WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)
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Há mais coisas entre o
céu
e as células do que
sonha nossa vã filosofia
Hoje, a onda é
alimentação saudável.
Corta açúcar, malha,
deixa refrigerante de
lado, evitam-se gorduras
saturadas... As
academias nunca contaram
com tantos adeptos e até
o futebol entrou na
onda. Tudo muito
profissional. Hoje nem
tem espaço para “boleiros”,
ou o cara entra no
esquema de cuidar do
corpo ou tá fora.
Regimes, dietas,
nutricionistas a postos.
Tudo para uma boa
qualidade de vida.
Colesterol controlado,
doenças cardiovasculares
afastadas... Opa!
Doenças cardiovasculares
afastadas? Nem tanto.
Ainda morremos um bocado
do coração, AVC e
enfermidades irmanadas.
É claro, todavia, que o
corpo agradece todos os
cuidados que temos com
ele. E responde bem, mas
deve-se considerar que
não somos apenas um
corpo físico.
E se o corpo carece de
boa alimentação, o
psiquismo também
necessita. E é bem aí
que a coisa começa a
pegar. Passe pelas redes
sociais, ligue a
televisão, veja a
internet e perceberá o
que digo. Não sabemos
nos alimentar
psiquicamente. Deveria
existir nas
universidades um curso
de nutrição psíquica,
que, aliás, foi dado por
Allan Kardec no século
XIX quando descortinou
as relações entre os
visíveis e invisíveis.
E diz o nobre pensador
francês em A Gênese,
cap. XIV, que os maus
pensamentos corrompem os
fluidos espirituais como
os miasmas deletérios
corrompem o ar
respirável.
Repare como Kardec tem
razão. Quando há uma
desavença doméstica, o
ambiente fica pesado,
não raro as pessoas
sentem-se mal e têm até
dificuldade de
raciocinar. E por que
isto ocorreu? Porque o
ambiente está envenenado
psiquicamente. Chegue
próximo a uma pessoa que
só reclama, conviva com
ela, fique bem próxima e
perceba como o ambiente
ao seu lado está
constantemente denso,
pesado, desagradável.
Por isso vale
questionar:
Será que cuidamos do
psiquismo? Será que
cuidamos do psiquismo
das nossas crianças?
– Filho, você tem de ser
o melhor, sempre o
melhor – diz o pai.
– É sua obrigação passar
no vestibular, porquanto
estudou em escola
particular.
– Não, meu filho, nada
de escolher esta
profissão pois não dá
dinheiro e você precisa
ser alguém na vida.
Já vi muito isso
acontecer. E quando não
“atropelamos os filhos”,
fazemos com nós mesmos.
Estou com pressa.
Não tenho tempo.
A vida anda corrida.
Culpa do governo.
O mundo é dos espertos.
Teori foi assassinado.
Elvis não morreu.
É pressão para todo
lado, são maus
pensamentos em todos os
instantes, o que, claro,
polui.
E, então, passamos a
alimentar nosso
psiquismo com
“porcarias”. Engordamos.
Ficamos mais pesados,
mundo trovejando, vida
complicada. Estresse,
remédio para insônia,
reclamações
contumazes...
Bons livros, pensamentos
edificantes, conversas
amenas, estudo do
Espiritismo e troca de
experiências agradáveis
são algumas das
"alimentações saudáveis"
para a mente, a
colaborar com um mundo
mais saudável
psiquicamente.
É preciso, pois, haver
equilíbrio em nosso
estilo de vida, caso
contrário, teremos um
corpo legal, mas
viveremos estressados,
negativos, perturbados
e, pior, com síndrome de
perseguição.
Eis o ponto: cuidar do
corpo sem se esquecer da
mente, da alimentação
psíquica saudável.
É como dizia nosso
Shakespeare:
“Há mais coisas entre o
céu e as células do que
sonha nossa vã
filosofia”.