Espírita cristão deve ser
o claro objetivo de
nossa instituição
Sabemos que o
Espiritismo tem
por finalidade a
nossa reforma
íntima, porém,
percebemos que,
no Movimento
Espírita
brasileiro,
coexistem
interpretações
diferentes sobre
a rota segura de
se lograr esse
escopo. Não há
dúvida de que
essas diferenças
fazem parte do
processo, porém,
precisamos estar
atentos ao lidar
com as
divergências das
práticas,
considerando-se
os múltiplos
níveis de
consciência.
É compreensível
que confrades
intelectualizados,
ainda não
moralizados, ao
ingressarem nas
hostes
espíritas,
imponham seus
pontos de vista,
“racionalmente”,
diversas vezes,
em confronto com
a Codificação.
Porém, como o
Espiritismo está
muito acima das
ilações
academicistas,
as discrepâncias
metodológicas
não chegam a
afetar a
Doutrina em si,
em seu contexto
já consolidado.
Todavia,
costumam gerar
alguns óbices ao
Movimento, que a
superioridade
das boas
práticas
doutrinárias
culminará por
superar, com o
tempo, esses
embaraços.
Observamos
diversas vezes,
entre os adeptos
do Espiritismo,
um comportamento
encharcado de
misticismos,
profundamente
clerical, na
maneira de
interpretar e de
praticar a
Doutrina
Espírita. Essa
postura
inadequada tem
gerado problemas
complicados de
serem
contornados no
seio do
Movimento
Espírita, como a
ritualização de
práticas
bizarras, abuso
de poder nas
hierarquias das
diretorias de
Centros
Espíritas, e
outras
dificuldades que
desequilibram
todo um
conjunto.
Experimentamos
uma conjuntura
de difíceis
transformações,
pois o povo
brasileiro
herdou uma
péssima educação
religiosa
ancestral. Bom
seria se os
cônscios adeptos
do Espiritismo
conseguissem
extirpar,
definitivamente,
esse mal
progressivo que
acarreta
prejuízo ao
Movimento
Espírita.
A visão
contemplativo-religiosa
da Doutrina,
ainda, coloca-se
como
prioritária,
para,
supostamente,
atender, mais de
imediato, os
sofrimentos
morais,
econômicos,
sociais,
emocionais, que
açoitam a
sociedade
contemporânea. A
visão de um
Espiritismo sob
o ângulo
cientificista é
compreensível,
somente, para
aqueles
confrades de
formação
acadêmica e que
se dedicam a
eventuais
experiências
para, apenas,
reconfirmarem os
fatos que, desde
o mestre lionês,
já foram
sobejamente
provados.
Todavia, ao
invés da
ritualística
mística, que tem
minado o
edifício
doutrinário, e
avesso aos
embates extremos
cientificistas
que cristalizam
o sentimento,
cremos que o
razoável será a
entronização dos
conceitos
filosóficos
doutrinários,
ensejando, desse
modo, um
comportamento
ético-moral
saudável, no
qual a
consequência
religiosa será
inevitável,
porém, distante
das fórmulas que
identificam as
religiões
utilitaristas,
apresentando-se
como seitas que
já estão, de há
muito tempo,
superadas.
A Doutrina
Espírita é pura
e incorruptível.
Porém, o
Movimento
Espírita, ou
seja, a
organização dos
homens para
praticá-la e
divulgá-la é
suscetível dos
mesmos graves
prejuízos que
dificultaram a
ação do
cristianismo
tradicional,
hoje bastante
fracionado. Por
muitas e justas
razões, devemos
ficar atentos
aos que se
tornam líderes
esquisitos e
esdrúxulos, com
comportamentos
alienados,
procurando
apresentar
propostas de
exaltação do seu
ego e gerando, à
sua volta, uma
mística que,
infelizmente,
vem desaguando
em determinadas
posturas,
absolutamente
incompatíveis
com o
Espiritismo.
Conhecemos
práticas
estranhíssimas
ao Projeto
Espírita, a
saber:
dirigentes
promovendo
casamentos,
crismas,
batizados,
velórios (tudo
no salão de
palestras), além
das sempre
“justificadas”
rifas e tômbolas
nos Centros,
festival da
caridade,
tribuna para a
propaganda
político-partidária,
preces cantadas
etc. Isso, sem
nos
aprofundarmos
nos inoportunos
trabalhos de
passes com
bocejos, toques,
ofegações,
choques anímicos
(?), estalação
dos dedos,
palmas,
diagnósticos
pela “vidência"
sobre doenças e
obsessões,
apometrias,
desobsessão por
corrente
magnética etc.
Preservar,
portanto, o
trabalho de
divulgação
doutrinária,
corretamente,
sem os infelizes
desvios que se
observam em
alguns setores
do nosso
Movimento, é
dever que
devemos impor a
nós mesmos, ou
seja, fidelidade
aos preceitos
Espíritas.
O mestre lionês
sempre
preconizou a
unidade
doutrinária. Não
há o menor
espaço para
compor com
outras ideias
que não sejam,
ou convergentes
e em uníssono
com as suas, ou
reflexos
resplandecentes
delas. Unidade
doutrinária foi
a única e
derradeira
divisa de Allan
Kardec, por ser
a fortaleza
inexpugnável do
Espiritismo. Por
isso, necessita
ser o nosso
lema, o nosso
norte, a nossa
bandeira. A via
mais segura para
esse desiderato
é a do
esclarecimento,
do estudo, do
convencimento
pela razão e
pelo amor,
jamais pelos
anátemas,
óbvio!...
Para os mais
radicais, a
pureza
doutrinária é a
defesa
intransigente
dos postulados
espíritas, sem
maior
observância das
normas
evangélicas;
para os não
menos
extremistas, é a
rígida igualdade
de tipos de
comportamento,
sem a devida
consideração aos
níveis
diferenciados de
evolução em que
estagiam as
pessoas. A
rigor, os
espíritas não
são proibidos de
coisa alguma,
mas precisam
saber que devem
arcar com a
responsabilidade
de todos os
atos,
conscientes do
desequilíbrio
que possam
praticar. Que
terão que
reconstruir o
que destruírem e
responderão pelo
mal praticado e
harmonizarão o
que
desarmonizarem.
É da Lei de
Causa e Efeito!
Portanto, do
exposto,
reafirmamos que
espírita cristão
deve ser a nossa
conduta, ainda
mesmo que
estejamos em
duras
experiências.
Espírita cristão
deve ser a
designação do
nosso nome,
ainda mesmo que
respiremos em
aflitivos
combates
íntimos.
Espírita cristão
deve ser o claro
objetivo de
nossa
instituição,
ainda mesmo que,
por isso, nos
faltem as
passageiras
subvenções e
honrarias
terrestres,
consoante nos
ensinam os
Espíritos
superiores.