TEMI MARY FACCIO
SIMIONATO
temi_mary@yahoo.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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Sexo transviado
É indiscutível que os
problemas do sexo agitam
atualmente vastos
setores da vida humana,
e sexo sem afetividade e
responsabilidade gera
tormentos na alma e
conflitos perturbadores.
Entendemos, então, que o
sexo é manifestação
sagrada do amor
universal e divino.
Desta forma, homens e
mulheres cujas almas vão
se libertando dos
cativeiros da forma
física escapam
gradativamente do
império absoluto das
sensações carnais, pois
a escravidão, nos
tormentos do sexo, é uma
questão do ser que
demanda processo
individual de cura e
sobre esta só o Espírito
resolverá no tribunal da
própria consciência.
Penetremos assim nos
recessos da própria
alma: será que
conseguiremos apresentar
comportamento
irrepreensível?
Indaguemo-nos e
investiguemo-nos quanto
às nossas próprias
tendências, inclinações
e anseios no campo
íntimo e verificaremos
que não nos achamos
ausentes de conflitos
que remanescem do acervo
de lutas sexuais da
humanidade.
É inegável que todo
auxílio externo seja
valioso e respeitável,
mas cumpre-nos
reconhecer que os
escravos das
perturbações no campo
sensorial só por si
mesmos serão libertos,
isto é, pela dilatação
do entendimento e das
próprias dificuldades na
aplicação do “amai-vos
uns aos outros como vos
amei”. (João,13:
34-35)
Deste modo,
encontraremos mais tarde
na vitória sobre os
nossos instintos a
definitiva integração na
luz imortal.
E assim, à frente de
todas as complicações e
problemas do sexo, face
aos ensinamentos de
Jesus, devemos
abster-nos de censura e
condenação. E a razão é
simples: somos Espíritos
em aperfeiçoamento na
Terra e estamos
emergindo dos labirintos
de sombra para que as
bênçãos do aprendizado
se nos fixem no
Espírito. No entanto, ao
nos sentirmos inclinados
à condenação, entremos
no mundo de nós mesmos,
pedindo a Deus que nos
ilumine a alma e, pela
oração, a bênção Divina
nos fará perceber onde
guardamos também a
fresta triste do lado
fraco.
Portanto, torna-se
importante não julgarmos
os supostos
desajustamentos ou
falhas reconhecidas do
sexo, e, sim, respeitar
as manifestações sexuais
do próximo, tanto quanto
pedimos respeito para
aquelas que nos
caracterizam a
existência; ninguém
existe no mundo
invulnerável ao erro,
todos nós estamos
sujeitos à ilusão pelos
pontos frágeis que
apresentemos na
construção dos próprios
valores para a Vida
Maior.
O querido benfeitor
Emmanuel elucida-nos no
livro Vida e Sexo,
capítulo vinte e quatro,
que “o instinto
sexual, exprimindo amor
em expansão incessante,
nasce nas profundezas da
vida, orientando os
processos de evolução”;
desta forma,
consideremos o sexo,
como o benfeitor nos
diz, “por atributo
não apenas respeitável,
mas profundamente santo
da natureza, exigindo
educação e controle”.
Podemos perceber, então,
que o sexo mal
conduzido, em razão de
envolvimento emocional e
das dilacerações
espirituais que produzem
em outrem e também
naquele que o utiliza
mal, abre campo para
terríveis enlaces
obsessivos, gerando
perturbações de longo
curso. Portanto,
cultivemos a
misericórdia para com os
outros, lembrando que
nos domínios do apoio e
pela compreensão, se
hoje é nosso dia de dar,
é possível que amanhã
seja nosso dia de
receber.
Fundamentada na ética do
amor, a Doutrina
Espírita propõe ao
comportamento sexual a
higiene moral e respeito
indispensável ao
exercício da sua função,
dentro de padrões
equilibrados, de modo
que se constitua
elemento proporcionador
de saúde e bem-estar. Se
cada um de nós for
respeitado em seu foro
íntimo para que o amor
se consagre por vínculo
Divino, muito mais de
alma para alma, que de
corpo para corpo, com a
dignidade do trabalho e
do aperfeiçoamento
moral, os conceitos de
desregramento e
deturpação se farão
distanciados do
cotidiano de vez que a
compreensão apaziguará o
coração e a chamada
desventura afetiva não
terá razão de ser.
O benfeitor Anacleto, no
livro Sexo e Obsessão,
no capítulo “A
Comunidade da Perversão
Moral”, esclarece-nos: “Chegará
o momento adequado e
todos deveremos nos
empenhar por apressá-lo,
quando luzir o
pensamento de Jesus nas
consciências humanas, em
que o homem e a mulher
compreenderão que o sexo
existe para fomentar a
vida e procriar,
amparado por emoções
enobrecedoras do
intercâmbio de energias
revigorantes, e não para
o banquete asselvajado
dos instintos e das
sensações. Que possamos
contribuir em favor
desse momento,
edificando-nos no bem e
preservando-nos
interiormente das
ciladas do mal e das
tentações
perturbadoras”.
No que diz respeito aos
problemas do sexo
transviado, abracemos o
serviço de educação e
bondade com alicerces na
disciplina do Cristo e
tracemos novos caminhos
de entendimento em que
as almas se aproximem
para a ascensão do
progresso.
Finalizando, destacamos
no livro Boa Nova,
de Humberto de Campos,
no capítulo vinte e um,
exemplo elucidativo de
superação, no qual Maria
Madalena, Espírito muito
sensível, entendeu e
vivenciou o significado
dos ensinos de Jesus
como poucos,
transformando por
completo sua vida,
deixando os prazeres
mundanos e dedicando-se
à total renovação de seu
comportamento pela
prática do amor ao
próximo. Assim, o divino
Mestre com seu profundo
amor e carinho mostrou a
ela o caminho para todos
que desejam sinceramente
levantar-se do pó de
suas ruínas morais.
Madalena foi um exemplo
de sacrifício dos
prazeres pessoais em
prol da construção da
felicidade ao
semelhante.
Recordemo-nos de que
ninguém é
suficientemente puro
para habilitar-se a
julgar as impurezas
alheias. Portanto, não
atiremos pedras no
telhado de outrem,
observando que a pedra é
capaz de ferir, mas, se
colocada em lugar certo
da construção, torna-se
agente de solidez no
edifício.
Bibliografia:
XAVIER, F. C -
Encontro Marcado -
ditado pelo Espírito
Emmanuel – 14ª edição –
FEB – Brasília/DF – 2013
– lição 31.
XAVIER, F. C. –
Palavras de Vida Eterna
– ditado pelo
Espírito Emmanuel – 35ª
edição – Editora
Comunhão Espírita Cristã
– Uberaba/ MG – 2010 -
lição 54.
XAVIER, F. C. – Vida
e Sexo – ditado pelo
Espírito Emmanuel – 1ª
edição – FEB – Brasília/
DF – 1970 – capítulos:
1, 10, 11, 24, 48, 51.