BRUNO ABREU
viandante.geela@gmail.com
Lubango, Angola
|
|
O pensamento, a vontade
e a verdade
“Conhecereis a
Verdade e ela
vos libertará” –
este foi um dos
enormes
ensinamentos
deixados há
2.000 anos pelo
Mestre da Vida,
Jesus Cristo.
Que verdade é
essa de que o
Mestre nos fala?
O mundo vive em
insistente caos
causado por nós;
é muito fácil
fugirmos a esta
responsabilidade
com afirmações
de que não somos
nós a causa da
guerra, ou da
fome, ou do
caos, e por aí
afora, mas todos
esses horrores
nascem da raiz
do ser humano,
daquilo que nos
forma
individualmente
e, generalizado,
constitui a
sociedade.
A raiva ou o
ódio
individualizado
que desponta
esporadicamente
contra um
conhecido, em
efeito coletivo,
é o impulso ao
início de uma
guerra por parte
de uma nação; a
inércia que nos
faz ficar em
casa no tempo
que poderíamos
tirar a fome a
alguém é a
“alimentação” de
uma fome
planetária;
todos os atos ou
a falta deles de
forma individual
são a
representação
dos mesmos atos
cometidos em
grupos com
efeitos de maior
dimensão.
O início e a
sustentação das
coisas negativas
no planeta são
de fonte humana,
porque, como
Santo Agostinho
afirma, o mal é
nascido em nós,
não existe de
forma natural, e
se nós, almas
encarnadas,
mentes ou
consciências,
como quiserem
chamar, somos a
fonte, o rio é o
pensamento que
desponta no mar
das ações.
Jesus indica-nos
que serão as
nossas ações que
serão “medidas”.
Por que as ações
e não os
pensamentos? O
que é o
pensamento?
O pensamento é
um fluxo
impressionante
de
formas-energias
geradas por nós,
por outros
encarnados,
desencarnados,
no presente ou
no passado, que
se movimentam em
nosso planeta.
Estará esta
afirmação
correta?
Incorreta não
está, poderá é
estar
incompleta.
Vejamos se assim
é.
Podemos nós
criar
pensamentos? Sem
dúvida, somos
seres pensantes
que colocamos
ideias e
raciocínios fora
de nós e em
movimento na
órbita
terrestre, que
chegarão aos que
se afinizam com
eles.
Poderão os
pensamentos de
outros
encarnados
chegar a nós? É
necessária uma
afinização entre
os seres, por
vezes gerada por
anos de
companheirismo
ou afinidade de
desejos e formas
de vida, mas não
há dúvida que a
transmissão de
pensamentos
entre encarnados
é algo de muito
comum, aliás não
só de
pensamentos, mas
de sentimentos e
emoções.
Entre
desencarnados e
encarnados? O
“sucesso” das
obsessões é a
maior prova de
que a partilha
ou imposições de
pensamentos
entre encarnados
e desencarnados
são uma
realidade, não
deixando dúvidas
sobre este tema.
O Mestre Jesus
aconselha-nos a
vigiar
constantemente
nossos
pensamentos, e
continua o
conselho para
que oremos
quando a
tentação
aparecer em
forma-pensamento,
aliás essa é a
única forma em
que esta pode
aparecer.
Existe um
movimento
impressionante
na mente, comum
a todos nós e
repetitivo –
pensamento,
nascimento da
vontade ou
desejo, ação.
Saltando o meio
teremos a ação
após o
pensamento e
isto nos parece
tão natural que
nem nos traz
dúvidas, mas a
minha dúvida
está no
princípio. Se
nem todos os
pensamentos são
meus, como vimos
atrás, por que
ajo após estes
de forma
inquestionável
parecendo o trem
e as carruagens?
Não seria lógico
colocarmos em
questão cada
pensamento que
aparece em nós?
Há milhares de
anos que viemos
reencarnando,
estando
habituados a
esse movimento,
e ele funciona
de tal forma
sincronizado que
muitas das
vezes, segundo a
espiritualidade,
não nos
conseguimos
libertar nem
quando
desencarnamos. A
forma como
agimos
instintivamente
depois de
pensarmos
tornou-se uma
natureza humana,
e é demonstrada
pela minha forma
de estar que o
“pensamento é
meu”, uma posse
do ser.
Há dois mil anos
Paulo de Tarso
nos disse que
temos que nos
levantar do sono
profundo que
parece a
“morte”, e os
Espíritos
Superiores que
trazem a
Doutrina
Espirita
alertam-nos que
somos conduzidos
muitas das vezes
em nossa
reencarnação por
uma
Espiritualidade
inferior.
Muitos dos
sábios que
passam na Terra,
nas diferentes
culturas e
doutrinas,
deixam-nos o
recado de que
nós somos a
criação do mal
em si, vindo ele
do pensamento;
como poderemos
alterar isto?
Primeiro é
necessário que
vejamos com toda
a certeza que o
mal terreno é
nascido no
pensamento, com
tanta certeza
como vemos a
matéria, não
deixando dúvidas
para a ilusão de
que eu não faço
nada de errado.
A consciência da
forma de como o
pensamento
funciona é a
grande abertura
da vontade de
ver o movimento
da existência.
Nós só podemos
iniciar o
aprendizado
sobre algo
quando se torna
clara para nós a
ignorância sobre
esse tema, por
isso, na área
psicológica de
cada um, o
sofrimento ser
tão necessário.
Ao vermos os
erros cometidos
pela mente, por
nós, que nascem
em
forma-pensamento,
colocamos em
questão cada
pensamento,
porque com o
caminhar da ação
percebemos que
mesmo os que nos
pareciam tão
certos por vezes
são
completamente
errados, que a
ilusão de
conhecimento
pode acontecer
em qualquer
instante sem que
nos apercebamos,
e essa é a
verdadeira
ilusão. O
pensamento é
filho do
Egocentrismo e
este, por sua
vez, um
fortalecimento
do primeiro,
tornando-se um
labirinto
complexo
enrodilhado que
nos mantém em um
sono
hipnotizante da
resolução de um
passado que nada
podemos fazer,
ou a criação de
um futuro
ilusório com as
marcas do
passado, porque
é assim que o
pensamento
funciona, ele
não tem lugar no
instante
presente porque
esse minúsculo
espaço de tempo
apenas pode
conter
observação;
quando ele
existe passa a
ser passado ou
um ilusório
futuro, mesmo
quando indagamos
o presente para
o observarmos,
temos que o
deixar.
Ao nos
apercebermos
disso como uma
realidade, o
passo seguinte
é…
Seria bom que
pudesse ser
transmitido ou
que eu o
soubesse
transmitir, mas
isso é o
conhecimento que
nos trouxe onde
estamos.
Compreender o
funcionamento do
pensamento, não
de um pensamento
no seu sentido,
mas do
pensamento, do
seu
funcionamento,
só por si, é um
grande passo que
transforma nossa
vida e cria
diretrizes
diferentes. Não
é o único passo
mas é o
primeiro, não
com palavras ou
com teorias como
as linhas que
foram escritas,
mas na vivência
das relações,
observando cada
ato, vigiando
cada nascimento.
Tal como o
Mestre nos
disse: “A letra
mata mas o
Espírito
vivifica".