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Brasil
Ano 11 - N° 515 - 7 de Maio de 2017
PAULO SALERNO
pgfsalerno@gmail.com
Porto Alegre, RS (Brasil)
 

  

Divaldo Franco: ”A vida nos dá o que necessitamos para sermos felizes”

 Um número elevado – 1.700 inscritos – esteve presente no Workshop Consciência e Liberdade realizado no
dia 30 de abril, em Salvador, BA

 
O esmero na preparação do evento em todas as suas fases culminou em grande sucesso. Nos ambientes em que se desenrolou as atividades, a ordem e a organização foram destaques. Os organizadores, voluntários e participantes estampavam alegria, serenidade e harmonia em suas faces, exteriorizando gestos e ações solidárias. O workshop Consciência e Liberdade foi realizado nas dependências do Fiesta Convention Center no dia 30 de abril de 2017. Repetindo o sucesso alcançado em anos anteriores, esse episódio apresentou particularidades. Por ter completado setenta anos de oratória, trajetória iniciada em 27 de março de 1947 em Aracaju/SE, proferindo de improviso a sua primeira conferência sobre o Espiritismo, Divaldo Franco recebeu justas e merecidas homenagens.

Produzindo momentos de enlevo e preparação para uma perfeita sintonia, o momento artístico apresentado pela cantora lírica Vanda Otero (foto) e Débora Limeira ao piano, levou o público a um estado de receptividade. 

As homenagens – O Serviço Espírita de Proteção à Infância – SEPI – e a Sociedade Espírita Esperança, de Amparo/SP, representados por Jorge e Cristiane Beira, ofertaram uma placa com a seguinte inscrição: O Serviço Espírita de Proteção à Infância e a Sociedade Espírita Esperança tem a honra de homenagear Divaldo Pereira Franco em reconhecimento por seu trabalho incansável na promoção do bem e da paz, por meio de sua mensagem inspiradora e iluminada, no decorrer desses 70 anos de Mediunidade. Que Jesus continue a abençoá-lo em sua jornada de amor.

As realizações do homenageado se expressam em números impressionantes. Estampados em projeções nas telas dos confortáveis auditórios (para acomodar os 1700 inscritos foram utilizados dois salões), as ações beneméritas de Divaldo Franco foram traduzidas em fotografias, atestando o profícuo labor em favor do próximo ao longo do tempo. Somente os predestinados conseguem lograr esse sucesso inquestionável. Divaldo Franco, espírita, humanista e pacifista recebeu homenagens da Mansão do Caminho, da Federação Espírita Brasileira, da Federação Espírita do Estado da Bahia e o do Centro Espírita Caminho da Redenção, representados por Telma Sarraf, Brigadeiro Jorge Godinho, André Luiz Peixinho e Demétrio Ataíde Lisboa, respectivamente.

Jorge Godinho Barreto Nery, Presidente da Federação Espírita Brasileira – FEB, destacou que Divaldo Franco é o verdadeiro espírita cristão, conforme Allan Kardec classifica em o Livro dos Médiuns, no capítulo Do Método. Não só adotando os postulados cristãos, vivenciando-os a tal ponto que eles passaram a fazer parte de sua vida, nas experiências e ações com próximo. Tal reconhecimento é comprovado pelas incontáveis e laboriosas atividades cristãs ao longo de décadas.

Divaldo Franco: Uma Vida com os Espíritos – André Luiz Peixinho descreveu sua admiração, desde que foi cativado, há décadas, pelo nobre homenageado, que lhe sensibilizou a alma pelas expressões espirituais e materiais desenvolvidas pelo grande lapidador de diamantes. Disciplinado e resistente a qualquer dificuldade e sempre centrado no bem ao seu semelhante, jamais valorizou o mal. Seu ideal é servir o Cristo lançando luzes nas sombras da intimidade do homem.

Suely Caldas Schubert (foto), médium e escritora de Juiz de Fora/MG, salientou as qualidades de educador e dedicado servidor de Jesus, homenageando os 70 anos de oratória e antecipando a comemoração dos 90 anos de idade desse médium e educador por excelência. Divaldo, portador de uma mediunidade maleável e a serviço de Jesus, tem esclarecido e consolado inúmeras almas, amparando-as em suas doces vibrações de incentivo. Outro destaque é o trabalho multifacetário desenvolvido pelo médium baiano, o Semeador de Estrelas, dotado de uma mediunidade ímpar, catalogada e divulgada através do livro: Divaldo Franco: Uma Vida com os Espíritos, assinado por Suely Caldas Schubert e lançado neste Workshop. A obra em tela oferece relatos de diversas pessoas, testemunhas de momentos especiais agora revelados, com comentários da autora.

Uma pequena edição com capa dura foi preparada para esse lançamento. Assim, Moema Lyrio e Lucas Milagre entregaram um exemplar a Divaldo Franco e a Suely Caldas Schubert. Na sequência, Demétrio Lisboa entregou fino buquê de flores ao homenageado que entoa hinos de louvor a Deus amando incondicionalmente o seu próximo. 

Os agradecimentos – Sensibilizado e comovido, Divaldo externou a sua gratidão aos que o estimularam a manter-se fiel ao Cristo e à Doutrina Espírita. No crepúsculo de sua atual existência atribuiu a Allan Kardec todas as homenagens, aceitando a ternura, o amor, a gratidão e a generosidade traduzidas nas homenagens. Agradeceu a generosidade de muitos que lhe estenderam as mãos, encaminhando-o na vida, acolhendo-o e incentivando-o nos momentos tormentosos. Externou, ainda, o seu profundo reconhecimento à ação benfazeja dos Espíritos que o ampararam e o orientaram ao longo dessa sua atual existência, incluindo aí aqueles que se colocaram em oposição. Esses lhe permitiram dar o testemunho que necessitou demonstrar. Aos generosos amigos que lhe facilitaram a vida suplicou desculpas pelos senões, provocados pelas suas próprias limitações.

Divaldo Franco é ímpar, um fenômeno. Prestes a completar 90 anos de idade, no período de 17 dias (de 11 a 28 de abril) esteve proferindo 16 conferências em 15 diferentes cidades dos Estados Unidos da América, do Peru, da Colômbia e em São Paulo, no Brasil, o que o categoriza como o Paulo de Tarso da atualidade. Divaldo não se permite viver um único dia sem agir em prol do próximo, divulgando as lições de Jesus, lapidando-se intelectual e moralmente. É um Espírito dotado de vontade férrea, inquebrantável. Aos que estão lendo esse texto, saibam que Divaldo Franco desenvolve labores intensos, diuturnamente, no Centro Espírita Caminho da Redenção e em sua obra social, a Mansão do Caminho. Em breve, realizará mais um grande roteiro doutrinário pela Europa, com início em 8 de maio e conclusão em 8 de junho de 2017. 

O Workshop Consciência e LiberdadeA vida nos dá o que necessitamos para sermos felizes. (Divaldo Franco)

Destacando um fato ocorrido em 4 de abril de 2016, Divaldo Franco deu início, propriamente dito, ao trabalho programado. Naquela data, Espíritos muito infelizes e inimigos do bem, se lhe acercaram, assinalando o início de uma guerra contra a esperança e àqueles que se dizem servidores do Cristo. Esses servidores, disseram, terão que demonstrar a persistência e dedicação ao trabalho no bem. Estarão, daquela data em diante, testando os cristãos na aplicação, em si mesmos, das lições que ministram aos outros. Estaremos, reprisam, em batalha, gostaríamos de vê-los chorar, debaterem-se na vida, testando-os todos os dias.

Assim, o Embaixador da Paz no Mundo exortou que todos tivessem bom ânimo, que orassem muito e fervorosamente, trabalhando com alegria e dedicação. Não temamos, não desfaleçamos, Jesus secará nossas lágrimas! Todos os que se dizem cristãos estão convocados a oferecer o seu próprio testemunho através das mais meritórias ações no bem.

O psicólogo e teólogo norte americano Rollo May, (1909 —1994) estudando os hábitos do homem moderno, imediatista, e esquecido das aspirações mais sublimes para uma existência feliz, classificou-o segundo três parâmetros presentes no ideário da grande maioria dos indivíduos. São eles:

Individualismo: A valorização da autonomia individual em busca da liberdade e da satisfação das inclinações naturais, esquecendo-se que o amor é a base da vida. O Individualismo leva o homem a ter medo de amar, pois que entende que amar significa “aprisionar-se”, conflitando com o conceito individualista de liberdade, que na realidade não passa de libertinagem.

Sexismo: Os abusos sexuais e o erotismo têm tornado o homem em um ser meramente sexual, afastando-o das emoções superiores para viver as sensações puramente físicas, produzindo conflitos que se expressam nas artes, na ciência, na filosofia, na ética.

Consumismo: Aturdido, o homem procura construir-se de forma irreal, aparentando o que efetivamente não é, consumindo o que não necessita. Há uma compulsão que propicia, na busca de atender o prazer, o sucesso e a felicidade, construir um modo de vida que leva o indivíduo a consumir de forma ilimitada bens, mercadorias e serviços, muitos supérfluos. 

Mira y Lopez e os Gigantes da Alma – Já o psiquiatra, professor e psicólogo Emilio Mira y Lopez (1896-1964), autor da obra Os Quatro Gigantes da Alma, elenca-os como sendo: rotina, ansiedade, medo e amor. Joanna de Ângelis modernizando esses conceitos, elege como gigantes da alma a rotina, a ansiedade, o medo e a solidão. Nos dias atuais, grandes contingentes de indivíduos são visitados, pelo menos, por um desses gigantes destruidores da felicidade.

A rotina leva o homem aos estados de pessimismo precoce. A ansiedade é a expectativa do porvir na hora presente, há uma ânsia de ideais. Ela é adversária que rouba os momentos de felicidade. Para combater a ansiedade é preciso fruir o instante atual, autoconhecendo-se, não vivendo na expectativa. Não te atormentes pelo dia de amanhã, a cada dia basta as suas próprias aflições, conforme ensinou Jesus. O medo torna as pessoas infelizes, os receios de vivenciar dissabores e situações desagradáveis. É um fantasma que se avoluma na intimidade do indivíduo toda a vez que se pensa nele. O medo deve ser enfrentado com o uso da audácia e da coragem. A solidão tem levado os indivíduos a viver, nestes últimos tempos, momentos em que o sentimento da afetividade se apresenta bastante distante das ações e das emoções. Nunca houve tanta solidão humana: moral, fraternal e afetiva como nesse período de amarguras íntimas e de glórias externas. Esta é a década da solidão, disse Divaldo. O exercício da coragem e a dignidade de viver, são atitudes que propiciam ao homem conviver. A solidariedade é o único antídoto para a solidão.

Somente o desenvolvimento da consciência de si mesmo será capaz de promover o homem a patamares de bem-estar biopsicossocial e espiritual. O amor, que é a base da vida, não tem encontrado no homem o suporte espiritual e psíquico para se fazer presente na vida dos que transitam pela Terra. 

Uma ponte entre Ciência e Espiritismo – Discorrendo sobre os avanços da ciência moderna no campo espiritual, Divaldo Franco registrou que as pesquisas científicas realizadas pelo Dr. Michael Persinger (1945 -) e Dr. Vilayanur Ramachandran (1951 -), neurocientistas que descobriram o denominado “Ponto de Deus” no cérebro humano, e pela Dra. Danah Zohar (1945 -), física que falou por primeira vez da existência da inteligência espiritual, estabelecendo-se, dessa maneira, uma ponte entre a Ciência e o Espiritismo, demonstrando que ambos os conhecimentos estão em perfeita sintonia entre si e apontam o ser profundo que somos como a fonte geradora da saúde integral.

Pesquisas aprofundadas sobre o gene humano indicam que, entre outros 35.000 genes catalogados, o VNAT2 é divino. O objetivo da vida, aduziu o nobre conferencista, é fazer com que o Deus interno se expanda, tomando todo o ser. Ser esse de natureza imortal, o princípio inteligente do Universo, conforme catalogado em O Livro dos Espíritos – Questão 23.

Em 1985, o jovem psicólogo norte americano Daniel Goleman (1946 -), notou que os que possuíam alto QI – Quociente de Inteligência, não eram contemplados com o sucesso e com os relacionamentos sociais saudáveis. Goleman, então, desenvolveu o QE – Quociente emocional, o que facultou compreender o quanto o indivíduo é gentil para consigo mesmo.

No livro QS - Inteligência Espiritual, a física e filósofa americana Danah Zohar (1945 -) aborda a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS – S de Spiritual, em Inglês), isto é, uma inteligência transpessoal. Pesquisas desenvolvidas por diversos cientistas apresentam resultados que apontam para a existência de uma memória cerebral e outra extracerebral. Assim, os homens de ciência não param de pesquisar e aprofundar o conhecimento, promovendo, pouco a pouco, a libertação do ser humano das sombras da ignorância de si mesmo. 

O que a vida nos dá para sermos felizes – Eben Alexander, neurocirurgião americano e professor de Harvard, nunca acreditou em vida após a morte até passar por uma experiência dramática. Ele entrou em coma profundo, teve contato com desencarnados, guardando perfeita lembrança do tempo e das ações realizadas no período em que estava na UTI. Ao retornar, lúcido, estava convencido de que existe vida do outro lado. Os espíritas e os espiritualistas possuem a consciência da sua imortalidade. O Espiritismo foi a única ciência que matou a morte. (Vianna de Carvalho).

Em assim sendo, há necessidade de o homem mudar de atitudes, desenvolvendo uma consciência de si mesmo, assenhorando-se de seus impulsos instintivos, dominando-lhes as ações, abrindo campo para que o amor se instale e passe a comandar. O grande exercício para a aquisição e/ou desenvolvimento do amor é o núcleo familiar, insubstituível agrupamento humano. Com relação à família, Divaldo Franco afirmou: Não dê presentes, faça-se presente.

A vida nos dá o que necessitamos para sermos felizes. Inserindo diversos fatos, à guisa de exemplos, Divaldo foi tocando nos núcleos da sensibilidade humana, preparando para novos conceitos, como os de Joanna de Ângelis encontrados na obra Momentos de Meditação; de Joan Kabat Zin (1944 -); Milton Erickson (1901-1980); e de Mark Williams e Danny Penman, autores do livro Atenção Plena.

Segundo a Mentora Joanna de Ângelis, a vida moderna é rica de divertimento e pobre de espiritualidade. A meditação é o meio mais eficaz para disciplinar a vontade, exercitando a paciência para vencer as tendências inferiores que aprisionam. Por fixar-se ora no passado, ora no futuro, o homem desenvolveu o hábito de ignorar o momento atual em que vive, deixando de fruí-lo plenamente.  

Passos importantes para a meditação – A vida enseja ao homem se fixar nos acontecimentos bons, não levando em consideração o mal que lhe é feito. É necessário desenvolver o hábito de pensar bem sobre a vida e sobre os valores que são adotados. Ao situar os interesses em determinado aspecto, ali circularão as necessidades. Onde repousa o pensamento, ali estarão as emoções. Dar aos outros o que deles recebeu é a atitude cristã a ser posta em prática. Aquele que conheceu o maior psicoterapeuta que a humanidade já conheceu, Jesus, não poderá continuar a ser o mesmo.

Para meditar e exercitar a atenção plena, visando estar em sintonia plena com a divindade, Divaldo apresentou alguns passos sugestivos: 1º) Disciplina: reserve um momento diário, cumprindo-o religiosamente; 2º) Relaxe o corpo: adote uma posição confortável, respeitando os seus limites; 3º) Respire: permaneça concentrado na inspiração e na expiração. É importante estar presente onde se está; 4º) Pare e esteja presente: a meditação não é apenas ficar parado; 5º) Silencie: é necessário silenciar a voz e a mente. 6º) Seja um observador atento: o que está acontecendo, o que está vendo, o que sente?; 7º) Não lute contra os pensamentos: conquiste-os com paciência. 8º) Entregue-se a Deus: é necessário se entregar a Deus, agradecendo pelo muito que recebeu, tendo consciência do pouco que doou aos outros.

Assim, ao declamar o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco encerrou o laborioso trabalho, acariciando as almas presentes, acolhendo-as em seu coração. Os aplausos foram intensos e demorados, atestando o reconhecimento e a gratidão a Divaldo Franco, paladino do Espiritismo dos dias atuais.


Nota do autor: 

As fotos desta reportagem são de autoria de Jorge Moehlecke.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita