Felicidade e
necessidade
Em O
Livro dos
Espíritos, o
pedagogo Allan
Kardec, na
questão 922,
finaliza
perguntando aos
Espíritos
superiores: "Há
uma medida de
felicidade comum
a todos os
homens?".
E eles
respondem: "Com
relação à vida
material,
consiste em
possuir o
necessário. Com
relação à vida
moral, consiste
na consciência
tranquila e na
fé no futuro".
É tão simples
buscar a
felicidade,
porque ela está
dentro de nós,
onde
espiritualmente
alcançamos –
quanto mais
simples for a
nossa vida, mais
fácil sermos
felizes. E o
homem mais feliz
não é o que mais
tem, mas o que
menos precisa,
sendo aquele que
tem por dever a
prática do bem.
Corre na
internet uma
página creditada
ao médium
mineiro Chico
Xavier, que fala
um pouco dessa
busca pela
felicidade com
as coisas
simples.
“Uns queriam um
emprego melhor,
outros... só um
emprego.
Uns queriam uma
refeição mais
farta, outros...
só uma refeição.
Uns queriam uma
vida mais amena,
outros... apenas
viver.
Uns queriam pais
mais
esclarecidos,
outros... ter
pais.
Uns queriam ter
olhos claros,
outros...
enxergar.
Uns queriam ter
voz bonita,
outros... falar.
Uns queriam
silêncio,
outros... ouvir.
Uns queriam
sapato novo,
outros... ter
pés.
Uns queriam um
carro, outros...
andar.
Uns queriam o
supérfluo,
outros... apenas
o necessário.”
Ele, Chico
Xavier, viveu na
simplicidade,
não tinha carro,
não tinha
celular e nem
poupança, mas
tinha amor para
atender as
pessoas e os
Espíritos.
Assim como nosso
mestre Jesus,
que sempre
atendeu a todos
os indivíduos
com alegria e
felicidade no
rosto, também
viveu na
simplicidade:
por trono, uma
manjedoura, seu
berço
emprestado; por
veículo, um
barco
emprestado, dos
pescadores; para
descanso do
corpo inerte, o
túmulo
emprestado de
José de
Arimateia; tinha
uma sandália e
uma túnica, e
como riqueza
maior os bons
amigos, seus
discípulos.
Você pode também
ser feliz. Você
quer ser feliz?
Vivemos o século
do consumismo,
onde o ter
continua se
sobrepondo a
outros valores
emocionais e
espirituais.
Sejamos felizes
com aquilo que
temos. Sejamos
comprometidos
com o bem, com a
paz, com a
fraternidade, e
moderados em
tudo que
buscarmos.
Disparam no novo
século as
doenças
depressivas,
fruto da
ansiedade e das
frustrações.
Sabe-se que o
que se é pode
gerar uma
felicidade muito
mais perene do
que o que se
tem.
A vida simples,
a consciência
tranquila e a fé
no futuro
continuam sendo
a base
espiritual do
ser para a
felicidade.
E mesmo com dor
e perdas
sentimentais,
podemos ser
felizes? Sim.
Veja o que disse
o filósofo
francês Léon
Denis: “Não
imitemos os que
maldizem a dor e
que, nas
imprecações
contra a vida,
recusam admitir
que o sofrimento
seja um bem.
Desejam fazer
uma existência a
gosto, toda de
bem-estar e de
repouso, sem
compreenderem
que o bem
adquirido sem
esforço não tem
nenhum valor, e
que, para
apreciar a
felicidade, é
necessário
saber-se quanto
ela custa. O
sofrimento
esculpe e nos
eleva a alma,
dando-lhe forma
mais pura e mais
perfeita
beleza”.
Quer ser melhor,
quer buscar a
felicidade
interior?
Ninguém a rouba
de você. Então
se esforce e se
sacrifique no
estudo e no
trabalho,
esquecendo
alegrias
passageiras e
lembrando que as
alegrias
verdadeiras
estão em nós.
Mas faça tudo
dosado, com
dedicação e na
convicção de que
assim o melhor
estará
acontecendo com
você. Só colhe
quem planta, e
quem renuncia às
satisfações
pessoais em
favor do
aprimoramento
moral e
espiritual irá
colher a
felicidade.
E, então,
descobrimos que
a maior
felicidade é a
de proporcionar
alegria e
bem-estar aos
outros do nosso
caminho.
Arnaldo Divo
Rodrigues de
Camargo é editor
das editoras EME
e Nova
Consciência.