A maior de todas
as necessidades
“Mas eu roguei
por ti, para que
a tua fé não
desfaleça.” –
Jesus (Lucas,
22:32)
Essas palavras
anotadas por
Lucas e
dirigidas a
Pedro por Jesus,
deixa claro que
o Mestre rogou
ao Criador que
fosse
fortalecida no
apóstolo a sua
fé.
Isso que pode em
primeira análise
parecer muito
normal, não nos
impede de
raciocinar sobre
a realidade de
que todos os
discípulos, como
Espíritos
encarnados,
tinham
necessidades de
ordem material,
tais como,
alimentação,
moradia,
vestimentas, por
mais simples que
fossem elas,
meios de ganhar
a própria
subsistência
face às
necessidades
variadas que o
mundo material
exige de quem
nele está
reencarnado.
No entanto,
Jesus está
preocupado com a
fé do apóstolo.
Ele que era a
coerência máxima
conhecida por
nós, deveria ter
alguma razão
para tal
atitude. E
realmente teve.
Quando
assentamos a
fortaleza da fé
na condição da
satisfação das
nossas
necessidades
materiais que
são passageiras,
como tudo que é
desse mundo,
podemos perder a
fé quando os
contratempos
surgem na
estrada de cada
ser humano,
semeados por
cada um dos seus
autores.
Infelizmente é
assim que se
comporta uma
grande parte da
humanidade.
Senão, vejamos.
Quando não falta
o dinheiro para
realizar os
caprichos do
mundo, temos fé
em Deus.
Julgamos que o
Criador está se
lembrando da
pessoa.
Se gozamos da
saúde física,
Deus está
conosco.
Se conseguimos
trocar todo ano
de carro,
atualizando o
modelo, Deus se
lembra de nós.
Quando moramos
no imóvel dos
nossos sonhos,
Deus vela por
nós.
Quando o
dinheiro está
farto nos bancos
ou nas
aplicações
materiais das
mais variadas é
porque Deus está
nos amparando.
Se obtivermos
uma promoção no
emprego para
melhorar o
salário, é
porque Deus está
de nosso lado.
Parece que
muitos acreditam
numa espécie de
comércio com a
Providência
Divina num
sistema de me
dá cá para
poder tomar
lá.
Traduzindo: eu
creio em Deus
desde que não
conheça nenhum
problema com o
Espírito imortal
em trânsito na
escola da Terra.
Ou seja, nossa
fé passa a ser
assentada sobre
as nossas
condições de
tranquilidade na
vida material. A
fé é uma
consequência
dessas
condições. Por
isso mesmo,
quando o barco
da nossa
existência passa
a navegar por
águas revoltas,
a fé enfraquece
e bruxoleia como
a luz de uma
vela submetida a
um vento muito
forte, podendo
inclusive se
apagar.
Por isso Jesus
roga a Deus
primeiramente
pela fé de Pedro
e não pela
situação
material do
apóstolo perante
o mundo. Dessa
maneira, a fé
independe das
dificuldades do
mundo físico e é
capaz de
continuar viva e
firme apesar de
todas as
dificuldades que
repontam pelo
caminho.
Relembremos
Emmanuel no
livro Vinha
de Luz, no
capítulo Necessidade
essencial:
“Declara o
Mestre haver
pedido ao
Supremo Senhor
para que em
Pedro não se
enfraqueça o dom
da fé.
Salientou,
assim, o Cristo,
a necessidade
essencial da
criatura humana,
no que se refere
à confiança em
Deus, num
círculo de lutas
onde todos os
benefícios
visíveis estão
sujeitos à
transformação e
à morte.
Reconhecia que a
segurança
espiritual dos
companheiros
terrestres não é
obra de alguns
dias, porque
pequeninos
acontecimentos
podem
interrompê-la,
feri-la,
adiá-la. A
ingratidão de um
amigo, um gesto
impensado, a
incompreensão de
alguém, uma
insignificante
dificuldade
podem
prejudicar-lhe o
desenvolvimento”.
Creio que esse
último parágrafo
representa muito
bem o que ocorre
conosco. Na
menor das
intranquilidades
perdemos a fé
ou, pelo menos,
temo-la abalada,
muitas vezes de
maneira
extremamente
grave. Não vou
nem me referir à
dor máxima da
partida de um
ente querido,
mas a uma doença
que insista a
nos transmitir a
lição de que
necessitamos já
constitui um
exemplo muito
sério a ameaçar
a fé que se
assentou nas
condições de
termos
tranquilidade
perante o mundo.
Encerra Emmanuel
a página
mencionada
ensinando que
devemos nos
convencer de que
a fé viva na
vitória final do
espírito eterno
é o óleo divino
que nos sustenta
a luz interior
para a divina
ascensão.
A nossa fé tem
vindo na
vanguarda de
todos os
acontecimentos
por mais
problemáticos
que sejam eles,
ou nossa fé
ocupa o último
lugar da fila,
somente
existindo se as
condições que o
mundo nos
apresente seja
de paz e de
ausência de
aborrecimentos?