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Um minuto com Chico Xavier

Ano 11 - N° 515 - 7 de Maio de 2017

REGINA STELLA SPAGNUOLO
rstella10@yahoo.com.br
Botucatu, SP (Brasil)
 

 

Chico e Waldo começaram a arrumar as malas para viajar ao exterior. Em maio de 1965, os dois embarcaram para os Estados Unidos. Já era hora de levar o espiritismo segundo Kardec aos americanos. Acompanhados por dois amigos, Maria Aparecida Pimental e Irineu Alves, eles chegaram a Washington na tarde de 22 de maio, um sábado. No dia seguinte, visitaram um templo espírita na cidade para agradecer ao plano espiritual pela chance da viagem. Sem aviso prévio, foram até o The Church of Two Worlds (A Igreja dos Dois Mundos), dirigido pelo médium Gordon Burroughs.

Eram 5h. Eles se sentaram no último banco e ficaram em silêncio, acompanhando as preces, cânticos e comentários sobre a doutrina. Ninguém os conhecia ali. No final da reunião, uma senhora indicou os quatro "irmãos de outro país" ali presentes e falou sobre a tarefa deles nos Estados Unidos: levar a renovação Espiritual e estimular a aproximação fraterna. Logo depois, em transe, anunciou a presença dos espíritos de um teacher e um doctor junto aos visitantes brasileiros. Chico e Waldo já tinham percebido a companhia de Emmanuel e de André Luiz. 

Em julho, Waldo Vieira colocou no papel um texto com a assinatura do doctor. "Pontos fundamentais para o espírita em viagem". Era uma cartilha para kardecistas que viajassem para o exterior pela primeira vez. Os conselhos, assinados por André Luiz, pareciam ter sido escritos por Chico Xavier. Para início de conversa, a palavra estrangeiro deveria ser riscada do dicionário: "Os filhos de outros povos devem ser tratados como verdadeiros irmãos". Era preciso fugir da exibição pessoal, guardar discrição e simplicidade, evitar críticas e discussões, anedotas e aforismos de mau gosto, além de comparações pejorativas capazes de humilhar os anfitriões. Para ser mais útil, cada um deveria estudar a língua e os costumes do país visitado. 

O quarteto tinha muito trabalho a fazer. Allan Kardec era um ilustre desconhecido nos Estados Unidos, mesmo entre os espíritas. Eles cultuavam a reencarnação, acreditavam em fenômenos como a materialização, mas ainda eram leigos em relação ao Evangelho ditado pelo francês no século passado. Chico e Waldo se dedicaram, então, à segunda parte do plano: fundar um centro kardecista. Já tinham até um contato em Washington: Salim Salomão Haddad e sua mulher, Phillis. O casal tinha conhecido Chico Xavier ainda em Pedro Leopoldo, em 1956. 

Chico elegeu o turco Salim, que conhecia sete línguas, presidente do centro, batizado de Christian Spirit Center (Centro Espírita Cristão). A sede funcionaria na casa dos dois. Durante três semanas, o brasileiro ficou hospedado ali. Como sempre, trabalhou e estudou compulsivamente. De manhã, recebia aulas de inglês da filha mais velha do casal; à tarde, era a vez de Phillis assumir o papel de professora e à noite o marido virava mestre. Chico aprendeu em 15 dias o que poucos conseguiriam aprender em um ano.

O aluno era um fenômeno, mas não tinha, segundo os professores, know-how suficiente para escrever os textos que, em poucos minutos, ele colocou no papel, com a assinatura de um certo Ernest O'Brien. As palavras em inglês saíam de sua mão em velocidade absurda até mesmo para os americanos e deixavam Mrs. Phillis boquiaberta. Um dos artigos, intitulado "Family", começava com uma descrição das primeiras impressões logo após a morte:

Trernendous surprise takes place in our mmd at the rnornent of death. Contrary ofour own former opinions we are alive. The body carne back to the inorganic Kingdon as subject of universal change and we recognize that death is a rebirth (Tremenda surpresa ocorre em nossa mente no momento da morte. A despeito de nossas próprias opiniões anteriores, continuamos vivos, O corpo retorna ao reino inorgânico, sujeito que está à mutação universal, enquanto reconhecemos que a morte é um renascimento). 

Waldo Vieira não ficava atrás e também apresentava textos assinados por O'Brien: On what basis shall we localize the problem of death? Of course, there is no death. Life itself dernands death as a rebirth (Em que base devemos colocar o problema da morte? Naturalmente, a morte não existe. A própria vida exige a morte como um renascimento). 

O suicídio seria pura perda de tempo. A vida era inevitável. Entre uma aula e uma "mensagem", Chico Xavier escrevia livros e, de vez em quando, saía para passear com os anfitriões pela cidade. Mrs. Phillis guardou duas frases de Chico durante a estada:

- A gente precisa perdoar setenta vezes sete diariamente.

- Um tanto mais de paciência todos os dias.

Depois de Washington, Nova York. Ali, Chico se encontrou com o médico Eurípedes Tahan, o parceiro de Maria Olina na Casa Espírita de Sheilla. Tahan fazia pós-graduação em pesquisa de transplante de fígado e, estimulado por Chico, matriculou-se com ele em um curso noturno de inglês. Durante três semanas, o mineiro de Pedro Leopoldo participou das aulas. A professora ficou impressionada com sua facilidade para o idioma.


Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita