Divaldo Franco:
“O amor
é seiva de vida para se
alcançar a felicidade”
Comemorando
antecipadamente os
setenta anos de
oratória, iniciada em 27
de março de 1947 em
Aracaju (SE), o estimado
orador falou em Ponta
Grossa a um público
numeroso
Em noite agradável,
Divaldo Franco
apresentou-se no dia 16
de março em Ponta Grossa
para mais uma brilhante
conferência, como vem
fazendo
ininterruptamente desde
o ano de 1954 quando
esteve pela primeira vez
nos Campos Gerais do
Paraná.
O Salão Social Arthur
João de Maria Ribeiro,
do Clube Princesa dos
Campos – Clube Verde -,
foi palco para mais uma
grande confraternização
dos espíritas
paranaenses.
Antes do evento, o
Sistema Brasileiro de
Televisão – SBT- Ponta
Grossa – realizou
entrevistas com a
escritora Suely Caldas
Schubert, de Minas
Gerais; Lúcia Flores
Moehlecke, da Equipe do
Livro Divaldo Franco, do
Rio Grande do Sul;
Demétrio Ataíde Lisboa,
Presidente do Centro
Espírita Caminho da
Redenção/Mansão do
Caminho, da Bahia; Jorge
Godinho Barreto Nery,
Presidente da Federação
Espírita Brasileira –
FEB -, entre outras
personagens; e Divaldo
Pereira Franco que falou
sobre o começo de sua
mediunidade, o seu
desejo de continuar na
obra do bem, a transição
planetária e o
intercâmbio entre os
mundos habitados, e a
felicidade – a paz na
intimidade do indivíduo.
Após bela interpretação
musical ao som do
clarinete, compuseram a
mesa diretiva Luís
Maurício Resende,
Conselheiro da Federação
Espírita do Paraná – FEP;
Adriano Lino Greca,
Presidente da Federação
Espírita do Paraná – FEP
-; Jorge Godinho Barreto
Nery, Presidente da FEB;
Edson Luiz Wacholz,
Presidente da União
Regional Espírita – 2ª
Região; e Divaldo
Pereira Franco.
Presentes, também,
outras lideranças do
Movimento Espírita do
Paraná e do Brasil.
A atividade em Ponta
Grossa fez parte da XIX
Conferência Estadual
Espírita que se
desenvolveu desde o dia
13 de março em várias
cidades do
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Divaldo durante entrevista com a SBT |
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Divaldo com Suely Schubert |
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Divaldo com Jorge Godinho
e Adriano Greca |
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Momento de autógrafos |
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interior
do
Paraná
para ter
o seu
ápice em
Pinhais,
Região
Metropolitana
de
Curitiba,
no
período
de 17 a
19, no Expotrade
Convention Center. |
Mais de duas mil pessoas
assistiram à conferência
Comemorando
antecipadamente os
setenta anos de
oratória, iniciada em 27
de março de 1947, em
Aracaju/Sergipe, e o
nonagésimo aniversário
de Divaldo Franco,
foi-lhe ofertada, em
nome da URE-2ª Região,
uma placa de
reconhecimento pelos
inestimáveis esforços em
prol da Doutrina
Espírita e agradecimento
pela amizade e carinho
que o médium e orador
espírita da Bahia dedica
aos confrades e
simpatizantes do
Espiritismo na região de
Ponta Grossa.
Iniciando a conferência
para mais de dois mil
presentes em dois
ambientes, Divaldo
Franco discorreu sobre o
conhecimento conquistado
pelo homem, da
micropartícula ao
macrocosmo, como uma
conquista notável, bem
como o desenvolvimento
do pensamento humano.
Estas conquistas,
aliando a tecnologia e a
ciência, prolongam a
vida do homem sobre a
Terra. As comunicações,
pessoais e
institucionais, se
constituem em um avanço
notável. Por outro lado,
a humanidade
experimenta, ainda, os
flagelos das guerras, da
violência de toda ordem,
a miséria material e
moral. A paz ainda se
encontra distante dos
corações e das mentes do
homem moderno, carente
de transformação moral,
apesar de todos os
avanços modernos.
Esquecendo-se de si,
para viver o mundo
exterior, atendendo as
suas próprias paixões,
os instintos e as
sensações, o homem
deixou de viajar para
dentro de si mesmo,
descobrindo-se como um
ser capaz de amar,
possuidor de um sentido
moral e psicológico para
a vida, dando um
significado ético,
autoconhecendo-se e
identificando a sua
condição de ser
psicológico.
O homem moderno está
coisificando-se
Em faltando um
significado para a vida,
o homem está enveredando
pelo caminho da
depressão. Estudos da
Organização Mundial da
Saúde estimam que haja
360 milhões de
depressivos crônicos, e
que em 2025 a depressão
será a primeira causa de
mortes através do
suicídio, por absoluta
falta de um sentido
psicológico para a vida.
Rollo May (1909-1994)
afirmava que a sociedade
humana havia elegido
como parâmetros para a
felicidade o
individualismo, o
sexismo e o consumismo.
Todos são caminhos de
fuga para a realidade
existencial. O homem
moderno, cibernético,
está coisificando-se.
Já não conversa mais,
não dialoga, somente
discute. Isolou-se, e a
solidão instalada o
consome.
Que fazer? Carl Gustav
Jung (1875-1961),
psiquiatra suíço e
fundador da psicologia
analítica, escreveu em
três dias e noites,
freneticamente, o livro
Resposta a Job,
personagem mitológica da
Bíblia, onde apresenta
uma definição a respeito
da consciência,
destacando que o
verdadeiro momento de
consciência é quando o
Ego toma conhecimento do
SELF, do EU profundo. A
busca pelo
autoconhecimento levará
o homem a construir-se
mais equilibrado,
responsável, amoroso. A
família é o laboratório
ideal. Voltar à família,
construindo o genuíno
lar é tarefa que todos
devem realizar.
Emilio Mira y Lopez,
(1896-1964), sociólogo,
médico psiquiatra,
psicólogo e professor,
estabeleceu os gigantes
devoradores da vida
humana: rotina,
ansiedade e medo. São
elementos presentes na
vida de grande parte da
humanidade, e que
comprometem o equilíbrio
integral - físico,
psicológico e espiritual
-, impedindo os
indivíduos de alcançarem
o estado de paz e
felicidade.
Quem é solidário não é
solitário
A falta de metas
psicológicas profundas,
de motivação, vivendo
para o atendimento dos
instintos básicos -
comer, repousar e
procriar -, em
permanente estado de
ansiedade, sem confiança
em si mesmo e na
providência divina, sem
controle dos medos e da
libido, compõe o quadro
ideal para as
perturbações íntimas.
Joanna de Ângelis,
mentora espiritual,
estimula os indivíduos à
realização de esforços
para transformar esses
gigantes perniciosos da
alma. Em vez da rotina,
ter uma vida dinâmica,
variando as atividades,
experimentando novas
oportunidades, sempre
lubrificada pela ação
inovadora; em vez de
sucumbir aos medos,
enfrentá-los com o uso
da audácia, da coragem,
sabedor de que Deus vela
pelas suas criaturas,
acreditando na
paternidade divina; a
ansiedade deve ser
substituída pela
confiança em si mesmo,
na perfeita justiça e
misericórdia divinas,
que tudo provê, vivendo
cada momento tendo a
consciência do que está
fazendo ou vivendo; a
solidão deve ser
substituída pela
solidariedade – o
solidário não é
solitário -; e, por fim,
educar a libido, para
poder viver o amor mais
puro, livre de conflitos
e desequilíbrios
perturbadores. É o amor
vivido e exemplificado
por Jesus de volta aos
corações humanos, a Sua
proposta é
psicoterapêutica. Jesus
é o maior psicoterapeuta
que a humanidade jamais
conheceu, na definição
de Hanna Wolff,
psicanalista alemã.
O amor é seiva de vida
para se alcançar a
felicidade. Deve-se
compreender que a vida
de cada um depende de
outrem, constituindo a
grande família
universal, onde cada um
faz o melhor sem se
preocupar a quem esteja
servindo.
Espiritismo: novo sermão
do monte
Sem mesmo perceber, cada
indivíduo é um
instrumento para o
outro. Atuante, o homem
responsável não deve
resignar-se com o mal
que grassa no seio da
humanidade. É necessário
quebrar essa rotina. A
mentora Joanna de
Ângelis orienta para que
os homens se habituem a
descobrir os
invisíveis da
sociedade humana, isto
é, os desafortunados, os
miseráveis, tanto
material quanto
moralmente. O amor deve
ser dirigido, ofertado
indistintamente, tanto
para os amigos, como
para os inimigos. Milton
Hyland Erickson
(1901-1980),
psicoterapeuta
norte-americano, destaca
que as parábolas de
Jesus são
psicoterapêuticas.
As condecorações dos
cristãos verdadeiros,
salientou o nobre
conferencista, são as
cicatrizes do
sofrimento, oriundas do
burilamento a si mesmo,
aparando as arestas
agressivas. É necessário
ser feliz, mesmo
carregando dificuldades,
servindo sempre,
principalmente aos
familiares, sem jamais
desistir dos sonhos. O
Espiritismo é o novo
sermão do monte,
construindo uma
sociedade digna. É a
doutrina que leva o
homem a crer
racionalmente. É a
ciência e a religião
unidas em prol da
humanidade.
Quando o indivíduo
perdoa, desalgema-se e
trabalha em favor da
humanidade, agasalhando
pensamentos voltados
para as virtudes,
afastando-se dos
pensamentos pessimistas
e fomentadores do mal.
Amar é tornar-se feliz.
Assim, tocando os
corações e despertando
as mentes ainda
adormecidas, o humanista
Divaldo Franco encerrou
a magnífica conferência
em Ponta Grossa sob
fortíssimos aplausos
após a apresentação do
poema Meu Deus e Meu
Senhor.
Nota do autor:
As fotos desta
reportagem são de
autoria de Jorge Moehlecke.
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