Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 36)
Damos
prosseguimento
ao estudo metódico
e sequencial do
livro Sexo e Obsessão,
obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada originalmente em 2002.
Questões
preliminares
A. No processo
de regeneração
de padre Mauro,
também seriam
atendidos seu
pai e
Jean-Michel, seu
perseguidor
desencarnado?
Sim. Conforme
informação dada
por Dona
Martina, mãe do
padre, seu pai e
Jean-Michel
seriam levados
para o lar que o
padre deveria
erguer em favor
das criancinhas
esquecidas do
mundo, mas
lembradas por
Deus, a fim de
que ambos fossem
igualmente
beneficiados. A
vitória, disse
ela, pertence a
todo aquele que
porfia e não
descansa, a
coletar glórias,
enquanto a luta
não termina.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 18: Os
labores
prosseguem.)
B. Nos episódios
relatados nesta
obra, que lição
podemos extrair
do exemplo dado
pelas mães do
marquês e do
padre?
A lição de que o
amor maternal,
quando
verdadeiro,
supera todo e
qualquer
obstáculo.
Diante desse
exemplo, diz
Philomeno que,
enquanto houver
mães no mundo, o
amor de Nosso
Pai estará
refletido nos
seus atos de
extrema
abnegação e
renúncia.
Vira-se ali uma
delas renunciar
ao esplendor de
regiões felizes
para descer ao
vale de
amargura, a fim
de oferecer
braços
protetores ao
filho revel, sem
pensar na
própria
felicidade, de
que já
desfrutava,
enquanto a outra
assumia o
compromisso de
permanecer no
vale sombrio ao
lado do filho
dependente,
renunciando ao
monte de
sublimação. Para
elas, a
felicidade era a
liberação dos
seus anjos
crucificados na
agonia
proporcionada
pela loucura da
própria
insensatez.
Enquanto não os
conduzissem à
glória solar,
não se
permitiriam a
ascensão
plenificadora.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 18: Os
labores
prosseguem.)
C. Em que
momento e de que
forma os
comparsas do
marquês de Sade
foram informados
de que ele não
mais retornaria
à cidade
perversa?
Quem lhes deu a
notícia foi o
médium Ricardo,
quando,
visivelmente
inspirado,
assomou à
tribuna e falou
a todos que ali
estavam. De sua
fala merece
destaque o
trecho
seguinte: “O
vosso líder, o
marquês de Sade,
que vos trouxe a
este recinto de
felicidade,
cansado dos
excessos que se
tem permitido,
optou pela
renovação e já
não retornará
convosco, com
aqueles que
desejarem volver
aos sítios
pestíferos de
onde procedeis.
Ninguém poderá
obrigar-vos ao
retorno às
cavernas de
padecimento e de
escravidão onde
vivíeis. Aqui é
a Casa de
bênçãos, que se
vos distendem
acolhedoras e
ricas de
renovação.
Podeis respirar
novo clima,
acalentar novas
esperanças,
anelar por paz e
trabalhar pela
conquista dos
valores morais e
espirituais que
abandonastes,
quando tomados
pela insensatez
e pelo desvario,
ao vos
entregardes à
exorbitância do
prazer”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 19:
Liberdade e
vida.)
Texto para
leitura
176. A
vitória pertence
a quem porfia
– Em sua
conversa com
padre Mauro, seu
filho, Dona
Martina lhe
disse: “Quando
recuperado,
iremos buscar
teu pai, que
levaremos para o
lar que erguerás
em favor das
criancinhas
esquecidas do
mundo e
lembradas por
Deus, a fim de
que também ele
seja
beneficiado.
Nesse programa
de redenção,
receberás também
Jean-Michel, a
quem deves altas
somas de amor e
de compreensão,
incapaz, neste
momento, de
entender o labor
em curso. Como
somos viajantes
do tempo, o que
se encontra
estabelecido irá
sucedendo sem
pressa nem
tumulto, e cada
qual que se
encontra incurso
no processo irá
chegando até que
os delineamentos
de hoje se
tornem realidade
futura. No mais,
entrega-te a
Jesus, nEle
confia e espera,
sofrendo com
paciência e
renovando-te sem
cessar. Jamais
nos separaremos
durante este
cometimento de
libertação de
todos nós, os
comprometidos
com a Vida.
Agora, filho,
dorme e sonha
com o dia
radioso que logo
mais amanhecerá.
A vitória
pertence a todo
aquele que
porfia e não
para a coletar
glórias enquanto
não termina a
luta. Ergue-te,
portanto, acima
das
vicissitudes,
enfrenta os
trâmites
necessários ao
reajuste e canta
comigo a glória
do Senhor que
nos ama e labora
conosco”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 18: Os
labores
prosseguem.)
177. Como
agem as mães
verdadeiras
– Quando a
Entidade
generosa
terminou, tinha
lágrimas que
perolavam
transparentes,
descendo pelas
faces. Manoel
Philomeno e os
outros
companheiros,
igualmente
comovidos,
acompanhavam a
cena de amor
maternal
embevecidos e
sensibilizados.
Duas mães e
diversos
destinos ali
estiveram
presentes,
construindo o
futuro dos
filhos
tresloucados e
arrependidos,
que anelavam por
nova
oportunidade de
crescimento na
direção de Deus
e da Vida.
Philomeno pôde
então refletir
que, enquanto
houver mães no
mundo, o amor de
Nosso Pai estará
refletido nos
seus atos de
extrema
abnegação e
renúncia.
Vira-se ali uma
delas renunciar
ao esplendor de
regiões felizes
para descer ao
vale de
amargura, a fim
de oferecer
braços
protetores ao
filho revel, sem
pensar na
própria
felicidade, de
que já
desfrutava,
enquanto a outra
assumia o
compromisso de
permanecer no
vale sombrio ao
lado do filho
dependente
renunciando ao
monte de
sublimação. Para
elas, a
felicidade era a
liberação dos
seus anjos
crucificados na
agonia
proporcionada
pela loucura da
própria
insensatez.
Enquanto não os
conduzissem à
glória solar,
não se
permitiriam a
ascensão
plenificadora.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 18: Os
labores
prosseguem.)
178. O
clima psíquico
na comitiva do
marquês
– À medida que
os convidados
foram conduzidos
a regiões
próprias no
Plano Espiritual
e padre Mauro
levado por dona
Martina de
retorno ao
corpo, que se
encontrava em
repouso, o irmão
Anacleto, Dr.
Bezerra de
Menezes, madre
Clara de Jesus,
Dilermando e os
demais
companheiros
dirigiram-se ao
amplo salão que
albergava a
comitiva do
marquês. Embora
se encontrassem
em relativo
silêncio,
sentia-se a
ansiedade que
reinava no
ambiente. Alguns
expositores
espirituais
tentaram manter
o clima psíquico
apresentando
dissertações do
Evangelho, que
não eram levadas
na devida
consideração, o
que gerara certo
mal-estar entre
todos. Alguns
deles, com
aparência
bizarra,
movimentavam-se
inquietos,
aguardando
qualquer
ocorrência, como
se estivessem
preparados para
alguma reação,
que pensavam
seria
necessária. Do
lado de fora,
onde ficaram
algumas centenas
que não tiveram
acesso à
Instituição,
devido ao estado
de zoantropia e
de
excentricidades
vulgares em que
se travestiram,
a algazarra e o
deboche se
misturavam,
enquanto canções
de baixo
conteúdo moral
eram exaltadas
entre gritos e
blasfêmias.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 19:
Liberdade e
vida.)
179. O
médium Ricardo
fala aos
comparsas do
marquês
– A sala
encontrava-se
iluminada e, à
sua volta,
internamente,
diversos
Espíritos que
mourejavam na
Instituição
encontravam-se a
postos em
atitude de
bondade, mas
também
expressando
energia e vigor,
a fim de que
nenhuma desordem
assinalasse a
atividade em
andamento. Na
parte do fundo
do salão havia
um balcão, que
funcionava corno
mesa diretora,
em torno da qual
o grupo
socorrista se
sentou e, ante a
aquiescência de
madre Clara de
Jesus, o irmão
Anacleto
dirigiu-se à
turbamulta,
explicando que o
marquês de Sade
encontrava-se
impossibilitado
de comparecer
àquele ato, mas
que tivessem um
pouco de
paciência, a fim
de que fossem
finalizadas as
atividades
espirituais em
desenvolvimento.
A seguir, o
médium Ricardo,
visivelmente
inspirado,
assomou à
tribuna e com
voz bem modulada
começou a falar:
“Irmãos do
sofrimento! Que
Jesus permaneça
conosco neste e
em todos os
momentos das
nossas vidas!
Falo-vos sob
inspiração da
Verdade, aqui
representada
pelos
Mensageiros do
Mundo Maior,
embora ainda
encarcerado no
corpo físico, a
fim de que
possais
aquilatar o
valor desta
oportunidade, no
direcionamento
adequado das
vossas vidas em
relação ao
futuro. Somos
Espíritos
eternos, que a
morte não
consome nem os
disparates
aniquilam.
Iniciada a nossa
jornada de
evolução, não há
mais como recuar
ou parar
indefinidamente
no processo de
libertação das
paixões
escravocratas e
das sensações
animalizantes a
que nos
aferramos. Somos
herdeiros da
insânia que nos
permitimos, mas
também dos
sacrifícios e
esforços de
iluminação que
conseguimos.
Passo a passo
seguimos o
caminho do
autoconhecimento,
nem sempre como
deveríamos,
através de uma
decisão
irreversível.
Muitas vezes
estacionamos nas
províncias da
loucura pelo
prazer
insaciável,
quando nos
cumpriria
avançar no rumo
das emoções
sublimantes.
Ocorre que a
predominância
dos instintos
primários em nós
ainda é muito
forte, e a eles
nos submetemos
sem forças para
romper as
amarras que nos
retêm na
retaguarda do
caminho por onde
deveremos
avançar. Não
somos anjos
ainda, tampouco
demônios sem a
presença do amor
de Deus. Damos
prosseguimento,
no Além-Túmulo,
às experiências
que elegemos
durante o
transcurso
carnal. Cada
qual desperta
além da morte
com a bagagem
armazenada antes
da
desencarnação.
Por isso mesmo,
morrer ou
desencarnar, é
transferir-se de
estágio
vibratório,
permanecendo nas
paisagens
infinitas da
Vida. Não é,
pois, de
estranhar, que
tenhamos
aspirações e
fruamos de
emoções bem
diferentes, que
são resultados
das nossas
seleções desde a
experiência
carnal, cujo
ciclo, que se
estende do berço
ao túmulo,
encerramos, de
forma a nos
permitirmos novo
tentame,
avançando sempre
no rumo da
Grande
Libertação. Até
agora, ainda não
vos destes conta
exatamente da
ocorrência da
vossa
imortalidade,
dando curso às
paixões a que
vos ativestes
antes, sem
permitir-vos
meditar em torno
do futuro, do
que vos aguarda
e da necessidade
de alterar o
comportamento,
que não mais
pode continuar
conforme vem
sucedendo.
Herdeiros de
Deus, porque
Seus filhos
amados,
trazemo-no na
intimidade dos
sentimentos e na
inteireza da
consciência que,
embora
anestesiada no
momento,
apresenta os
primeiros sinais
de despertamento,
gerando tédio e
cansaço,
mal-estar e
saturação em
todos os
cometimentos a
que vos
aferrais. O gozo
exorbitante, a
loucura do sexo
em total
desalinho, o
prosseguimento
das aberrações e
fanfarronices
não mais atendem
às exigências do
ser profundo que
sois,
apresentando-se
como uma
sensação
grosseira que
resulta do
encharcamento
dos tecidos
sutis dos vossos
perispíritos
impregnados de
fluidos tóxicos
gerados pelas
vossas mentes e
predominantes na
região em que
estagiais”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 19:
Liberdade e
vida.)
180.
Ricardo diz que
o marquês não
voltará com eles
– O médium
silenciou por
brevíssimos
segundos,
relanceando o
olhar pelo salão
repleto, a fim
de medir a
receptividade
dos conceitos
emitidos. Um
leve rumor
agitou a massa,
na qual alguns
membros mais
alucinados
reagiam a meio
tom de voz,
enquanto outros,
de olhar
esgazeado e de
aspecto
dementado,
despertavam
lentamente,
beneficiados
pelas vibrações
ambiente e pela
musicalidade da
palavra
esclarecedora.
Sem dar margem a
prolongada
pausa, que
poderia quebrar
o ritmo da
proposta de
libertação, ele
prosseguiu:
“Desfrutais,
neste momento,
de imerecida
concessão
divina, nesta
Casa, que vos
faculta
reflexionar fora
do ambiente
asfixiante em
que vos
detendes, em
torno da
excelência da
liberdade e da
autossuperação,
a fim de
poderdes eleger
nova conduta e
segui-la com os
olhos postos nos
horizontes
iluminados que
vos aguardam.
Chega de
angústias
afogadas no
licor de suor e
sangue das
vossas aflições.
As saudades dos
seres queridos,
ora distantes,
que vos
dilaceram,
falam-vos da
possibilidade
dos reencontros
ditosos de que
podereis fruir,
assim desejeis
alterar o
comportamento e
mudar de
situação
emocional. Sois
escravos, não de
Espíritos
perversos que
vos exploram,
mas das vossas
próprias
paixões, do
primarismo que
vos jugula às
reminiscências
do corpo físico,
ora inexistente.
As sensações que
experimentais e
disputais sem
cessar, não
existem mais,
nem podem
repetir-se,
sendo apenas
impregnação
conservada pelo
corpo
perispiritual, e
que vossas
mentes insistem
em preservar. O
vosso líder, o
marquês de Sade,
que vos trouxe a
este recinto de
felicidade,
cansado dos
excessos que se
tem permitido,
optou pela
renovação e já
não retornará
convosco, com
aqueles que
desejarem volver
aos sítios
pestíferos de
onde procedeis.
Ninguém poderá
obrigar-vos ao
retorno às
cavernas de
padecimento e de
escravidão onde
vivíeis. Aqui é
a Casa de
bênçãos, que se
vos distendem
acolhedoras e
ricas de
renovação.
Podeis respirar
novo clima,
acalentar novas
esperanças,
anelar por paz e
trabalhar pela
conquista dos
valores morais e
espirituais que
abandonastes,
quando tomados
pela insensatez
e pelo desvario,
ao vos
entregardes à
exorbitância do
prazer”.
(Sexo e
Obsessão,
capítulo 19:
Liberdade e
vida.) (Continua no
próximo número.)