Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 31)
Damos sequência
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. O marquês de
Sade comoveu-se
com o desabafo
sincero feito
por Madame X?
Não. Ele manteve
a arrogância
habitual e fez
ironia com
relação àquele
encontro, que
ele chamou de
“tribunal
ridículo”.
Quanto à sua
responsabilidade
nos atos que
praticou, disse
que apenas fez o
que achou melhor
para si e para
todos aqueles
que desejavam
uma vida de
prazer e não
tinham coragem
de realizá-la.
“Eu apenas
direcionei-os
para o que
sempre
desejaram.
Gênio, que
sempre fui,
soube cercar-me
de amigos e
cooperadores que
me compartiam as
experiências e
se extasiavam
com as mesmas.
Por isso, a
justiça, sempre
corrupta, não
conseguiu
vencer-me.”
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 16: O
reencontro.)
B. A grande
surpresa do
encontro foi a
chegada ao
recinto da
própria mãe do
marquês, algo
que ele
certamente não
esperava. Qual
foi sua reação
ao
reencontrá-la?
Marie-Eléonore
acercou-se do
marquês de Sade
e o envolveu em
um olhar
inesquecível. As
vibrações
superiores
tomavam a todos
os que ali
estavam,
produzindo
inefável
sensação de paz.
O trânsfuga
espiritual,
reconhecendo a
iluminada
visitante,
atirou-se de
joelhos, e
gritou em
lágrimas, que
subitamente
banharam-lhe o
rosto,
exclamando:
“Mamãe!
Novamente você
vem salvar-me,
descendo do
paraíso até o
inferno em que
me encontro?”
Ela lhe
respondeu:
“Donatien
Alphonse, venho
em nome do Amor
para estar
contigo. Ainda
não mereço o
paraíso nem te
encontras no
inferno. Estamos
ambos na Casa do
Pai, em regiões
diferentes, a
serviço das Suas
incomparáveis
Leis. Tem bom
ânimo e renasce
para a vida,
mais uma vez,
arrancando do
teu íntimo o
câncer que te
vem consumindo
há tanto tempo.
É chegado o
momento de
recomeçar...”
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 16: O
reencontro.)
C. Ninguém pode
fugir ao divino
tropismo, fonte
geradora de toda
energia e vida?
Sim. Foi
exatamente isso
que
Marie-Eléonore
disse a seu
filho. Eis suas
palavras: “Dia
próximo se
anuncia em que a
fraternidade
legítima
estenderá braços
protetores a
todos os
indivíduos. Os
sicários de
agora se
tornarão
protetores das
suas antigas
vítimas e os
maus dar-se-ão
conta da
necessidade de
se tornarem
bons, a fim de
fruírem de
felicidade, no
convívio ideal,
construindo o
mundo melhor
anunciado por
Jesus. Todos, no
processo da
evolução,
experimentam
erros e acertos,
optando por
quais recursos
mais
utilizar-se, a
fim de
encontrarem a
dita que
almejam. Alguns,
que se
equivocam,
detendo-se na
alucinação que
elegem como meio
de ventura,
agredindo-se e
ao determinismo
das Leis
Divinas, podem
demorar-se por
largo período no
engodo, até o
momento em que
soa a sua
libertação, não
mais suportando
as amarras nas
quais
estertoram. Luze
sempre a
claridade do
amor na sombra
mais densa e a
misericórdia de
Deus está sempre
próxima de
todos, bastando
apenas que cada
um se permita
sintonizar com
os valores
elevados do
Espírito, para
ser beneficiado
e começar a sua
libertação. Por
mais se alonguem
os dias do
terror e da
enfermidade
espiritual,
sempre chega o
momento da paz e
da cura
apontando o
roteiro para
Deus. Ninguém,
desse modo,
poderá fugir
desse divino
tropismo que é a
fonte geradora
de toda energia
e vida”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 17:
Libertação e
felicidade.)
Texto para
leitura
151. O
marquês insiste
com sua
arrogância
– Madame X
estava
sinceramente
comovida, e no
apelo que lhe
partia do imo
exteriorizavam-se
as energias que
lhe foram
ministradas nos
dias
precedentes,
fortalecendo-a
para aquele
encontro
singular. O
rosto do marquês
congestionou-se
e ele parecia
pronto para uma
explosão sem
precedentes.
Iracundo e
cínico,
deblaterou: “Que
tribunal
ridículo é este?
Estive, na
Terra, muitas
vezes, diante de
juízes e
acusadores, de
severos
justiceiros e de
cínicos membros
do puritanismo
social, que se
apresentavam
como portadores
da verdade, da
dignidade e do
respeito humano.
Esses mesmos
hipócritas
promoviam as
guerras, em
algumas das
quais estive
defendendo-os e
à França,
enquanto eles se
escondiam para
fugirem às
batalhas. No
entanto, não
trepidavam em
punir-me com a
sua falsidade,
porquanto não
poucos se
permitiam
realizar às
ocultas os
prazeres que
criei,
condenando-me em
mecanismos de
autopunição, que
não tinham
coragem de
infligir-se.
Nada mudou,
inclusive entre
os mortos. E são
os senhores os
representantes
da verdade, da
honradez, da
felicidade
humana que me
querem impingir
culpas, que não
as tenho,
pensando em
mudar-me o
destino? Estão
profundamente
enganados,
porque também eu
conheço alguns
dos mecanismos
das Leis que
regem o
Universo. Eu
somente me
permiti fazer o
que achei melhor
para mim mesmo e
para todos
aqueles que, à
minha
semelhança,
desejavam uma
vida de prazer e
não tinham
coragem de
realizá-la. Eu
apenas
direcionei-os
para o que
sempre
desejaram.
Gênio, que
sempre fui,
soube cercar-me
de amigos e
cooperadores que
me compartiam as
experiências e
se extasiavam
com as mesmas.
Por isso, a
justiça, sempre
corrupta, não
conseguiu
vencer-me”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 16: O
reencontro.)
152. Uma
visita
surpreendente
– “Ninguém
deseja violentar
o sofrido
amigo...”,
interferiu o
irmão Anacleto.
Mas,
interrompendo-o,
o marquês
interrogou:
“Como se atreve
dizer que sou um
sofrido amigo?
Nem sou sofrido
e muito menos
seu amigo. Eu
sou um dos
senhores da
cidade do
prazer, sem
dúvida, sem
amigos, porque
sou poderoso e
estes não têm
amigos e sim
áulicos,
bajuladores...
Não me venha,
pois, com
pieguismos
cristãos, de que
me libertei
quando ainda
jovem, embora a
Religião da
época me tenha
absolvido e me
sepultado com as
suas bênçãos
que, como vê,
não adiantaram
nada...”
Mantendo-se
inalterado, o
Benfeitor
prosseguiu,
calmo e seguro:
“O nosso sofrido
amigo está
também cansado
da farsa que se
vem permitindo,
porque, na
relatividade das
ações infelizes,
momento sempre
chega em que o
indivíduo,
saturado e
aturdido, busca
a realização
suprema da vida,
que é o amor. E
o amor é a única
resposta para
todas as
questões
perturbadoras da
Humanidade”.
Nesse momento,
todos escutaram
uma doce voz que
lhes chegava de
Esfera Superior
e alcançava-lhes
a acústica da
alma, produzindo
em todos elevada
emotividade. O
venerável Dr.
Bezerra de
Menezes
dirigiu-se à
porta de entrada
da sala e
recebeu nobre
Entidade
acolitada por
mais dois
Espíritos
elevados, a
qual, envolta em
diáfana
luminosidade,
entoava
comovedora
canção de ninar.
Os sofredores,
surpreendidos
pelo doce enlevo
e encantamento
dos visitantes,
não puderam
esconder a
emoção que os
tomou, enquanto
Philomeno e seus
colegas,
igualmente
felicitados pelo
inesperado
acontecimento,
deixaram-se
envolver pela
misericórdia de
Deus, tomados
pela expectativa
dos próximos
acontecimentos.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 16: O
reencontro.)
153. O
marquês revê sua
mãe e chora
– Era a primeira
vez que
Philomeno
participava de
uma atividade
espiritual de
grande porte e
acontecia algo
semelhante, com
fins
psicoterapêuticos,
ao mesmo tempo
de alto
significado.
Ele,
evidentemente,
não pôde evitar
a curiosidade
que bailava em
sua mente. Quem
seria a virtuosa
visitante? Qual
a finalidade da
sua presença? A
entidade
espiritual, ao
adentrar o
recinto e
fazê-lo recender
peculiar aroma
espiritual,
acercou-se do
marquês de Sade,
envolvendo-o em
um olhar
inesquecível. As
vibrações
superiores
tomavam a todos
os que ali
estavam,
produzindo
inefável
sensação de paz.
O trânsfuga
espiritual,
reconhecendo a
iluminada
visitante,
atirou-se de
joelhos, e
gritou em
lágrimas, que
subitamente
banharam-lhe o
rosto,
exclamando:
“Mamãe!
Novamente você
vem salvar-me,
descendo do
paraíso até o
inferno em que
me encontro?”
Ela lhe
respondeu:
“Donatien
Alphonse, venho
em nome do Amor
para estar
contigo. Ainda
não mereço o
paraíso nem te
encontras no
inferno. Estamos
ambos na Casa do
Pai, em regiões
diferentes, a
serviço das Suas
incomparáveis
Leis. Tem bom
ânimo e renasce
para a vida,
mais uma vez,
arrancando do
teu íntimo o
câncer que te
vem consumindo
há tanto tempo.
É chegado o
momento de
recomeçar...”
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 16: O
reencontro.)
154.
Marie-Eléonore
fala ao filho
– Enquanto a
genitora,
aureolada de
luz, confortava
o filho, o irmão
Anacleto
informou
mentalmente a
Philomeno:
“Trata-se da
veneranda mãe do
infeliz marquês,
que na Terra se
chamava
Marie-Eléonore,
que não poucas
vezes
utilizou-se da
influência do
nome e da sua
posição na
Corte,
especialmente
como dama de
companhia da
princesa de
Conde, para
libertar do
cárcere e mesmo
da pena de morte
o filho inditoso
e rebelde.
Havendo
desencarnado com
a alma
dilacerada pelas
atrocidades que
o mesmo
praticara contra
muitas vidas,
sofrida ante a
herança nefanda
que o mesmo
atirara sobre o
nome da família,
vem trabalhando
desde então para
este encontro,
que somente hoje
foi possível
realizar. Uma
das Entidades
felizes que a
acompanham é o
abade Amblet,
que foi o
preceptor
particular do
marquês e
procurou ser-lhe
amigo fiel por
toda a vida,
mesmo durante as
loucuras que o
levaram, por
fim, ao
manicômio no
término da
existência
malfadada. Como
se pode
depreender,
nunca falta a
presença da
misericórdia de
Deus ao mais
terrível
infrator, como
abençoado sol
que aquece o
pântano, que
dele sequer
dá-se conta, a
fim de
purificá-lo, sem
pressa nem
punição”. A
nobre visitante
ergueu o filho
infeliz e
envolveu-o em um
abraço de
ternura, mas
ele, tentando
desvencilhar-se,
acentuou: “Eu
sou todo
podridão,
enquanto você é
o lírio mais
puro que medra
no jardim
irrigado de
Sol”. “Filho da
alma! - retrucou
a Entidade
elevada. Somos
todos filhos do
mesmo Pai, que
nos gerou para a
felicidade e
nunca para a
permanente
desventura.
Escolhemos o
difícil caminho
por livre opção,
e, não poucas
vezes,
demoramo-nos nos
desvios, até o
instante em que
nos chega o
socorro, a
segura diretriz
que nos liberta
de nós próprios.
E este é o nosso
instante. Em
muitas ocasiões
tentei
visitar-te na
tua cidade, mas
o momento não
era chegado.
Tenho ouvido as
rogativas de
muitas mães,
cujos filhos
tombaram nas
redes do seu
desar, alguns
dos quais lá
permanecem nas
furnas e antros
de perversidade
e insensatez,
cansados de
sofrer e loucos
por novos
prazeres que não
sabem mais
experienciar.
Reconheço que
cada um de nós
escolhe sempre o
caminho com o
qual mais se
identifica,
permanecendo
nele enquanto
convém. No
entanto, aqueles
que nos induzem
a determinadas
atitudes, se não
são responsáveis
diretos pela
ocorrência,
são-no
indiretamente,
por haverem
contribuído para
a eleição das
mesmas. E, no
caso, o filho
querido tem sido
estímulo e
modelo,
encantamento e
motivação para
que muitas
patologias
sexuais
encontrem campo
de
exteriorização e
mercado para o
seu estranho
infeliz
comércio.”
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 17:
Libertação e
felicidade.)
155.
Ninguém pode
fugir ao divino
tropismo
– A nobre dama
fez uma breve
pausa, a fim de
que todos se
impregnassem dos
seus sábios
conselhos,
permitindo que
se ouvissem os
choros
convulsivos de
Rosa Keller e de
Madame X,
amparadas pelos
Mentores do
labor
espiritual. Logo
após, deu
prosseguimento,
argumentando:
“Dia próximo se
anuncia em que a
fraternidade
legítima
estenderá braços
protetores a
todos os
indivíduos. Os
sicários de
agora se
tornarão
protetores das
suas antigas
vítimas e os
maus dar-se-ão
conta da
necessidade de
se tornarem
bons, a fim de
fruírem de
felicidade, no
convívio ideal,
construindo o
mundo melhor
anunciado por
Jesus. Todos, no
processo da
evolução,
experimentam
erros e acertos,
optando por
quais recursos
mais
utilizar-se, a
fim de
encontrarem a
dita que
almejam. Alguns,
que se
equivocam,
detendo-se na
alucinação que
elegem como meio
de ventura,
agredindo-se e
ao determinismo
das Leis
Divinas, podem
demorar-se por
largo período no
engodo, até o
momento em que
soa a sua
libertação, não
mais suportando
as amarras nas
quais
estertoram. Luze
sempre a
claridade do
amor na sombra
mais densa e a
misericórdia de
Deus está sempre
próxima de
todos, bastando
apenas que cada
um se permita
sintonizar com
os valores
elevados do
Espírito, para
ser beneficiado
e começar a sua
libertação. Por
mais se alonguem
os dias do
terror e da
enfermidade
espiritual,
sempre chega o
momento da paz e
da cura
apontando o
roteiro para
Deus. Ninguém,
desse modo,
poderá fugir
desse divino
tropismo que é a
fonte geradora
de toda energia
e vida”. E
dirigindo-se
diretamente ao
marquês, ela
falou:
“Aproveita,
portanto, meu
amado Donatien,
para recomeçares
a trajetória,
que neste
momento se
encontra nublada
de sombras e
plena de
misérias, para
poderes fruir da
paz que, desde
há muito,
perdeste em
relação a ti
mesmo e a todos
nós, que te
queremos”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 17:
Libertação e
felicidade.)
(Continua no
próximo número.)