A. Um
sensitivo
clarividente
pode, além
de ver à
distância,
ter acesso a
fatos
passados da
vida de
outra
pessoa?
Sim. O
relato feito
pelo
estadista
suíço
Zshokke, que
possuía
qualidades
excepcionais
de sensitivo
clarividente,
dá conta de
um fato
dessa
natureza.
Segundo ele
mesmo
contou, era
comum, ao
esbarrar
pela
primeira vez
com uma
pessoa
desconhecida,
ver passar
diante de
seus olhos,
perfeitamente
distinta,
uma visão de
sua vida
passada,
enquadrada
no ambiente
em que se
desenrolou.
O incidente
dessa
natureza que
mais o
surpreendeu
é relatado
neste livro.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
B. Quer
dizer então
que a
clarividência
telepática
não se
limita a
fatos
ocorridos no
mesmo
momento, à
chamada
“clarividência
no
presente”?
Evidentemente.
No incidente
da senhora
que aparecia
com os “pés
descalços”,
a ocorrência
visualizada
no cristal
havia
acontecido
três horas
antes de ser
vista,
indício
notório de
que, uma vez
estabelecida
a “relação
psíquica”
(produzida
por meio da
progenitora
presente à
experiência),
a sensitiva,
ou melhor,
suas
faculdades
subconscientes
retiraram
tal
incidente
ainda vivo
na memória
da senhora
afastada,
incidente
esse visto
no cristal.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
C. Que
condições
são
necessárias
à ocorrência
dos
fenômenos de
“clarividência
telepática”?
Segundo
Bozzano, os
fenômenos de
“clarividência
telepática”
são
condicionados
pela
necessidade
imprescindível
da “relação
psíquica”,
que só pode
ser
produzida
nas
seguintes
circunstâncias:
quando o
sensitivo
conheça a
pessoa
afastada com
a qual
deseja
entrar em
relação ou
quando a
pessoa
afastada,
desconhecida
do
sensitivo,
seja
conhecida de
outra pessoa
que se
encontre em
companhia do
sensitivo ou
em relação
com ele, ou
quando ao
sensitivo
seja
apresentado
um objeto
usado,
durante
muito tempo,
pela pessoa
afastada,
fato
pertencente
ao campo da
psicometria.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
Texto para
leitura
341. Eis um
segundo
exemplo do
mesmo
gênero,
relatado
pelo célebre
estadista
suíço
Zshokke, que
possuía
qualidades
excepcionais
de sensitivo
clarividente:
Sucede-me
frequentemente
que, ao
esbarrar
pela
primeira vez
com uma
pessoa
desconhecida
e enquanto,
em silêncio,
eu escuto as
suas
palavras,
vejo passar
diante de
meus olhos,
sem
procurar, e
perfeitamente
distinta,
uma visão da
sua vida
passada,
enquadrada
no ambiente
em que se
desenrolou,
porém quase
sempre vejo
uma cena
principal de
sua vida e
nada mais.
Quando isso
acontece,
sinto-me de
tal modo
absorvido na
contemplação
da visão que
se
desenvolve
na minha
frente, que
quase não
percebo mais
o vulto da
pessoa que
me fala,
embora
continue
contemplando
o seu rosto,
bem como não
ouço mais a
sua voz.
Durante
muito tempo
eu tive
menos
confiança do
que qualquer
outro na
veracidade
de tais
visões e,
quando me
decidia a
revelar ao
meu
interlocutor
o que estava
vendo a seu
respeito,
esperava
naturalmente
ouvi-lo
responder-me:
“Nada disso
é verdade”,
e muitas
vezes sentia
um calafrio
de horror
percorrer-me
os ossos
quando o
interlocutor
respondia
confirmando
a minha
descrição,
mas, outras
vezes, o
espanto que
lhe aparecia
no rosto
punha-me
informado da
exatidão da
minha visão
antes que
ele a
confirmasse.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
342. Eis
como ele
relatou um
desses fatos
que mais o
impressionaram:
O incidente
que passo a
relatar foi
um dos que
mais me
pasmaram:
Cheguei
certo dia à
pequena
cidade de
Waldshut e
fui
hospedar-me
no hotel
Vine Inn,
em companhia
de dois
jovens
estudantes.
Jantamos na
Table d’Hôte,
juntamente
com
numerosos
outros
viajantes
que davam
grandes
gargalhadas
quando se
falava no
Magnetismo
de Mesmer e
na
Fisiognomia
de Laváter
(estudo do
caráter de
uma pessoa
pelos traços
fisionômicos).
Um dos meus
companheiros,
que se
sentia
ofendido no
seu orgulho
nacional por
aquelas
risadas
estúpidas,
pediu-me que
os
contestasse
e
especialmente
que fizesse
calar um
jovem que
estava
sentado na
minha frente
e que, mais
do que
qualquer
outro, se
permitia
debochar e
proferir
ditos
espirituosos
contra os
nomes desses
dois grandes
homens. No
mesmo
instante
tive uma
visão da
vida do
jovem e por
isso lhe
dirigi a
palavra,
perguntando-lhe
se podia
estar certo
de que ele
me
responderia
sinceramente
se eu lhe
revelasse
coisas
notáveis do
seu passado,
embora me
fosse
desconhecido,
fazendo-lhe
notar que,
se eu
obtivesse
bom
resultado,
seria ir
muito mais
longe do que
Laváter com
os seus
estudos.
Ele me
prometeu que
se as minhas
revelações
estivessem
corretas,
ele o
confirmaria
sem
restrições.
Então lhe
descrevi
tudo o que
me havia
aparecido na
visão e
todos os
presentes
ficaram,
desse modo,
informados
da vida
passada de
um jovem
viajante
comercial a
começar dos
seus anos de
escola para
passar pelos
seus muitos
erros
juvenis e
terminar com
uma falta
muito mais
grave com
relação ao
cofre de seu
chefe e lhe
descrevi
ainda um
quarto sem
móveis, com
as paredes
caiadas de
branco, onde
à direita de
quem
entrava, em
cima da
mesa, se
achava um
pequeno
cofre preto,
etc., etc.
Durante a
minha
narração, um
silêncio
mortal
reinava no
ambiente,
silêncio
esse que só
era por mim
interrompido
de vez em
quando para
interrogar o
meu
interlocutor
se estava
correta a
minha
descrição. O
jovem, cheio
do maior
espanto, não
fazia outra
coisa senão
confirmar as
minhas
palavras,
todas as
vezes que eu
o
interrogava,
com
frequentes
movimentos
da cabeça, o
que fez
também – e
isso eu não
esperava –
quando lhe
descrevi o
último
quadro.
Surpreendido
e comovido
pela sua
sinceridade,
levantei-me
e fui
apertar-lhe
a mão, do
outro lado
da mesa.
Dir-se-ia
que cada
homem traz
consigo a
história
completa de
sua vida
como se
ficasse
escrita, em
caracteres
espirituais,
em sua
mente, onde
outra
pessoa, em
“relação
psíquica”
com ele,
pode lê-la.
(William
Howitt –
History of
the
Supernatural,
Vol. I,
págs.
99/100).
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
343. Também
quanto a
este segundo
episódio,
deve-se
observar o
que foi dito
com relação
ao primeiro,
isto é, que
os informes
sobre a
existência
passada da
pessoa
submetida à
indagação do
sensitivo
representam
as coisas
mais
salientes do
seu passado
e, acima de
tudo, dizem
respeito
exclusivamente
à pessoa em
questão e
nunca a
terceira
pessoa que
ele tenha
conhecido
quando viva.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
344. Passo a
narrar um
exemplo
igualmente
notável de
leitura a
distância em
subconsciências
alheias
(clarividência
telepática).
O célebre
mitólogo
Andrew Lang
em sua obra
intitulada
The
Making of
Religion
(págs.
83/104)
relata
experiências
de “visão no
cristal” por
ele feitas
com a
distinta
senhorita
inglesa
Angus, que
possuía
delicados
dotes dessa
categoria de
visões
supranormais.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
345. Entre
outras
coisas,
narra ele o
seguinte
episódio:
A última
visão que
apareceu no
cristal
interessava
muito à
sensitiva,
mas
desapareceu
para dar
lugar à
aparição de
uma senhora
vestida com
um penteador
e deitada em
um sofá,
com os pés
descalços.
A Srta.
Angus não
conseguia
distinguir o
rosto dela,
porque a
imagem lhe
aparecia
voltada de
costas, de
modo que
anunciou a
nova visão
com
manifesta
contrariedade,
uma vez que
estava
interessada
na imagem
anterior. A
Sra.
Cockburn,
entretanto,
para quem
nenhuma
visão havia
aparecido,
mostrou-se
contrariada
com isso e
particularmente
me
manifestou o
seu
cepticismo
sobre a
veracidade
das imagens
aparecidas
no cristal.
Em um
sábado, dia
5 de
fevereiro de
1897, porém,
tive
novamente
ocasião de
fazer
experiências
com a Srta.
Angus,
juntamente
com a Sra.
Bissott, e
quando esta
anunciou que
havia
pensado em
certa coisa
para
aparecer no
cristal, a
Srta. Angus
divisou no
mesmo uma
alameda de
bosque ou de
jardim perto
de um rio,
em um céu
perfeitamente
sereno e
completamente
azul. Na
referida
alameda
achava-se
uma senhora
elegantemente
vestida que,
passeando,
fazia girar
sobre o seu
ombro uma
sombrinha
belíssima,
tendo os
seus passos
um
encadeamento
rítmico algo
curioso. Ao
lado dela
estava um
jovem
cavalheiro,
vestido com
uma roupa
branca leve
como a que
se usa na
Índia. Tinha
os ombros
largos,
pescoço
curto, nariz
afilado e
escutava
sorrindo,
mas
indiferente,
as palavras
da sua
companheira,
evidentemente
muito viva e
bem loquaz.
O rosto
dessa
senhora
estava um
tanto pálido
e
descarnado,
como de uma
pessoa em
más
condições de
saúde.
Depois a
cena mudou e
apareceu o
mesmo moço,
sozinho,
tomando
conta de um
grupo de
trabalhadores
ocupados em
derrubar
árvores.
A Sra.
Bissott
reconheceu
logo, na
imagem que
apareceu no
cristal, sua
própria irmã
Sra. Clifton,
que se
achava na
Índia, e
ficou muito
espantada
quando a
Srta. Angus
imitou o
andar da
pessoa vista
no cristal,
andar
peculiar
causado por
uma
enfermidade
que a Sra.
Clifton
havia
sofrido anos
antes. Além
disso, a
Sra. Bissott
e o seu
marido
reconheceram
o cunhado no
homem visto
pela
sensitiva e
então
apresentaram
à Srta.
Angus uma
fotografia
da Sra.
Clifton
quando noiva
e a Srta.
Angus
observou que
o retrato
parecia
muito com a
senhora por
ela vista no
cristal,
conquanto
nele
parecesse
mais bonita.
Depois
mostrou um
novo retrato
da Sra.
Clifton,
recebido na
Índia, no
qual
aparecia
perfeitamente
o rosto
magro da
visão no
cristal.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
346. No
episódio
exposto,
fica
excluído que
se pudesse
tratar-se de
“clarividência
no
presente”,
visto que,
no incidente
dos “pés
descalços”,
verificou-se
que havia
acontecido
três horas
antes de ser
visto no
cristal,
indício
notório de
que, uma vez
estabelecida
a “relação
psíquica”
(produzida
por meio da
progenitora
presente à
experiência),
a sensitiva,
ou melhor,
as suas
faculdades
subconscientes
retiraram
tal
incidente
ainda vivo
na memória
da senhora
afastada,
incidente
esse visto
no cristal e
transmitido
pela
personalidade
subconsciente
da sensitiva
à sua
própria
personalidade
consciente.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
347. Diga-se
o mesmo do
episódio
realizado
entre a
Inglaterra e
a Índia e
isto porque,
tendo a
sensitiva
visto duas
pessoas
quando
passeavam em
um jardim e
logo depois
a outra
visão de uma
só delas
quando
dirigia um
serviço de
derrubada de
matas, tal
demonstra
que, em um
caso como em
outro, não
se podia
tratar de
“clarividência
no
presente”,
mas sim de
“clarividência
telepática”,
isto é,
leitura do
pensamento
subconsciente
de pessoas
afastadas.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
348. No dia
seguinte,
domingo, 6
de
fevereiro, a
Sra. Bissott
recebeu
inesperadamente,
da Índia,
uma carta de
sua irmã,
datada de 20
de janeiro,
carta em que
a Sra.
Clifton
descrevia
uma
localidade
indiana para
onde ela
havia ido
para uma
grande
cerimônia e
passeara num
jardim, à
margem de um
rio.
Acrescentava
que,
juntamente
com o
marido,
deveria
partir para
outra
localidade,
de onde
iriam para
pleno campo,
até o fim de
fevereiro,
pois que uma
das
atribuições
de seu
marido era
superintender
um trabalho
de derrubada
de matas,
preparatório
para a
formação de
novos campos
de cultura.
Era
precisamente
o que a
Srta. Angus
vira no
cristal.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
349. Quando
a cética
Sra.
Cockburn foi
informada de
tais
coincidências
verídicas,
teve uma
ideia.
Escreveu à
sua filha
para
perguntar-lhe
se na
quinta-feira,
2 de
fevereiro,
porventura
ela se
achava
sentada em
um sofá, com
os pés
descalços. A
moça
respondeu-lhe
que o fato
era
verdadeiro,
mas, quando
veio a saber
da forma
como isso
chegara a
conhecimento
de
terceiros,
expressou
toda a sua
reprovação
por essa
forma de
invasão
ilícita na
intimidade
doméstica. O
incidente
dos pés
descalços
se
verificara
entre as
4:30 e as
7:30 horas
da tarde, ao
passo que a
visão
correspondente
se dera
perto das 10
horas da
noite.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
350. Do
ponto de
vista
teórico,
convém
recordar,
antes de
tudo, que os
fenômenos de
“clarividência
telepática”
são
condicionados
pela
necessidade
imprescindível
da “relação
psíquica”
que só pode
ser
produzida
nas
seguintes
circunstâncias:
quando o
sensitivo
conheça a
pessoa
afastada com
a qual
deseja
entrar em
relação ou
quando a
pessoa
afastada,
desconhecida
do
sensitivo,
seja
conhecida de
outra pessoa
que se
encontre em
companhia do
sensitivo ou
em relação
com ele, ou
quando ao
sensitivo
seja
apresentado
um objeto
usado,
durante
muito tempo,
pela pessoa
afastada (psicometria).
Recordemos,
portanto,
que fora de
tais
condições
não é
possível que
um sensitivo
entre em
relação com
uma pessoa
afastada
(entretanto,
muitas vezes
os
opositores
presumem que
aconteça).
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
351. Além
disto,
convém notar
que, no caso
exposto,
como nos
casos
precedentes,
as visões da
sensitiva se
referiam
unicamente a
incidentes
estritamente
pessoais dos
indivíduos
vistos, bem
como a
incidentes
ainda vivos
em sua
subconsciência.
Finalmente,
não se deve
esquecer que
os referidos
episódios
representam
os limites
extremos a
que chegam,
potencialmente
e
rarissimamente,
as
faculdades
inquiridoras
da “leitura
do
pensamento”
e da
“clarividência
telepática”.
(2ª
Categoria:
Mensagens
mediúnicas
entre vivos
e à
distância.
Subgrupo F)
(Continua no
próximo
número.)