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Crônicas e Artigos

Ano 11 - N° 513 - 23 de Abril de 2017

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS 
afv@uol.com.br 
São Paulo, SP (Brasil)

 



A necessidade da coerência


O Papa Francisco continua marcando o seu pontificado por posições firmes e destemidas. Como cristão e líder da mais expressiva agremiação religiosa do mundo, ele não se furta a tratar com desenvoltura certos temas espinhosos. É verdade que aqui e ali se lê alguns jornalistas criticando a sua suposta falta de refinamento intelectual. Há também vozes discordantes dentro da própria estrutura hierárquica da Igreja Católica que questionam o seu estilo e prioridades. Mesmo assim, ele tem tido a coragem moral de enfrentar problemas delicadíssimos. É inquestionavelmente um líder pragmático que não se rende a hipocrisias.

Recentemente, ele tocou num tópico que, se bem observado, extrapola os redutos do Catolicismo, ou seja, aquelas pessoas que demonstram falta de coerência doutrinária. Segundo as suas palavras, “É um escândalo dizer uma coisa e fazer outra. Isto é uma vida dupla". Ele afirmou ainda que algumas dessas pessoas deveriam simplesmente dizer: "minha vida não é cristã, eu não pago aos meus funcionários salários apropriados, eu exploro pessoas, eu faço negócios sujos, eu lavo dinheiro, [eu levo] uma vida dupla".

Creio que a crítica emitida por Francisco, embora circunscrita ao seu rebanho, ecoa por toda a parte. A humanidade ainda tateia no campo da ética, apesar dos avanços legislatórios. Em razão disso, a maioria ainda tem grande dificuldade para se ajustar plenamente à moral cristã que é límpida e transparente. Ademais, é notório que as religiões têm sido palco de grandes “escândalos”, que acabam por arrefecer os ímpetos da fé, especialmente nas almas ainda vacilantes. As falhas atreladas, de uma forma ou de outra, às religiões sempre produzem considerável decepção. Também é fato que muitos líderes religiosos têm fracassado dramaticamente. E a tibieza nessa área desperta dúvidas e receios justificados.

Ao professarmos o padrão cristão de entendimento – independente da corrente religiosa à qual estamos ligados –, é imperioso nos questionarmos como estamos exercendo o nosso mandato diário. Desse modo, a pergunta vital é: estou me comportando, de fato, como um cristão? Estou cumprindo o desafio de ser melhor? Consegui incorporar ao meu eu esses valores universais? Tais indagações são pertinentes, pois como bem esclareceu Jesus, “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon” (Mateus, 6: 24). Se, de fato, tomamos Jesus por modelo e guia, então, é forçoso trabalhar para que haja sintonia entre os nossos discursos e os nossos atos.

Jesus, é verdade, não nos pediu pouco. A sua recomendação foi a de que buscássemos nada mais nada menos do que a perfeição absoluta. Todavia, ele também nos acenou com recompensas inimagináveis: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João, 11: 25). Com efeito, muitos dos males que atingem o planeta na atualidade decorrem do pífio entendimento do significado da vida. Para muitos, infelizmente, a existência corporal continua sendo um processo irrefreável de ajuntamento e acúmulo de tesouros perecíveis que, em muitas ocasiões, são conquistados através da exploração e falta de escrúpulos.

Para esses indivíduos, aliás, a religião representa apenas um meio para atingir objetivos sinistros. Por essa razão, eles apresentam um grau de espiritualidade extremamente baixo e/ou inexpressivo. São religiosos na acepção da palavra, embora espiritualmente analfabetos. Falta-lhes, em suma, um pensamento mais profundo, um raciocínio mais elevado, um desejo transcendente que lhes ajudariam a abdicar das coisas transitórias ainda abundantes nesse mundo. No entanto, as suas conquistas nesse particular são tão rasas que eles não conseguem atinar para a advertência do Mestre nazareno: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação (João, 5: 29).

Portanto, sem a prática da coerência não se pode aspirar algo melhor do outro lado onde a vida continua, sim, estuante para alguns, enquanto para outros (rebeldes) é repleta de pesadelos aparentemente sem-fim. Nesse sentido, cumpre reconhecer que enquanto o Papa Francisco alerta com acerto sobre o deslize da vida dupla, o Espiritismo (o Cristianismo redivivo), por sua vez, nos informa sobre as dolorosas consequências daí advindas e que deverão ser enfrentadas posteriormente.  




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita