A. Que
particularidade
revela a
comunicação
relatada
pela Srta.
Anne
Stockinger e
transcrita
por Bozzano
nesta obra?
O relato
feito pela
Srta. Anne
Stockinger –
classificado
neste livro
como Caso 34
– mostra que
os Espíritos
sabem
perfeitamente
o que ocorre
em nossas
vidas e
podem
perfeitamente,
caso não
exista
impedimento,
revelá-lo.
Essa é, por
sinal, uma
constante
nas
diferentes
experiências
em que a
comunicação
entre vivos
é
intermediada
por
Espíritos. O
relato a que
nos
referimos,
devidamente
documentado,
foi
publicado no Journal
of the
American
Society for
Psychical
Research (1916,
pág. 291). (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
B. No caso
relatado em
seguida –
Caso 35 –
observa-se
uma
circunstância
que por si
só basta
para
demonstrar
sua origem
genuinamente
espírita.
Que
circunstância
é essa?
O caso faz
parte do
livro da
Sra.
Florence
Marryat, There
is no death. É
que nas
experiências
por ela
relatadas os
dois grupos
de
experimentadores,
em vez de
fazerem as
sessões na
mesma
ocasião,
reuniram-se
em dias
separados,
isto é, nas
noites de
terça e
quinta-feira.
Em tais
circunstâncias,
não é mais
possível
recorrer-se
a uma
interpretação
mais ou
menos
telepática
dos fatos e,
portanto,
não é
possível
classificá-los
entre os
fenômenos de
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
porque a
mensagem
telepática
não pode,
certamente,
levar dois
dias no
espaço à
espera de
que se reúna
um grupo de
experimentadores
longínquos a
que teria de
ser
transmitida,
pois
fatalmente e
instantaneamente
deveria
percorrer o
seu caminho
pelo éter. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
C. No
episódio que
envolveu o
Capitão
Henry L., há
um pormenor
que reforçou
de modo
notável a
autenticidade
da
comunicação
mediúnica
obtida. Qual
é ele?
O episódio
compõe o
Caso 36. No
ano de 1900,
o Capitão
Henry L.
partira para
a China,
onde haviam
sido
iniciadas
hostilidades
entre os
aliados e o
governo
chinês. No
dia 13 de
julho deu-se
o combate de
Tien-Tsin e
os jornais
publicaram a
lista dos
oficiais
mortos e
feridos.
Entre estes
últimos
achava-se o
nome do
Capitão
Henry L. A
mãe dele,
Sra. Willa
L., ficou
profundamente
consternada.
Na mesma
noite o Sr.
T. J. T.
propôs que
pedissem
informações
às
personalidades
mediúnicas
sobre os
ferimentos
que ele
recebera. Na
comunicação
mediúnica
obtida o
Espírito
comunicante
informou que
o Capitão
não havia
morrido,
contrariando
a informação
oficial
publicada
pelos
jornais, e o
fato
revelou-se
verdadeiro,
porque o
Capitão,
embora
bastante
ferido,
resistira e
conseguira,
conforme
informado
pelo
Espírito,
sobreviver. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
Texto para
leitura
319. Caso
34 – Destaco-o
de um longo
relato da
Srta. Anne
Stockinger
sobre as
suas
próprias
experiências
supranormais,
espontâneas
e
provocadas,
relato
otimamente
documentado
e publicado
no Journal
of the
American
Society for
Psychical
Research (1916,
pág. 291).
Ei-lo:
Naquele
período,
duas primas
nossas, as
senhoras
Nellie e
Gula Scahrtz,
ficaram
órfãs e
vieram viver
conosco,
tendo a
primeira
dezoito anos
e a segunda
quinze. Em
junho de
1902, Nellie
partiu para
Indianápolis,
em cujo
hospital
civil
ingressou
para fazer
os três anos
de prática
exigidos
para receber
o diploma de
enfermeira.
Gula e eu
continuamos
a fazer
sessões com
a mesinha e
certa noite
manifestou-se
o espírito
de uma sua
falecida
irmã. Entre
outras
coisas,
indagamos-lhe
se nos podia
dizer o que
estava
fazendo,
naquele
instante, em
Indianápolis,
a sua irmã
Nellie.
Respondeu-nos
ela:
“Esperem um
momento que
eu vou ver”
e depois de
alguns
minutos
voltou,
informando:
“Nellie não
deseja que
saibam o que
ela está
fazendo
agora, pois
se o
souberem,
ficarão
apreensivas,
com receio
de que perca
a saúde. De
qualquer
modo,
encontrei-a
escrevendo
uma carta
para vocês,
carta que
receberão
dentro de
dois dias”.
E, de fato,
a tal carta
chegou na
manhã do
segundo dia,
de modo que,
neste ponto,
a mensagem
mostrou-se
verídica,
mas ficavam
por
verificar
outras
informações.
Escrevi,
portanto, a
Nellie,
encaminhando-lhe
a mensagem
de sua
falecida
irmã, mas
não
conseguimos
saber coisa
alguma até
quatro meses
mais tarde,
quando
Nellie
regressou em
gozo de
férias.
Então ela
nos mostrou
logo uma
fotografia,
observando a
respeito:
“Eis o que
eu estava
fazendo
naquele dia
de março,
quando vocês
receberam a
mensagem.
Contrariamente
ao
regulamento
do hospital,
eu lhes
remeti
escondida a
carta que
ela lhes
disse que eu
estava
escrevendo,
mas tive bem
o cuidado de
não deixar
vocês
saberem o
que eu
estava
fazendo para
que não
ficassem
alarmadas
pela minha
saúde. Esta
fotografia
foi tirada
através da
janela da
enfermaria
em que
estava eu
encerrada”.
Via-se, na
fotografia,
Nellie junto
da figura
horrível de
um enfermo
com varíola
negra. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
320. Tal o
fato, que o
Dr. Hyslop
faz seguir
dos
comentários
abaixo:
A observação
contida na
mensagem
mediúnica,
que Nellie
não desejava
se soubesse
o que estava
ela fazendo
naquele
momento,
faz-me
lembrar as
experiências
análogas de
William
Stead, por
ele
consideradas
como
comunicações
de vivos.
O episódio
em questão
pode também
representar
o que é no
máximo
explicado
pela
telepatia e
pela
clarividência,
mas a
observação
sobre a
pessoa que
se achava
longe e que
não desejava
que os
destinatários
soubessem o
que estava
ela fazendo,
pareceria
implicar
alguma coisa
mais do que
uma leitura
passiva do
que havia em
sua
subconsciência
e tal
implicaria
também o
propósito,
por parte do
agente
mediúnico,
de não
transmitir a
informação
pedida. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
321. É
precisamente
assim, e tal
observação
parece
suficiente
para
eliminar a
hipótese de
clarividência
telepática,
mas não a de
uma
presumível
comunicação
mediúnica
entre vivos,
visto que,
em tal caso,
ter-se-ia
tratado de
uma conversa
entre duas
personalidades
integrais
subconscientes
e, em
consequência,
pareceria
ainda
verossímil
presumir-se
que a
personalidade
subconsciente
da
enfermeira
tenha podido
abster-se de
comunicar
aos parentes
uma notícia
que poderia
inquietá-los. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
322. Isto
posto, em
homenagem às
regras da
pesquisa
científica,
não parece
porém
racional
descuidar da
outra
circunstância
de que quem
se
manifestou
mediunicamente
foi a
personalidade
de uma morta
que,
interrogada
a respeito
de uma
pessoa
distante,
respondeu:
“Esperem um
momento que
eu vou ver”.
E, como o
desenvolvimento
final dos
fatos gira
inteiramente
em torno de
tal fato de
natureza
espírita,
não se pode
deixar de
comparar o
episódio aos
outros
episódios
iguais, já
citados, que
têm caráter
genuinamente
espírita,
tirando daí
a convicção
de que a
hipótese
espírita é
indubitavelmente
a mais
verossímil e
a mais
provável
também nas
circunstâncias
expostas. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
323. Caso
35 – Retiro-o
do já citado
livro da
Sra.
Florence
Marryat, There
is no death (pág.
35), que
escreve:
Eu tinha o
costume de
levar meus
filhos para
o banho de
mar no verão
e, em uma
das estações
de banho, a
fim de
verificar
até onde a
mesinha
podia
realmente
mover-se
independentemente
da
“cerebração
inconsciente”
dos homens
de ciência,
eu me
entendi com
dois amigos,
os Srs.
Helmore e
Colnaghi,
meus
habituais
companheiros
de sessão em
minha casa,
e combinamos
continuar
regularmente
as nossas
sessões
apesar da
separação:
eu, em minha
residência
de
beira-mar,
todas as
terças-feiras
à noite, e
eles em
Londres, às
quintas-feiras
à noite, e
isso a fim
de
transmitirmos
algumas
mensagens
por
intermédio
do
espírito-guia
“Charlie”.
Na sessão da
primeira
terça-feira,
eu disse a
“Charlie”:
“Pergunta-lhes
se os seus
corações
sentem minha
ausência” e
a mensagem
foi
fielmente
transmitida
pela mesinha
na
quinta-feira
seguinte. Na
segunda
terça-feira
“Charlie” se
manifestou
logo, para
transmitir,
com a mesma
fidelidade,
a resposta
dos amigos
de Londres,
que era
assim
concebida:
“Informa à
Sra. Marryat
que Londres
sem ela nos
parece um
deserto”, ao
que eu
repliquei
com muita
sinceridade,
senão com
pouca
elegância:
“Que
tolice!”
Poucos dias
após eu
recebia uma
carta de meu
amigo
Helmore, na
qual observa
ele: -
Receio que o
nosso
“Charlie” já
ande
enfadado com
a função de
portador de
cartas,
visto que,
na última
quinta-feira,
apesar de
nossa
insistência
para saber a
mensagem da
senhora, a
mesa não fez
outra coisa
senão
repetir “Que
tolice!” (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
324. No caso
exposto,
nota-se uma
circunstância
que por si
só basta
para
demonstrar a
sua origem
genuinamente
espírita e é
que, nas
experiências
em questão,
os dois
grupos de
experimentadores,
em vez de
fazerem as
sessões na
mesma
ocasião,
reuniram-se
em dias
separados,
isto é, nas
noites de
terça e
quinta-feira.
Em tais
circunstâncias,
não é mais
possível
recorrer-se
a uma
interpretação
mais ou
menos
telepática
dos fatos e,
portanto,
não é
possível
classificá-los
entre os
fenômenos de
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
porque a
mensagem
telepática
não pode,
certamente,
levar dois
dias no
espaço à
espera de
que se reúna
um grupo de
experimentadores
longínquos a
que teria de
ser
transmitida,
pois
fatalmente e
instantaneamente
deveria
percorrer o
seu caminho
pelo éter. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
325.
Segue-se daí
que, em tais
circunstâncias,
a lógica
impõe que os
fatos sejam
interpretados
conforme se
manifestam
notoriamente,
isto é,
concluindo-se
pela
presença
real de uma
personalidade
espiritual
que acolha a
mensagem e a
retenha na
sua memória,
à espera de
chegar o dia
de
transmiti-la
às pessoas
às quais se
destinam.
Não é fácil
cogitar-se
de uma
terceira
solução para
o caso em
exame. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
326. Caso
36 – Tomo-o
do Journal
of the
American S.
P. R. (1918,
págs.
728/37).
Trata-se de
um episódio
rigorosamente
documentado.
Seus
protagonistas,
devido à sua
posição
social, não
desejam que
os seus
nomes sejam
divulgados.
O Sr. T. J.
T., que
naquela
ocasião era
um alto
funcionário
do
Ministério
do Tesouro
dos Estados
Unidos,
exercitava-se
em
experiências
mediúnicas
com a Sra.
Willa L. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
327. No ano
de 1900, o
filho dessa
senhora, o
Capitão
Henry L.,
partira para
a China,
onde haviam
sido
iniciadas
hostilidades
entre os
aliados e o
governo
chinês. No
dia 13 de
julho deu-se
o combate de
Tien-Tsin e
os jornais
publicaram a
lista dos
oficiais
mortos e
feridos.
Entre estes
últimos
achava-se o
nome do
Capitão
Henry L. A
mãe dele,
Sra. Willa
L., ficou
profundamente
consternada.
Na mesma
noite o Sr.
T. J. T.
propôs que
pedissem
informações
às
personalidades
mediúnicas
sobre os
ferimentos
que ele
recebera. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
328. Estes
são os
antecedentes
do caso. O
Sr. T. J. T.
continua a
sua
narrativa
nos
seguintes
termos:
Não se
chegou a
resultado
algum, mas
no fim da
sessão a
“prancheta”
moveu-se com
a rapidez
característica
e foi
ditado: -
Sou a vossa
amiga
“Carrie P.”.
Noto que
Willa
acha-se
profundamente
preocupada.
Que
aconteceu?
Relatamos-lhe
o ocorrido,
acrescentando
que as
personalidades
mediúnicas
que se
manifestaram
não se
achavam em
condições de
fornecer
informações
sobre o
estado do
ferido.
Na noite
seguinte fui
novamente à
casa da Sra.
Willa L. e
mal apoiei a
mão sobre a
“prancheta”,
esta
imediatamente
se moveu e
escreveu:
“Sou Carrie.
Já fui
procurar o
Henry e
folgo em
informar que
ele está
vivo. Ontem
à noite,
quando a
deixei,
disse comigo
mesma: “Oh!
se eu o
pudesse ver
e aliviar a
dor da pobre
mãe!” Pois
bem, percebi
que esse
desejo
ardente me
havia posto
em condições
de vê-lo.
Está ferido
no lado
esquerdo.
Várias
artérias
cortadas,
perdeu
grande
quantidade
de sangue e
está,
portanto,
fraquíssimo,
porém resta
esperança de
cura.
Acha-se
ferido
também na
coxa
direita.”
Ficamos bem
impressionados
com tal
mensagem, em
cuja
autenticidade
acreditamos
inteiramente.
Procuramos
saber
exatamente
quais os
locais das
feridas,
porém ela
não nos
soube dizer
mais nada,
esclarecendo
que o seu
modo de
observar os
fatos não é
precisamente
o que nós
chamamos
“ver”, mas
antes uma
“impressão”
e, a seguir,
empregou
sempre o
termo
“impressão”.
Dois dias
após, o New
York Herald
publicava
uma narração
da batalha
de Tien-Tsin,
na qual se
lia o
seguinte
trecho: “O
Capitão
Henry L.
transportou
o Tenente B.
debaixo de
nutrido fogo
do inimigo,
ficando por
sua vez
ferido em um
braço e uma
perna.
Atravessou a
nado o canal
sob fogo do
inimigo, sem
nunca
abandonar o
Tenente B.
Em
consequência,
foi-lhe
amputado um
braço.”
Pedi, à
noite,
explicações
sobre o caso
a “Carrie”,
porque ela
havia
informado
que o
capitão fora
ferido do
lado
esquerdo,
quando o
telegrama
dizia de um
ferimento no
braço que
fora
amputado.
Respondeu-nos
ela que não
recebera
“impressão”
alguma de
amputação,
mas que se
tratava de
um ferimento
no braço
esquerdo, o
que estava
de acordo
com a
“impressão”
que havia
então
recebido.
Poucos dias
mais tarde,
o New
York Sun publicava
um telegrama
tratando do
Capitão
Henry L. e
informando
que ele se
achava
levemente
ferido e
dentro de
breves dias
estaria
curado.
(Soubemos
depois que
tal
telegrama
fora ditado
ao
correspondente
do jornal
pelo próprio
capitão a
fim de
tranquilizar
a sua
progenitora.)
Esse
telegrama
teve como
efeito
abalar a
minha fé nas
comunicações
mediúnicas
recebidas.
Quando, à
noite,
referi o
conteúdo a “Carrie”,
insistiu ela
em afirmar
que, ao
contrário, o
Capitão L.
se achava em
condições de
extremo
abatimento,
mas, ao
mesmo tempo,
negou que
lhe
houvessem
amputado um
dos braços.
Observa ela
a propósito:
“Li na mente
dele o
seguinte
pensamento:
Que figura
faria eu se
me
amputassem
um braço?”
Ora, penso
eu que, se
lhe tivessem
amputado um
braço,
deveria
sabê-lo.
Finalmente,
em 29 de
julho o
Almirante
Remey
telegrafou à
Sra. Willa
L. nos
seguintes
termos:
“Capitão
Henry L.
ferido por
bala no
braço
esquerdo
grande perda
de sangue
ruptura do
antebraço
amputado no
ombro cura
duvidosa.”
Tratava-se
de
informações
autênticas e
definitivas,
de sorte que
“Carrie”
ficou algo
decepcionada
ao verificar
que não
havia
recebido
“impressão”
alguma com
referência à
amputação
ocorrida. De
qualquer
modo,
continuou a
manter-nos
diariamente
informados
sobre o
estado do
enfermo,
repetindo-nos
que o seu
robusto
organismo
venceria a
prova. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F) (Continua
no próximo
número.)