Traços da caridade
Maria Dolores
Agradeço contente, alma
querida,
Tudo o que me tens dado,
Quando segues comigo,
lado a lado,
Entre as rampas da vida.
Lembro-me sim...
Revejo-me criança...
Surgiste, de mansinho,
E ofereceste-me ao
caminho
Alívio, reconforto,
alegria e esperança.
Quantas vezes, depois,
vieste a mim
Para me abençoar e
esclarecer,
Na presença de paz da
bondade sem fim,
Não consigo dizer.
Agradeço-te a doce
discrição...
Chegas sem que eu te
peça...Vens e me
auxilias
Sem pedir qualquer conta
dos meus dias,
Sem olhar meus defeitos
como são...
Ao tépido clarão do teu
sorriso,
O trabalho se põe a
recompor.
Restauras-me na fé,
quase que de improviso
Com teus gestos de amor.
Nunca me perguntas o que
sou e o que fiz
Nem se recebo a proteção
de alguém,
Queres ver-me feliz
Porque, em tudo, te
esmeras para o bem.
Não tens informação
quanto ao sítio onde
moro
Nem a trilha real que me
conduz,
Mas sabes quando choro
Para arrancar-me à treva
e devolver-me à luz!...
Caridade!... Louvado
seja Deus
Que te criou, acima da
razão,
Por estrela de amor, à
frente da justiça,
Trazendo-nos o Céu ao
próprio coração!...
Do livro Seara
de Fé, obra
mediúnica psicografada
pelo médium Francisco
Cândido Xavier.