DIAMANTINO
LOURENÇO
RODRIGUES DE
BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha, Viana
do Castelo (Portugal)
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Páscoa: renovação de
valores
e virtudes
Como em todos os
anos, desde há
muitos séculos,
o tempo Pascal
revela-se um
período
extremamente
simbólico, que
culmina com o
Domingo de
Páscoa. Segundo
a tradição
Cristã é
comemorado com
alegria, na
medida em que
significa a
ressurreição de
Cristo e a sua
ascensão ao céu.
A Páscoa também
é um período que
finaliza o tempo
quaresmal,
durante o qual
se observam
algumas regras
religiosas,
alimentares em
determinados
dias da semana e
os rituais
próprios,
segundo os
preceitos
católicos,
naturalmente que
observados pelos
crentes em Jesus
Cristo
ressuscitado,
nos dogmas da
Igreja Católica
e nos seus
valores,
inerentes à Fé,
numa vida
celestial
eterna.
A semana que
antecede o
“Domingo da
Ressurreição de
Cristo” é
carregada de
simbolismo,
profundamente
vivida e sentida
pelos fiéis
católicos, com
uma adesão ainda
muito
significativa, a
um conjunto de
rituais que ao
longo da “Semana
Santa” decorrem
em todas as
Igrejas
Católicas.
A exemplo do que
acontece com
outras
festividades:
Ano Novo,
Carnaval, Natal,
entre outras
comemorações,
também a Páscoa
se carateriza
por uma outra
vertente, não
religiosa,
porém, legítima,
que se prende
com o aumento do
consumo de bens
materiais,
principalmente
aqueles que são
de uso corrente
em geral, e para
o próprio dia
pascal. Há todo
um conjunto de
objetos que são
tradicionais
desta solenidade
católica.
Importa,
todavia,
refletir sobre a
dimensão
espiritual da
Páscoa, a
vertente
religiosa, com
toda a sua
influência nos
crentes
católicos e
também na
conjugação
prática destas
valências, no
sentido de se
construir uma
solução eclética
que leve cada
pessoa em
particular e a
sociedade no seu
todo a alterar
comportamentos
lesivos dos
legítimos e
legais
interesses
individuais e
coletivos,
respetivamente.
Independentemente
das diferentes
doutrinas,
qualquer que
seja a convicção
religiosa de
cada pessoa e
dos diferentes
povos, seria
essencial para
atenuar
conflitos e
caminhar para a
paz, que se
aprofundasse o
diálogo
inter-religioso,
que se
complementassem
as boas práticas
dos crentes, não
crentes,
agnósticos e
ateus.
A Humanidade é
uma só que,
juntamente com
outros seres
animais,
vegetais e
minerais, habita
este mesmo
planeta.
Degradar o
equilíbrio, já
de si muito
precário, entre
os diferentes
seres e forças
da natureza, é
um erro que a
inteligência
humana deve
corrigir de
imediato e
evitar no
futuro.
Na Páscoa, mas
não só, a
confraternização
entre crentes
das diferentes
religiões é
possível, basta
que se
respeitem, que
se aceitem as
convicções, a fé
e os rituais dos
diferentes, que
se congreguem as
convergências e
assumam as
diferenças, sem
hostilidades,
porque, afinal,
ainda está por
se provar qual a
religião que é
dona da verdade
absoluta.
Neste mundo
complexo,
difícil,
conturbado e,
por vezes, sem
rumo, o que se
verifica, em
alguns pontos do
planeta, é que
os conflitos
políticos,
estratégicos,
religiosos,
econômicos e até
de natureza
financeira, têm
de ser
resolvidos pela
força do diálogo
e nunca pela
violência das
armas que,
estas, sim,
destroem tudo
por onde passam:
crianças,
mulheres,
idosos, pessoas
inofensivas e
frágeis, que não
pediram para
nascer, nem para
viver sob a
ameaça dos
poderosos meios
bélicos.
A Páscoa é um
tempo especial,
o tempo para se
ressuscitar os
valores
religiosos mais
consentâneos com
a civilização
moderna,
humanista e
defensora dos
deveres e
direitos
humanos, mas
para isso o
diálogo entre
religiões,
política e
economia tem de
ser melhorado,
aprofundado e
sempre
aperfeiçoado,
com medidas
justas, que
proporcionem
paz,
tranquilidade,
conforto e
felicidade.
“Rentabilizar”
as
potencialidades
que a Páscoa
pode facultar
estará ao
alcance de cada
pessoa, na sua
quota-parte de
responsabilidade,
mas,
principalmente,
caberá aos
líderes
mundiais,
religiosos,
políticos e
financeiros,
coadjuvados
pelos seus
colegas
nacionais e
locais, tudo
fazer para, de
uma vez por
todas, eliminar
as atrocidades
que se vêm
cometendo, que
provocam
desemprego,
fome, miséria,
alienação da
pessoa humana e,
finalmente, em
muitas
situações-limite,
a morte.
A Páscoa deverá
ser, também, a
festa da
“ressurreição”
dos valores
humanistas
universais, um
tempo de
indulgência e
reconciliação,
em todos os
aspetos
inerentes à
condição humana,
na medida em que
há erros que se
cometem que
apenas uma
entidade Divina
tem poderes para
perdoar e, ainda
assim, no que ao
ser humano
respeita,
absolver não
significa
esquecer, porque
com o perdão
pretende-se dar
uma nova
oportunidade a
quem nos magoou
e ofendeu.
Recuperar,
portanto, boas
práticas
humanistas,
também no âmbito
das virtudes que
mais desejamos
ver exercidas –
Prudência,
Temperança,
Fortaleza,
Justiça, Fé,
Esperança,
Caridade,
Compaixão,
Benevolência,
entre outras –,
porque só o ser
humano é dotado
destas
superiores
qualidades, por
isso, mas não
só, ele é tão
diferente de
todos os seres
que coabitam com
ele na Terra.
Neste período
simbólico, para
os cristãos de
todo o mundo, em
que a Semana
Santa culmina
com outro
período mais
longo, a
Quaresma,
vivem-se dias
muito intensos
do ponto de
vista religioso,
principalmente
na quinta e
sexta-feira
santas, a que se
segue o sábado
de Aleluia e,
por fim, o
domingo da
Ressurreição,
dia do compasso
pascal, com a
“visita” de
Cristo Redentor
aos lares que O
desejam receber,
com Respeito, Fé
e Esperança.
No dia do
compasso pascal,
as famílias, os
amigos, os
vizinhos e
conhecidos
visitam os lares
uns dos outros
para “beijarem”
Cristo
crucificado e
depois
conviverem em
franca alegria.
É singularmente
bela a Páscoa em
nossas aldeias
portuguesas,
também muito
alegre, sempre
com profunda
religiosidade e
reverência, que
é assim que deve
ser.
Neste ano, em
que todos nós,
principalmente
portugueses,
desejamos uma
Páscoa menos
austera, com um
pouco mais de
conforto
material e
melhoria geral
das condições de
vida,
principalmente
para todas as
pessoas
“diferentes”,
por uma qualquer
circunstância da
vida, e/ou por
opções próprias,
também para quem
se encontra numa
situação de
desemprego, sem
abrigo, doentes,
reformados,
entre outras
camadas
desprotegidas da
população,
apela-se a todos
os dirigentes
responsáveis nas
diferentes
posições da
intervenção
pública e
privada, para
que sejam
sensíveis às
situações acima
descritas e
ajudem a
resolvê-las.
Estamos todos de
passagem neste
mundo,
independentemente
do estatuto que
cada pessoa
tenha e dos bens
que possua. O
tempo de
permanência é
muitíssimo
curto, ninguém
vai ter qualquer
privilégio
quanto a uma
estadia para
sempre, porque
seja aos 20 ou
aos 120 anos, de
fato todos vamos
“partir”
fisicamente,
logo, tudo o que
for realizado
com intenção de
prejudicar, de
alguma forma, os
nossos
semelhantes,
ficará anotado
na memória das
gerações
seguintes e
também nas
nossas
consciências. De
igual forma,
todas as nossas
boas ações serão
registradas no
seio da família,
dos amigos, da
sociedade.
Nesta Páscoa, os
votos muito
sinceros do
autor desta
reflexão apontam
no sentido de
desculpabilizar
todas as pessoas
que, por algum
meio e processo,
o prejudicaram,
ofenderam e
magoaram, não
significando
esta atitude
“passar uma
esponja”;
esquecimento
total, mas
apenas a vontade
de
reconciliação,
de tentar novos
diálogos, novas
abordagens, para
um melhor e mais
leal
relacionamento.
Páscoa que se
pretende para
todas as
pessoas, como um
dia, pelo menos
um dia no ano,
de reflexão, de
recuperação de
valores
humanistas
universais, um
dia para
festejar e
recomeçar com
novas:
Precaução,
Moderação,
Robustez,
Justiça, Fé,
Confiança,
Caridade,
Comiseração e
Generosidade.
Uma nova
Esperança
Redentora, entre
a família, os
verdadeiros e
incondicionais
amigos. A todas
as pessoas:
Páscoa Muito
Alegre e Feliz! (1)
(1) Este
artigo foi
escrito antes da
Páscoa de 2017.
O autor é
titular do Blog http://diamantinobartolo.blogspot.com