BRUNO ABREU
viandante.geela@gmail.com
Lubango, Angola
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Sofrer ou não
sofrer, eis a
questão…
O sofrimento é
uma realidade na
vida de todos
nós, podemos
encontrar em O
Livro dos
Espíritos a
indicação direta
ao nosso
planeta,
caracterizando-o
como um planeta
de provas e
expiações, nos
indicando que o
sofrimento é uma
presença em
torno dele, o
próprio Cristo
disse-nos que a
felicidade não é
deste mundo,
alertando-nos
para as
dificuldades que
encontramos na
existência
terrena.
Por que sofremos
tanto? Haverá
alguma forma de
o diminuirmos ?
Para responder a
estas duas
perguntas temos
que tentar
perceber um
pouco o
sofrimento, como
ele nasce, onde
vive, do que se
alimenta e como
se extingue.
Será que o
sofrimento vive
no planeta em si
ou ele faz parte
da existência
psicológica da
humanidade?
Quando me aleijo
a dor aparece,
eu trate-me ou
não, consoante a
necessidade da
situação, e esta
desaparece, mas
muitas das vezes
o sofrimento
daquela
experiência fica
em nós
demonstrando que
a dor e o
sofrimento são
coisas
totalmente
diferentes.
Poderei sofrer
com a dor ou
não, mas
independentemente
dela o
sofrimento
muitas vezes
aparece, ou
melhor, maior
parte das vezes
é psicológico e
nem se dá
qualquer
alteração
física.
Quem cria o
sofrimento ? Meu
filho tem um
acidente que eu
desconheço, não
tenho qualquer
sofrimento sobre
esta situação,
mas se eu tiver
conhecimento,
aparece a
preocupação e
logicamente o
sofrimento. Meu
Pai vai ser
operado e estou
preocupado,
então aparece o
sofrimento com a
preocupação do
futuro. No meu
ver o sofrimento
nasce na mente
humana por
diversos
motivos, mas é
lá que ele nasce
e vive.
A vivência do
sofrimento dá-se
pelo período que
eu o alimentar
em minha mente,
a operação de
meu Pai irá
decorrer sem que
o tempo pare,
poderei esperar
calmamente sem
que tenha que
sofrer para
isso, como tal,
necessito de me
despreocupar.
Muitas pessoas
sofrem de medo
ao andar de
avião, as
companhias como
“truque” colocam
filmes cômicos
para que as
pessoas possam
rir e esquecer
um pouco sua
preocupação,
anulando seu
sofrimento.
O sofrimento
nasce com o
pensamento, vive
em nossa mente
enquanto o
alimentarmos com
o medo,
preocupação ou
indignação,
estes são os
seus “pratos”
favoritos,
alimentando-se
deles como um
belo banquete, e
estes estão
ligados a um
futuro que foge
à nossa
capacidade de
gerir, nos
deixando em uma
insegurança
psicológica.
Quando pensamos
que temos o
controle de
nossa vida em
nossas mãos, uma
segurança
psicológica
ilusória, porque
pode mudar a
qualquer
segundo, nós não
sofremos, até
temos uma
sensação de
poder que somos
fortes na vida e
que ela corre
como queremos.
Mestre Jesus
diz-nos que com
Ele o fardo é
mais leve, ou
seja, o
sofrimento é
menor, como
assim? Ouvimos
dizer
constantemente
que não há
enganos na
reencarnação,
estamos com as
pessoas certas,
no sítio certo,
a passar pelo
que
necessitamos, e
sabemos que o
futuro nos
reserva a
construção do
presente,
trazendo as
recompensas ou
as formas de
educação. Nossa
vida é
“Orquestrada”
pela Lei Natural
ou Universal,
perfeita como
seu Criador,
nosso Pai, o
Amor em si.
Estar com Jesus
é confiar nestas
Leis,
depositando
nossa vida neste
fluxo Universal;
funciona como o
boiar na água,
basta cair de
costas e
relaxar, mas
quem não confia
nisso afunda.
Para confiarmos
neste “fluxo”
Universal temos
que cair de
costas e
deixarmo-nos
boiar, abdicando
do desejo de
controlar nossa
vida e colocando
de lado a
sensação de
poder que
controla
ilusoriamente a
nossa
existência; isto
não faz com que
nossas vidas
fiquem
descontroladas,
pelo contrário,
ficamos mais
atentos podendo
responder às
situações
presentes
calmamente. Nós
só desejamos
controlar a vida
quando queremos
saciar nossos
desejos
terrenos, não
nos sendo
suficiente o que
nos é
“oferecido”,
perdendo de
vista as
oportunidades
que se
apresentam por
estarmos
embrulhados na
escuridão mental
dos desejos que
alimentam o
nosso Ego.
Quando tento ir
contra a
corrente natural
da vida, não
será isto, a
indignação
interior
contrária a
resignação, que
o Mestre nos
aconselha? Se
não me sinto
indignado ou
insatisfeito,
não sinto o
desejo ou
necessidade, nem
impelido à busca
das satisfações
dos desejos
psicológicos
egoístas ou
materiais. A Fé
é estar
presente,
sabendo que não
há erros na
existência e que
ninguém ficará
para trás.
Confiar neste
fluxo
existencial que
está sob o jugo
de Deus e que é
feito à Sua
Perfeição.
No século XXI,
após estarmos
preparados, a
Doutrina
Espírita
trouxe-nos as
explicações aos
acontecimentos
que aos nossos
olhos pareciam
mais atrozes,
como o
desencarne
infantil ou as
guerras, sem o
desenvolvimento
do conhecimento,
e,
consequentemente,
o aumento da
consciência, não
conseguimos
compreender a
existência na
Terra e combater
interiormente os
impulsos que nos
levam ao
sofrimento, na
verdade, o
combate aos
impulsos é a
quietude, a
aceitação ou
resignação, como
queiramos
chamar. Não
precisamos fazer
nada, apenas não
fazer, tal como,
não me enervar,
não desejar, não
me indignar, não
me irar etc. etc…
… Portanto,
sentemo-nos no
cadeirão da
resignação,
bebamos um chá
de Fé e, em
silêncio
interior…
soframos menos.
Por que será
esta
simplicidade tão
difícil para
nós?