A. Nos
episódios
relacionados
ao Capitão
L., a
participação
mediúnica de
“Carrie”
revelou-se
um fato
indiscutível?
Sim. Tudo
nas
comunicações
de “Carrie”,
a entidade
desencarnada,
mesmo as
inexatidões,
revelou-se
procedente.
Diz Bozzano
que, diante
dos fatos
apurados,
estamos
obrigados,
necessariamente,
a admitir
que no caso
em apreço a
personalidade
mediúnica de
“Carrie” era
realmente o
que ela
dizia ser,
isto é, o
espírito de
uma moça
amiga da
família do
Capitão L. e
que, nessa
circunstância,
fazia o
papel de
mensageiro
entre o
filho ferido
e a mãe
ansiosa por
notícias.
Trata-se,
como se vê,
de outro
caso de
manifestações
positivamente
espíritas. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
B. Não seria
possível
atribuir ao
fenômeno da
“leitura do
pensamento”
ou à
“clarividência
telepática”
o caso do
Capitão L.?
Não. Os
fenômenos da
“leitura do
pensamento”
e da
“clarividência
telepática”
são
constituídos
de um
complexo
variado de
manifestações,
mas não cabe
considerá-los
no caso
mencionado,
em face do
processo
adotado e da
natureza das
informações
transmitidas
mediunicamente
pela
entidade
designada
pelo nome “Carrie”. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
C. É
realmente
possível a
um sensitivo
“ler” o
pensamento
de uma outra
pessoa
igualmente
encarnada?
Os fatos
mostram que
sim. O
relato feito
pela Srta.
Goodrich
Freer,
conhecida
sensitiva, a
quem se deve
um estudo
magistral
sobre suas
próprias
experiências
de “visão no
cristal”, é
exemplo
desse
fenômeno.
Extraído dosProceedings
of the S. P.
R. (vol.
XI, págs.
114/44),
Bozzano
transcreveu-o
nesta obra. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
Texto para
leitura
329.
Concluindo
seu relato,
o Sr. T. J.
T. disse o
seguinte:
Alguns dias
depois da
data do
último
telegrama,
“Carrie” nos
disse que os
cirurgiões
tinham
novamente
operado o
doente, mas
que tudo ia
bem. Depois
nos informou
da
transferência
do ferido,
do hospital
de campanha
para outro
hospital
muito
estranho e
muito
original
(verificou-se
que se
tratava do
hospital
naval de
Yokohama).
Em setembro,
o Capitão
Henry
achava-se em
condições de
escrever à
sua
progenitora,
anunciando-lhe
que no dia
27 de
outubro
partiria de
Yokohama
para
repatriar-se,
mas, já na
noite de 17
de outubro,
“Carrie” nos
comunicava
que ele
estava em
viagem e que
se
avizinhava
da pátria.
Observamos-lhe
que, a
julgar pela
sua própria
carta, ele
só partiria
no dia 27 do
mês, mas ela
insistiu em
afirmar que
o navio em
que
embarcara já
se
avizinhava
das costas
americanas
e, de fato,
no dia
seguinte,
18, a Sra.
Willa L.
recebia um
telegrama do
filho
anunciando-lhe
que havia
desembarcado
no porto de
S.
Francisco.
Ficara
impaciente
por
regressar à
pátria e se
aproveitara
de outro
navio,
embarcando
logo.
Quando
chegou em
casa,
estávamos,
como é
natural,
ansiosos por
verificar o
que havia de
exato, nas
comunicações
mediúnicas
recebidas e
ficamos
sabendo que
as
informações
a respeito
de suas
condições de
saúde e da
mudança de
um hospital
para outro
eram
inteiramente
verdadeiras.
Verificamos
também que,
depois de
ferido, ele
percorrera
três milhas
para chegar
ao hospital
de campanha,
atravessando
a nado um
canal cheio
de cadáveres
em
putrefação,
e quando foi
colocado na
mesa de
operações,
desmaiou por
excesso de
sangue
perdido. Em
consequência
disso só foi
operado oito
dias depois,
de modo que,
no momento
em que
recebemos a
primeira
comunicação
de “Carrie”, o
braço do
ferido ainda
não havia
sido
amputado.
No oitavo
dia,
manifestou-se
a gangrena,
e a operação
foi feita.
Poucos dias
depois a
gangrena
reapareceu
nas bordas
da ferida e
tornou-se
necessária a
segunda
amputação.
A perda de
sangue foi
tal, que
determinou
um estado
profundo de
anemia
cerebral, de
forma que
ele não se
achava em
condições de
afirmar se,
naquele
instante,
havia
refletido
sobre a
figura que
faria com um
braço de
menos. Em
seguida foi
transportado
para o
hospital de
Yokohama.
O capitão
negou que
houvesse
sido ferido
na coxa
direita e,
em vista
disso, a
informação
mediúnica a
respeito
parecia
totalmente
inexata, mas
um dia em
que eu o
ajudava a
despir-se,
ele me
chamou a
atenção para
a cicatriz
existente na
parte
interna da
sua coxa
direita.
Tinha as
proporções
de uma palma
de mão e a
aparência de
uma profunda
queimadura.
Explicou-me
que, quando
desmaiara na
mesa de
operações,
no mesmo dia
em que fora
ferido,
foram
aplicados
sobre seu
corpo vários
recipientes
especiais
cheios de
água quente
e que um
deles,
introduzido
entre as
pernas,
ficara
esquecido e
por isso a
coxa direita
resultou
literalmente
cozida e se
formara no
local uma
chaga
dolorosíssima.
Compreendi
então que a
“impressão”
de “Carrie”
sobre uma
ferida
recebida
pelo
capitão, na
coxa
direita,
indubitavelmente
se originara
do incidente
exposto.
Concluindo:
estou
convencido
de que a
série de
comunicações
mediúnicas
por nós
recebidas
eram o que
afirmavam
ser, isto é,
uma série de
mensagens
provenientes,
positivamente,
de um
espírito
desencarnado. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
330. No caso
supracitado,
em última
análise,
tudo é
verídico,
mesmo as
inexatidões,
como aquela
da
queimadura
interpretada
como uma
ferida. E
até esta
última
resulta
teoricamente
mais
sugestiva do
que as
informações
precisas,
pois que,
por ela,
fica
confirmada a
asserção da
personalidade
mediúnica
comunicante,
que não via
diretamente
os fatos,
mas que
vinha a
conhecê-los
pela
“impressão”.
Daí a
possibilidade
de
frequentes
inexatidões
nos informes
obtidos
desse modo,
como é o
caso na
circunstância
referida. E,
uma vez
admitido que
a
personalidade
mediúnica de
“Carrie”
apreendia
positivamente
os informes,
sob a figura
de
“impressão”,
ficam com
isto
eliminadas
as hipóteses
da telepatia
e das
comunicações
entre vivos,
pois que,
tanto em um
como no
outro caso,
não deveriam
ter-se
verificado
inexatidões
da natureza
exposta. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
331.
Estamos,
portanto,
obrigados,
necessariamente,
a admitir
que no caso
em apreço a
personalidade
mediúnica de
“Carrie” era
realmente o
que ela
dizia ser,
isto é, o
espírito de
uma moça
amiga da
família do
Capitão L. e
que, nessa
circunstância,
fazia o
papel de
mensageiro
entre o
filho ferido
e a mãe
ansiosa por
notícias. Em
suma,
trata-se de
outro caso
de
manifestações
positivamente
espíritas. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
332.
Recordo, de
fato, que,
quando os
opositores
observam
que, se se
chegasse a
provar que o
médium
retira das
subconsciências
alheias os
informes
verídicos
que fornecem
em nome de
personalidades
de vivos,
então
dever-se-ia
presumir que
consiga
obter, das
mesmas
fontes,
também os
informes
verídicos
que fornecem
em nome de
personalidades
de mortos. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
333.
Relembro
que, quando
os
opositores
observam
tudo isso,
formulam uma
objeção com
certa
aparência de
verdade e de
força,
conquanto
efetivamente
as suas
induções em
tal sentido
sejam fruto
de uma
análise
superficialíssima
dos fatos,
que
demonstram,
ao
contrário,
que nas
comunicações
mediúnicas
entre vivos,
longe de
tratar-se de
“clarividência
telepática”
ou de
“telemnesia”
(como
presumem os
opositores),
o caso é de
próprias e
verdadeiras
conversações
entre duas
personalidades
espirituais
subconscientes,
demonstração
esta que
basta para
subverter
completamente
os termos da
questão,
transformando
as
comunicações
mediúnicas
entre vivos
em ótimas
provas em
favor da
autenticidade
das
comunicações
mediúnicas
com os
mortos. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
334. De
qualquer
modo, a
solução da
tese em tal
sentido
reclama
ainda ser
ela
submetida a
uma prova
ulterior de
análise
comparada
que lhe
confira a
necessária
solidez e,
para
fazê-lo,
deve-se
deslocar um
tanto os
termos do
debate,
produzindo
os fenômenos
afins da
“leitura do
pensamento”
e da
“clarividência
telepática”
sobre os
quais se
fundam as
induções dos
opositores.(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
335.
Procedendo
assim,
chegaremos a
alcançar o
escopo de
circunscrever
os limites
das
faculdades
subconscientes,
provando
incontestavelmente
que não
existem
faculdades
supranormais
capazes de
selecionar,
a distância,
tais
informes nas
subconsciências
alheias e,
ainda menos,
de
selecioná-las
sem limite
de tempo, de
espaço e de
condições,
fazendo
ainda
observar
que, nas
comunicações
entre vivos,
as
personalidades
fornecem
elementos
destinados a
identificá-las. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
336. Os
fenômenos da
“leitura do
pensamento”
e da
“clarividência
telepática”
são
constituídos
de um
complexo
variado de
manifestações,
mas não
ocorre
considerá-los
aqui nos
seus
múltiplos
aspectos, e
sim nas suas
fases
máximas de
manifestação.
Recorramos,
portanto, a
exemplos
extremos de
cada uma das
categorias
em exame. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
337. Veremos
na sequência
dois
exemplos,
entre os
mais
extraordinários,
de leitura
do
pensamento
nas
subconsciências
alheias. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
338. Eis o
primeiro,
relatado
pela Srta.
Goodrich
Freer, a
conhecida
sensitiva, a
quem se deve
um estudo
magistral
sobre as
suas
próprias
experiências
de “visão no
cristal”.
Seu relato
foi extraído
dos Proceedings
of the S. P.
R. (vol.
XI, págs.
114/44):
Eu devia
visitar
certa amiga
que se
casara
recentemente.
Não conhecia
o marido
dela, mas,
pelo que
havia ouvido
dizer,
esperava
encontrar um
perfeito
cavalheiro
de alma
nobre e
elevada
posição
social.
Quando me
foi
apresentado,
notei que
ele estudava
os meios de
ser
agradável e
de
demonstrar
delicada
hospitalidade
às pessoas
reunidas em
sua casa;
contudo,
desde o
primeiro
momento em
que tive
ocasião de
observá-lo
com alguma
atenção, fui
perturbada
por uma
curiosa
forma de
alucinação
que me pôs
perplexa a
respeito
dele. Em
qualquer
situação que
ele se
achasse,
fosse à
mesa, na
sala ou ao
piano, no
fundo do
ambiente que
o
circundava,
a sua pessoa
desaparecia
para ser
substituída
por uma
visão na
qual eu
divisava o
mesmo senhor
na infância,
olhando-me
com a
expressão do
mais abjeto
terror, com
a cabeça
baixa, as
costas
altas, os
braços
estendidos,
como que
para se
defender de
uma
tempestade
de murros
que lhe
caíssem
sobre as
costas.
Como era
natural, eu
me dispus a
fazer
indagações a
seu
respeito,
conseguindo
saber que a
cena por mim
vista lhe
havia
realmente
ocorrido em
sua
infância, em
uma escola
civil, em
consequência
de uma baixa
ação de
fraude
devido à
qual fora
vergonhosamente
expulso e se
empenhara em
violenta
discussão
com os seus
colegas.
Como
explicar
semelhante
forma de
visão
verídica?
Penso que
seria
simbólica e
que
representaria
uma espécie
de aviso
prévio a
respeito da
atmosfera
moral que
circundava o
homem que se
achava
defronte de
mim, como
amostra de
suas
qualidades
de
cavalheiro,
e tal
impressão
minha foi
justificada,
porque as
desconfianças
que geraram
em mim a tal
visão foram
amplamente
confirmadas
por fatos
desagradáveis
que se
seguiram.
As visões
desse gênero
me parecem
análogas às
que são
evocadas por
meio da “psicometria”,
as quais não
são visões
telepáticas
e sim
“impressões”
psíquicas. E
parece-me
absurdo
pretender-se
que a cena
por mim
vista,
ocorrida dez
anos antes,
naquele
momento se
achasse
presente na
memória do
seu
protagonista. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
339. Assim
diz a
relatora,
que tem
plena razão
em não
admitir que
sua visão
tivesse
origem no
pensamento
consciente
do
protagonista,
que se
houvesse
recordado,
naquele
momento, do
episódio
vergonhoso
sucedido em
sua
meninice.
Eliminada
tal
hipótese,
eis-nos
frente a um
exemplo de
conformidade
com aquele a
que se
referem os
opositores
da hipótese
espírita,
exemplos em
que o
sensitivo
colhe
informações
existentes,
em estado
latente, na
subconsciência
de um
terceiro. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
340. Para as
conclusões
teóricas que
teremos, a
seu tempo,
de extrair
do episódio
em exame,
convém notar
nele estas
duas
circunstâncias
essenciais:
em primeiro
lugar, que o
incidente em
questão era
relativo à
experiência
pessoal do
protagonista
e não se
tratava de
coisas de um
terceiro
qualquer por
ele
conhecido;
em segundo
lugar, que o
incidente
visto pela
sensitiva,
embora
afastado no
tempo, era
de natureza
tal a
imprimir-se
indelevelmente
na alma de
quem o havia
suportado.
Não era
insignificante,
como quase
sempre são
os informes
fornecidos
pelos mortos
com o fim
único de
provarem a
sua
identidade
pessoal. As
duas
circunstâncias
indicadas
são de
importância
decisiva na
interpretação
teórica dos
fatos, como
dentro em
breve
demonstraremos. (2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F) (Continua
no próximo
número.)