Um amigo leitor,
reportando-se ao Dia do
Expedicionário que se
comemora no dia 5 de maio de
cada ano, em homenagem aos
militares que compuseram a
Força Expedicionária
Brasileira (FEB) e, desse
modo, lutaram na campanha na
Itália, durante a Segunda
Guerra Mundial, pede-nos que
esclareça o que o
Espiritismo nos fala sobre a
guerra e sobre os soldados
que perecem durante os
combates.
Ambos os assuntos foram
lembrados por Allan Kardec
e, por isso, examinados
objetivamente pelos
instrutores espirituais que
participaram da obra de
codificação da doutrina
espírita.
Acerca da guerra e suas
motivações, eis o que os
instrutores disseram:
742. Que é o que impele o
homem à guerra?
“Predominância da natureza
animal sobre a natureza
espiritual e transbordamento
das paixões. No estado de
barbaria, os povos um só
direito conhecem – o do mais
forte. Por isso é que, para
tais povos, o de guerra é um
estado normal. À medida que
o homem progride, menos
frequente se torna a guerra,
porque ele lhe evita as
causas, fazendo-a com
humanidade, quando a sente
necessária.”
743. Da face da Terra, algum
dia, a guerra desaparecerá?
“Sim, quando os homens
compreenderem a justiça e
praticarem a lei de Deus.
Nessa época, todos os povos
serão irmãos.”
A dedução que podemos tirar
de semelhantes respostas é
que a guerra, tão presente
na história da Humanidade
terrena, é um processo
decorrente claramente do
estado de inferioridade que
caracteriza nosso planeta.
Com a evolução moral dos que
aqui reencarnam,
evidentemente a guerra
desaparecerá e será tão
somente um registro nos
rodapés dos livros de
história, o que nos faz
lembrar uma conhecida
advertência feita por Jesus
registrada pelo evangelista:
"Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a Terra!"
(Mateus, 5:5.)
Sobre o que acontece com os
soldados que perecem em
batalha, os instrutores
espirituais forneceram-nos
informações muito
interessantes, que vale a
pena meditar para podermos
ter a dimensão real da
tolice que é uma guerra:
546. No tumulto dos
combates, que se passa com
os Espíritos dos que
sucumbem? Continuam, após a
morte, a interessar-se pela
batalha?
“Alguns continuam a
interessar-se, outros se
afastam.” Nota de AK:
“Dá-se, nos combates, o que
ocorre em todos os casos de
morte violenta: no primeiro
momento, o Espírito fica
surpreendido e como que
atordoado. Julga não estar
morto. Parece-lhe que ainda
toma parte na ação. Só pouco
a pouco a realidade lhe
surge”.
547. Após a morte, os
Espíritos que como vivos se
guerreavam continuam a
considerar-se inimigos e se
conservam encarniçados uns
contra os outros?
“Nessas ocasiões, o Espírito
nunca está calmo. Pode
acontecer que nos primeiros
instantes depois da morte
ainda odeie o seu inimigo e
mesmo o persiga. Quando,
porém, se lhe restabelece a
serenidade nas ideias, vê
que nenhum fundamento há
mais para sua animosidade.
Contudo, não é impossível
que dela guarde vestígios
mais ou menos fortes,
conforme o seu caráter.”
a) Continua a ouvir o rumor
da batalha?
“Perfeitamente.”
548. O Espírito que, como
espectador, assiste
calmamente a um combate
observa o ato de separar-se
a alma do corpo? Como é que
esse fenômeno se lhe
apresenta à observação?
“Raras são as mortes
verdadeiramente
instantâneas. Na maioria dos
casos, o Espírito, cujo
corpo acaba de ser
mortalmente ferido, não tem
consciência imediata desse
fato. Somente quando ele
começa a reconhecer a nova
condição em que se acha, é
que os assistentes podem
distingui-lo, a mover-se ao
lado do cadáver. Parece isso
tão natural, que nenhum
efeito desagradável lhe
causa a vista do corpo
morto. Toda a vida tendo
sido transportada para o
Espírito, somente ele chama
a atenção e é com ele que o
espectador conversa ou a
quem dá ordens.”
As questões citadas fazem
parte d´O Livro dos
Espíritos, de Allan
Kardec, o qual é, como
sabemos, o mais importante
livro da literatura
espírita.
Esperamos que as
informações acima satisfaçam
às dúvidas do nosso amigo
leitor.
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