A. Bozzano
reproduz
nesta obra
interessante
relato feito
pelo Cel.
Collet em
que fica
patente a
participação
de uma
entidade
espiritual
na
comunicação
entre vivos.
Por que
Bozzano
defende essa
ideia?
Na
comunicação
feita entre
dois grupos
de
experimentadores,
tendo como
intermediário
o mensageiro
“Rupont”,
este disse
que não foi
possível
transmitir
determinada
mensagem
porque o
casal M. N.,
destinatária
da
comunicação,
havia
terminado a
sessão. Ora,
uma mensagem
telepática,
pura e
simples,
segue
fatalmente o
caminho que,
física ou
psiquicamente,
deve seguir,
e nunca pode
voltar atrás
para dizer:
“Aviso-os de
que não
encontrei a
pessoa à
qual devia
transmitir o
vosso
pensamento”.
Um ato assim
não pode ser
realizado
senão por
uma
autêntica
personalidade
espiritual.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
B. No seu
relato, o
Cel. Collet
reporta
também um
caso de
predição que
depois se
confirmou.
Como a
entidade
espiritual “Rupont”,
que fez a
predição,
explicou o
fenômeno?
O casal M.
N. havia
pedido a
“Rupont” que
informasse
em que dia o
casal Collet
estaria de
regresso a
Nancy. Ele
respondeu:
“Em 10 de
outubro, que
cai numa
quinta-feira”.
A viagem
ocorreria
alguns dias
depois, mas
a predição
se
confirmou,
pois o casal
Collet
regressou
realmente no
dia 10. Na
sessão
seguinte,
perguntaram
a “Rupont”:
– Conhece,
então, o
futuro? Ele
respondeu: –
Só Deus o
conhece. Não
fiz outra
coisa senão
sugerir à
Sra. Collet
a ideia de
regressar a
Nancy a 10
de outubro e
isso a fim
de que se
realizasse a
minha
predição.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
C. Há nesta
obra um
longo relato
da
experiência
conhecida
pelo nome de
“correspondência
cruzada”. Em
que consiste
esse
fenômeno?
Correspondência
cruzada (cross-correspondence)
se diz da
mensagem
supranormal
obtida por
diferentes
médiuns,
cada um dos
quais obtém
dela uma
parte que
por si só
não forma
sentido e
precisa da
outra parte
para se
tornar
inteligível.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
Texto para
leitura
294.
Passando a
tratar de
episódios do
segundo
grupo das
manifestações
em exame,
devo fazer
notar que se
pelas
aparências
exteriores
tais
episódios
pertençam
ainda à
categoria
das
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
na realidade
não se
mostram
tais,
porquanto
nelas já não
se trata de
duas ou mais
personalidades
vivas que
conversam
entre si,
quer
telepaticamente,
quer por
intervenção
da
personalidade
espiritual
de um deles,
mas que se
trata de
duas pessoas
ou de dois
grupos de
pessoas que
se comunicam
mediunicamente
a distância,
por meio de
uma entidade
espiritual
que se faz
de
mensageiro
entre ditos
grupos ou
pessoas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
295. Assim
sendo, claro
é que os
fenômenos de
tal natureza
possam ainda
ser
considerados
como
pertencentes
à categoria
das
comunicações
mediúnicas
entre vivos
quando não
se
demonstrou
realmente a
sua gênese
espírita,
pois se a
isto se
chegasse um
dia, então
deveriam
classificar-se
entre as
manifestações
de mortos,
faltando
nelas a
característica
essencial
nas
comunicações
entre vivos,
que é a
comunicação
direta entre
duas
personalidades
espirituais
encarnadas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
296. Caso
30 – Aparece
na Revue
Scientifique
et Morale du
Spiritisme,
1909, págs.
6/11 e
39/47. O
Coronel
Collet
refere uma
longa série
de
interessantes
experiências
mediúnicas,
obtidas em
seu seio
familiar por
intermédio
da
tiptologia,
entre as
quais se
encontram
algumas da
natureza
aqui
considerada.
Escreve ele:
A fim de
conferir
caráter
científico a
nossas
experiências,
registramo-las
escrupulosamente,
anotando-lhes
os
resultados,
tanto
positivos
como
negativos.
Durante
certa
viagem,
tentamos
algumas
experiências
de
“telegrafia
sem fio”,
prestando-se
a ela “Rupont”,
nosso “guia
espiritual”,
com
resultados
medíocres.
Sexta-feira,
6 de
setembro de
1907, eu e a
minha esposa
nos
encontrávamos
em
Constança.
Pela noite,
no hotel,
recordamos
que, naquele
dia e hora,
em Nancy,
nossos
amigos, o
casal C. F.,
faziam a sua
sessão
semanal,
pelo que
resolvemos
enviar-lhes
uma mensagem
tiptológica.
Na falta de
um tripé,
servimo-nos
de uma
cadeira. Não
tardou a
manifestar-se
“Rupont”,
que nos
informou que
na casa do
casal C. F.
se achavam
cinco
pessoas
reunidas e
que a sessão
já havia
começado. O
número de
cinco nos
surpreendeu,
porque, com
a nossa
partida, o
número de
componentes
do grupo se
havia
reduzido a
quatro.
Devido à
incomodidade
do nosso
aparelho
tiptológico,
não pedimos
explicações
e nos
limitamos a
pedir a
“Rupont” que
transmitisse
àqueles
amigos uma
saudação
firmada com
o meu nome:
Collet.
Quando, nos
princípios
de outubro,
voltamos
para Nancy,
o casal C.
F. nos
disse:
“Durante
vossa
ausência
recebemos
uma mensagem
curiosa
assim
concebida:
“Pensamos
sempre em
vós.
Saudações
afetuosas a
cada um.
Collet em
Bon...” Esta
última
palavra não
foi
terminada,
porém não
podia
significar “Bondy”,
aonde
pretendia
ir, pois os
julgávamos
na Suíça. O
agente
misterioso
não se deu a
conhecer”.
Pois bem,
tais
palavras
eram a
expressão
exata, mas
concisa, da
nossa
mensagem
enviada de
Constança e,
comparando
as notas
tomadas de
uma e outra
parte,
verificou-se
a perfeita
concordância
do dia e
hora, como a
presença de
cinco
pessoas, e
não de
quatro, na
sessão.
Quanto à
palavra
inacabada –
Bon... –
certamente
que
representava
o começo da
palavra
Constança,
em que a
letra B foi
registrada
erradamente
em lugar da
letra C, sua
vizinha.
Não indica
tudo isto a
ação
inteligente,
voluntária e
livre de um
ser
consciente,
que só
poderia ser
um
“espírito”?
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
297.
Prossegue o
Coronel
Collet:
Tivemos,
porém, ainda
outra
surpresa.
Regressados
a Nancy, de
Paris,
última etapa
da nossa
viagem,
encontramos
na rua o Sr.
R., o qual
se mostrou
surpreso ao
ver-nos, e
perguntou:
– Já de
volta? Vosso
genro não os
esperava
antes de
domingo!
– Chegamos
ontem à
noite, 10 de
outubro.
Voltamos uns
dias antes
do
combinado.
– Pois isto
é
extraordinário.
Há um mês,
minha filha
assistiu a
uma sessão
em casa da
Sra. M. N.,
durante a
qual se
perguntou a
“Rupont” em
que dia
regressariam
a Nancy e
ele
respondeu:
“Quinta-feira,
10 de
outubro”, e
a predição
se realizou.
Fui à casa
da Sra. M.
N., que me
fez ler a
ata da
sessão de 7
de setembro,
na qual o
incidente em
questão se
achava
narrado nos
seguintes
termos:
“Pedimos a
“Rupont”
para dizer
em que dia o
casal Collet
estaria de
regresso a
Nancy, ao
que
respondeu:
“Em 10 de
outubro, que
cai numa
quinta-feira”.
Na próxima
sessão em
casa da Sra.
M. N.,
perguntei a
“Rupont”:
– Conhece,
então, o
futuro?
– Só Deus o
conhece. Não
fiz outra
coisa senão
sugerir à
Sra. Collet
a ideia de
regressar a
Nancy a 10
de outubro e
isso a fim
de que se
realizasse a
minha
predição.
– Quando e
onde a
sugestionaste
em tal
sentido?
– Achava-se
ela na casa
do
Comandante
F. na rua
Lécluse, na
noite de 9
de outubro.
Pois bem,
verdade é
que nos
encontrávamos
na casa do
referido
militar,
que,
cumprimentando-nos,
perguntou a
minha
esposa:
– Quando
voltaremos a
ver-nos?
– Somos
esperados em
Nancy no
próximo
domingo,
porém, neste
momento,
estou
pensando que
será melhor
partirmos
amanhã
mesmo, pois
o bom tempo
já não deve
durar muito,
de modo que
nos
despedimos.
Tão
imprevista
decisão de
minha esposa
não deixou
de
surpreender-me,
porém,
pensando
bem, me
pareceu
razoável.
Tal
incidente
absolutamente
certo, unido
a outros
análogos,
por nós
obtidos, não
indica a
existência
de uma
influência
extrínseca,
inteligente
e
voluntária,
capaz de
sugestionar
nossa mente
para o bem
ou para o
mal? Os
pensadores
de todos os
tempos se
referem com
frequência a
tal
possibilidade
e observo
que, com a
mesma,
poderia
explicar-se
a gênese de
certas
induções
misteriosas,
de certos
impulsos
súbitos,
como de
tantas
inspirações
geniais que
a
psicofisiologia
materialista
não chegará
a elucidar
nunca, por
esforçar-se
em sustentar
hipóteses
gratuitas e
inverossímeis.
A 30 de
março de
1908 eu me
encontrava
em Nice, com
minha
esposa, e na
hora
aproximada
àquela em
que se
realizava a
sessão em
Nancy, na
casa do
casal M. N.,
sentamo-nos
ao redor de
uma mesinha
encontrada
no hotel e
logo
“Rupont” nos
ditou o
seguinte
comunicado:
“Pensamos em
vós. Quando
voltareis?”
(firmado M.
N. e C. N.).
Pedimos a
“Rupont” que
transmitisse
a seguinte
resposta:
“Voltaremos
na
quarta-feira.”
Poucos
minutos
depois,
“Rupont” se
manifestou
de novo,
ditando as
seguintes
palavras:
“Não pude
transmitir a
resposta,
porque o
casal M. N.
já havia
terminado a
sessão.”
Em nossa
volta a
Nancy
pudemos
verificar
que a
mensagem do
casal M. N.
havia sido
corretamente
transmitida
a nós, mas
que a nossa
resposta não
chegara ao
seu destino,
pois que os
meus amigos
haviam
suspendido a
sessão logo
após haverem
encarregado
“Rupont” de
transmitir a
mensagem. A
experiência,
pois, foi
magnífica.
Antes de
deixar
Walchwil
para ir a
Lugano,
havíamos
encarregado
“Rupont” de
transmitir
ao casal
C.F. algumas
palavras em
latim (com o
fim de
enviar um
comunicado
imprevisível
para eles),
porém
ignorando o
êxito da
experiência.
No dia 11 de
setembro, na
hora em que
o referido
casal devia
realizar a
sua sessão
em Nancy,
“Rupont” se
manifestou e
ditou-lhes,
pelo “cartão
alfabético”,
as seguintes
palavras:
“Amanhã
recebereis a
prova
escrita de
que eu
transmiti a
vossa
mensagem,
mas eles não
entenderam
nada e não
me deixaram
terminar”.
Com efeito,
a 14 de
setembro
recebíamos
um cartão
postal da
Sra. C. F.,
no qual
informava-nos
de que
“Rupont”
lhes havia
transmitido,
a nosso
pedido, umas
palavras
incompreensíveis.
Outra noite,
na casa do
casal M. N.,
nos
transmitiu
esse
princípio de
frase: “Os
usos e
costumes de
antigamente
serão um
dia...”.
Nesse ponto,
parou e
disse: “A
continuação,
quinta-feira.
Boa noite”.
E assim
terminou a
sessão,
antes da
hora
habitual.
Na
quinta-feira
seguinte, na
sessão em
casa da Sra.
M. T., com
grande
surpresa dos
assistentes,
que nada
sabiam a
respeito,
uma
personalidade
mediúnica se
manifestou
para ditar
estas
palavras,
que
aparentemente
não tinham
sentido
algum... “a
verdade da
nova
religião por
vós
preconizada”.
Era a
continuação
da frase de
“Rupont”,
começada em
outro local
e entre
outros
assistentes.
Eu então
juntei as
duas partes
da frase,
fazendo
notar seu
sentido e o
assombro de
todos se
converteu em
grande
admiração.”
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
298. Tal é o
interessante
relato do
Cel. Collet.
Se se
consideram
em conjunto
os vários
episódios
que nele se
contêm,
parece-me
difícil
evitar a
conclusão de
que a melhor
explicação
dos ditos
episódios é
a de
reconhecer
sua origem
genuinamente
espírita,
pois neles
se notam
circunstâncias
de fatos
inexplicáveis
com a
comunicação
mediúnica
entre
diversos
grupos de
experimentadores.
Assim é, por
exemplo,
quando o
espírito
mensageiro “Rupont”,
encarregado
de
transmitir a
Nancy uma
dada
resposta,
volta
dizendo que
não havia
podido
transmitir a
resposta,
porque o
casal M. N.
havia
terminado a
sessão. Como
explicá-lo
pela
comunicação
mediúnica
entre vivos?
Uma mensagem
telepática,
pura e
simples,
segue
fatalmente o
caminho que,
física ou
psiquicamente
deve seguir,
e nunca pode
voltar atrás
para dizer:
“Aviso-os de
que não
encontrei a
pessoa à
qual devia
transmitir o
vosso
pensamento”.
Um ato assim
não pode ser
realizado
senão por
uma
autêntica
personalidade
espiritual.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
299. De tal
ponto de
vista,
mostra-se
igualmente
interessante
a
transmissão
fragmentária
de uma frase
a dois
círculos
diversos e a
um tempo
diferente,
indício da
presença,
nas sessões,
de uma
vontade
extrínseca,
que pensa
sempre em
novos
métodos
experimentais,
a fim de
melhor
convencer os
assistentes
acerca de
sua própria
existência
independente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
300. É
também
interessante
a predição
do dia do
regresso dos
Collet a
Nancy,
realizada
por sugestão
de “Rupont”,
que exorbita
dos limites
assinalados
nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
tendendo a
confirmar
ulteriormente
a hipótese
da presença
real, nas
sessões, de
uma entidade
espiritual
independente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
301. Caso
31 – Tiro-o
dos
Annales des
Sciences
Psychiques
(1914, págs.
1/11), que é
relatado
pelo Dr.
Gustave
Geley,
ex-diretor
do Instituto
Metapsíquico
Internacional,
com sede em
Paris.
Trata-se de
um longo e
interessantíssimo
relato, de
um gênero de
experiências
conhecidas
pelo nome de
“correspondência
cruzada” (1).
Ocupa ele 22
colunas da
referida
revista,
portanto
terei de
limitar-me a
narrar
alguns
episódios,
fazendo-os
seguir dos
comentários
do Dr. Geley,
que assim
escreve:
Devo o
conhecimento
dos fatos
que vou
narrar a uma
pessoa muito
conhecida no
campo das
pesquisas
psíquicas: a
Sra. De W.;
tais fatos
se deram sem
ser
provocados,
de modo
absolutamente
espontâneo e
inesperado.
A principal
protagonista
deles é a
Sra. De W.,
que é uma
espírita
convicta,
conquanto as
suas
convicções
não tenham a
mínima
influência
sobre o seu
espírito
crítico. Sua
atual
contribuição
ao estudo da
“correspondência
cruzada”
merece a
gratidão de
todos os
investigadores
das
pesquisas
psíquicas,
qualquer que
possa ser a
opinião
deles a
respeito da
gênese desse
fenômeno.
A Sra. De W.
não possui
faculdades
mediúnicas e
vale-se de
duas
sensitivas,
cujos nomes
não são
citados por
motivo de
uma
consideração
especial e
somente são
designadas
pelas
iniciais, de
Sra. T. e
Srta. R.
Na ocasião
das
experiências
em causa, a
Sra. T.
achava-se em
Paris, onde
reside
também a
Sra. De W.,
ao passo que
a Srta. R.
estava em
férias à
beira-mar,
em Wimereux.
Ambas são
médiuns
escreventes
e a Sra. T.
é também
vidente, de
modo que a
ouviremos
descrever,
com
exatidão,
cenas que,
no momento,
vê se
desenvolverem
a distância.
Durante as
sessões,
percebe ela
as
personalidades
mediúnicas
sob a forma
de “núcleos
luminosos”.
Participam
das sessões
apenas três
entidades: a
principal,
que inicia e
dirige os
trabalhos,
chama-se
“Rodolfo” e
diz que é
ajudado por
um outro
espírito
chamado
“Carlos”,
que
desenvolve
uma ação
muda, e
finalmente
outra
personalidade
espiritual
que só se
manifestou
uma vez e
que se chama
“Emília”. É
a Sra. De W.
quem redige
os relatos
dos fatos,
no fim de
cada sessão,
e o faz de
modo preciso
e completo.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
(Continua no
próximo
número.)
(1)
Correspondência
cruzada (cross-correspondence):
mensagem
supranormal
obtida por
diferentes
médiuns,
cada um dos
quais obtém
dela uma
parte que
por si só
não forma
sentido e
precisa da
outra parte
para se
tornar
inteligível.