O homem e a
geração
do futuro
Revendo as
edições
anteriores do
jornal "O
Semeador", órgão
da Federação
Espírita do
Estado de São
Paulo, encontrei
no número 632,
referente à
segunda quinzena
de outubro de
1990, texto
final de uma
série que o
jornal publicou
da palestra
proferida em 16
de junho de
1985, no Setor
III da
Fraternidade dos
Discípulos de
Jesus, da
Aliança Espírita
Evangélica, na
capital
paulista, por
Valentim
Lorenzetti
(17/2/1938 -
14/8/1990) sobre
o tema "O Homem
do Futuro".
Lorenzetti fala
sobre algumas
características
que, segundo Cal
Rogers,
identificam o
homem do futuro:
o indivíduo
aberto para
novas maneiras
de ver e de ser,
novas ideias,
novos conceitos.
Respeitador da
experiência de
seu semelhante.
São pessoas
dedicadas ao
outro.
Profundamente
harmonizado com
a natureza e com
as Leis Divinas,
é ligado à
flora, à
Ecologia, ao
respeito pelos
animais. Acha
que as
instituições são
feitas para
servir ao homem.
É contra a
instituição
rígida,
inflexível, que
não muda nunca,
que é a mesma
coisa há
milênios, ou há
dezenas de anos;
que não absorve
a experiência de
ninguém, que não
quer saber da
experiência de
outrem.
O homem do
futuro é um
homem que
cresceu, é um
homem adulto.
Não precisa
ninguém
dizer-lhe: faça
isso. Sabe
exatamente o que
é essencial para
ele. É muito
mais ligado às
coisas
espirituais.
Seus heróis são
personalidades
com Mahatma
Gandhi, Martin
Luther King,
Teilhard de
Chardin.
Lorenzetti
reporta-se a
Allan Kardec, no
capítulo XVIII
de A Gênese, quando
fala sobre
a nossa geração,
a mesma geração
retratada por
Rogers em seu
livro e em sua
obra
psicológica: uma
geração moral. Diz
que cabe a nós
reforçarmos a
chegada desse
homem. Ele pode
estar entre nós.
Entre nossos
filhos, em casa,
entre nossos
amigos.
O homem do
futuro é o que
apresenta todas
as
características
do homem de bem,
explícitas em O
Livro dos
Espíritos, de
Allan
Kardec, questão
918: o que
pratica a lei de
justiça, de amor
e de caridade na
sua mais
completa pureza;
faz o bem pelo
bem; é bom,
humano
e benevolente;
considera os
dons como
depósitos, para
serem usados
para o bem;
trata com
bondade e
benevolência
a todos; é
indulgente para
com as fraquezas
dos outros; não
é vingativo;
respeita os
direitos dos
semelhantes,
como desejaria
que respeitassem
os seus.
São esses
Espíritos que
contribuirão
para a
regeneração da
Humanidade.
Contudo,
segundo A
Gênese, essa
regeneração não
exige a
renovação
integral dos
Espíritos, mas a
modificação em
suas disposições
morais, que se
opera em todos
os que
estejam dispostos.
Composta por
Espíritos
melhores ou
Espíritos
antigos que se
melhoraram, diz A
Gênese que
"o resultado é
sempre o mesmo.
Desde que trazem
disposições
melhores, há
sempre uma
renovação,
Assim, segundo
suas disposições
naturais, os
Espíritos
encarnados
formam duas
categorias: de
um lado, os
retardatários,
que partem; de
outro, os
progressistas,
que chegam. O
estado de
costumes da
sociedade
estará,
portanto, no
seio de um povo,
de uma raça, ou
do mundo
inteiro, em
relação com
aquela das duas
categorias
que preponderam".
Ainda no
capítulo citado,
em "Sinais
dos Tempos": "a
geração que
desaparece
levará consigo
seus erros e
prejuízos; a
geração que
surge,
retemperada em
fonte mais pura,
imbuída de
ideias mais sãs,
imprimirá ao
mundo
ascensional
movimento, no
sentido do
progresso moral
que assimilará a
nova fase da
evolução
humana".