Um amigo e colaborador de
nossa revista pergunta-nos
se há erro nesta frase:
“Como e porque devemos
estudar os clássicos?”
Sim, a frase deveria ser
grafada de forma diferente:
“Como e por que
devemos estudar os
clássicos?”
É evidente que nos referimos
à forma adotada no português
falado no Brasil, visto que
em Portugal o entendimento é
diferente.
Eis a explicação:
Sempre que introduz na frase
uma pergunta (direta ou
indireta), devemos escrever,
separadamente, “por que”.
Alguns exemplos:
- Por que devemos estudar?
- Por que você faltou à
reunião?
- Gostaria de saber por que
você não veio.
Note que, em casos assim,
“por que” pode ser
perfeitamente substituído
pela expressão “por qual
razão”, “por qual motivo”:
- Por qual motivo devemos
estudar?
- Por qual razão você faltou
à reunião?
- Gostaria de saber por qual
motivo você não veio.
O “porque” (escrito numa só
palavra) é uma conjunção e,
portanto, usada para
explicar algo ou responder a
uma indagação:
- Não fui à palestra
porque estava doente.
- O homem fugiu porque
ficou com medo.
- Porque estive
viajando, não pude
comparecer.
Se o escrevermos com acento
na sílaba final – “porquê” –
a palavra passa à condição
de substantivo, sinônimo de
motivo, razão ou causa,
normalmente precedido do
artigo “o”.
Exemplos:
- Não sei o porquê de
toda essa confusão.
- Gostaria de saber o
porquê de sua ausência.
- Ninguém sabe o porquê
de sua demissão.