outra?
Tomemos o
episódio da
palavra
“Honolulu”
por mim
citado no
livro
“Raymond”. O
grupo
familiar de
experimentadores
de
Birmingham
pediu à
personalidade
mediúnica
“Raymond”
para
transmitir a
palavra
“Honolulu” a
outro grupo
de
experimentadores
em Londres,
e a palavra
foi
transmitida.
Ora, o caso
pode
explicar-se
considerando-o
uma
experiência
telepática,
mas a
circunstância
que não se
deve
esquecer,
pois que
constitui o
lado
dramático da
interpretação
é esta: o
encargo de
transmitir a
mensagem foi
dado a
“Raymond”,
que se
achava em
relações com
os dois
grupos de
experimentadores.
E, assim
sendo, não
se pode
deixar de
reconhecer
que se o
episódio se
pode
explicar
telepaticamente,
pode-se
interpretar
ainda
melhor,
pressupondo
que o
espírito
“Raymond”
tenha
efetivamente
transmitido
como
intermediário
a mensagem
que lhe foi
confiada.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
278. Assim
escreveu o
Prof. Lodge,
e esta
última
interpretação
dos fatos
parece mais
legítima do
que a outra
porque nesta
se leva em
devida conta
a
circunstância
fundamental
que confere
valor ao
ciclo
inteiro das
experiências
em apreço,
isto é, que
as
manifestações
da entidade
espiritual
“Raymond”
constituem o
fim e a
razão de ser
das próprias
experiências
e, como a
mesma
entidade já
havia
fornecido
provas bem
notáveis em
favor da sua
identificação
pessoal,
segue-se
que, querer
separar o
episódio
exposto do
complexo
orgânico dos
outros
episódios,
explicando-o
de forma
diversa,
seria um
procedimento
arbitrário e
anticientífico.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
279. A
título de
exemplo
fornecerei
apenas três
episódios
relativos ao
primeiro
grupo das
manifestações
em exame.
Ademais, os
leitores
terão
observado
que nos
casos
anteriormente
citados se
encontram
vários em
que se faz
alusão ao
presumido
auxílio
espírita
implícito
nos
episódios de
comunicações
mediúnicas
de vivos,
presunção
que não
levei em
conta porque
de natureza
demasiado
vaga. Nos
três
exemplos que
se seguem,
tal
presunção,
ao
contrário,
parece
justificada,
conquanto
não o seja
ainda
suficientemente
sem o
auxílio
eficaz dos
episódios
afins,
pertencentes
ao segundo
dos grupos
examinados.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
280. Caso
27 – Tiro-o
do livro da
Sra. Hester
Travers-Smith,
Voices
from the
Void
(págs.
48/50). Como
já tivemos
ensejo de
observar
(Caso 1)
essa senhora
possui
notabilíssimas
faculdades
mediúnicas,
embora sejam
limitadas ao
sistema de
comunicações
obtidas com
o aparelho
mediúnico
chamado
Oui-já
(quadro com
o alfabeto
munido de um
ponteiro que
indica as
letras) e
fez muitas
experiências
com o Prof.
William
Barrett, o
qual, por
seu
intermédio,
obteve
algumas
provas
admiráveis
de
identificação
espírita,
que cita em
sua obra
On the
Threshold of
the Unseen.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
281.
Escreveu
ela:
Certa
personalidade
mediúnica,
que ainda
não conheço
intimamente
porque se
manifesta há
poucos
meses,
assina o
nome de “Shamar”.
Diz ser de
raça indiana
e se afirma
meu
“espírito-guia”.
Preside e
dirige quase
todas as
minhas
sessões,
dedica-se a
desenvolver
e a
aperfeiçoar
a minha
mediunidade,
tendo
cuidado,
acima de
tudo, de
trazer às
sessões,
para se
comunicarem,
espíritos
que se
demonstram
sempre
escrupulosamente
verdadeiros.
Tal entidade
me informa
que agora se
interessa de
modo
particular
em trazer-me
espíritos de
vivos,
aproveitando
o momento em
que estão
dormindo ou
cochilando.
Interessa-se
pelos
encarnados
porque com
estes é
possível
obter-se a
prova
absoluta de
identificação
pessoal dos
espíritos
comunicantes.
“Shamar”
mostrou-se
sempre
sincera e
leal para
comigo.
Recentemente
provocou
manifestações
de espíritos
de vivos,
com relação
aos quais
tive meios
de
certificar-me
da
veracidade
absoluta das
mensagens
que me
transmitiram.
Em dezembro
de 1917 eu
me achava em
Londres,
hospedada em
casa de uma
família de
parentes com
a qual
passei as
festas de
Natal. No
dia 26 fiz
com a minha
prima uma
breve sessão
mediúnica
das 10:30 às
11 horas da
noite, na
qual se
manifestou
“Shamar” e
prometeu
fazer-nos
assistir a
uma
interessante
manifestação.
Pouco depois
o ponteiro
do Oui-já
indicou o
nome do
irmão de
minha prima.
Descreveu
ele a sala
em que se
achava,
acrescentando
que havia
adormecido,
sentado
diante da
lareira. Foi
breve a
mensagem e
eu não
conservo o
original,
mas foi
verificada a
sua exatidão
em todos os
detalhes.
Depois dele,
foi ditado o
nome do Sr.
D..., um
íntimo amigo
nosso, que
nos
comunicou
achar-se
apenas
cochilando e
que, em
consequência,
a sua
mensagem só
poderia ser
dada aos
saltos, e de
fato tal
sucedeu.
Informou-nos
que naquele
momento
estava
sentado na
saleta em
frente da
lareira e
que não
havia outra
pessoa no
aposento. Eu
lhe pedi que
transmitisse
certa
mensagem a
sua irmã e
ele
observou:
“Sinto
muito, mas
não é
possível,
porque
quando eu
acordar me
esquecerei
de tudo o
que estou
dizendo e
ouvindo”.
Descreveu-me
então longa
e
minuciosamente
de que modo
haviam
decorrido em
sua casa as
festividades
do Natal,
acentuando a
vinda de um
nosso amigo
comum que eu
absolutamente
não teria
podido
imaginar
houvesse
tomado parte
nos
festejos.
Depois
comunicou-me
que era
obrigado a
despedir-se
porque o seu
corpo ia
rapidamente
despertando,
tornando-se
assim
impossível a
comunicação.
Quando
voltei para
Dublin tive
o cuidado de
informar-me
a respeito e
verifiquei a
absoluta
veracidade
do que me
havia sido
contado
mediunicamente
pelo meu
primo. Deixo
os leitores
à vontade
para
decidirem se
no caso
exposto se
tratava ou
não de
telepatia. O
espírito de
meu primo
teria
realmente se
afastado de
seu corpo
para vir
conversar
comigo? Não
ouso
responder à
pergunta.
A última
prova do
poder de
“Shamar” em
preparar
tais
manifestações
se deu há
duas noites.
Fiz uma
sessão
durante o
dia, na qual
“Shamar” me
avisou que
tentasse
outra alta
noite,
porque
queria fazer
certas
experiências.
Assim fiz, e
cerca das
12:30 da
noite trouxe
ela um amigo
que, após
haver
declarado
achar-se
dormindo
naquele
instante,
apressou-se
a dar
explicações
sobre certo
procedimento
seu, que me
havia
parecido
reprovável e
eram
explicações
que eu nunca
teria podido
imaginar. De
qualquer
forma, não
dei
importância
a essa
comunicação
mediúnica,
mas na manhã
seguinte
recebi dele
uma carta em
que se
justificava,
dando
exaustivas
explicações,
idênticas às
que eu havia
recebido
mediunicamente
na noite
precedente.
Diante de
tais
resultados,
parece-me
que as
comunicações
mediúnicas
dos vivos
imersos no
sono
constituem
uma questão
da mais alta
importância
para as
pesquisas
metapsíquicas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
(Continua no
próximo
número.)