Belezas siderais
“Não procures Deus nos
templos de pedra e de
mármore, ó homem que
quer conhecê-lo, mas no
templo eterno da
Natureza, no espetáculo
dos mundos que percorrem
o Infinito, nos
esplendores da vida que
se desabrocha na sua
superfície”. Este texto
é de Léon Denis e o
retiramos do capítulo 1
da sua Obra: O Grande
Enigma. Naquele livro o
grande filósofo espírita
deixa extravasar toda a
sua gratidão a Deus e,
para tanto, cita as
grandes maravilhas da
natureza, a partir da
Terra, indo além até os
orbes que rolam pelo
Universo. Uma verdadeira
sonata, um verdadeiro
cântico de ternura à
criação divina.
Mais à frente ele dirá:
“... tudo revela e
manifesta tua presença.
Tudo o que na Natureza e
na Humanidade canta e
celebra o amor, a
beleza, a perfeição,
tudo que vive e respira
é uma mensagem de Deus.
As forças grandiosas que
animam o Universo
proclamam a realidade da
Inteligência Divina; ao
lado delas, a majestade
de Deus se manifesta na
História, pela ação das
grandes almas que,
semelhantes a ondas
imensas, trazem às
margens terrestres todas
as potências da obra de
sabedoria e de amor”.
Gradativamente a ciência
nos vai desvendando essa
beleza. Através dos seus
telescópios, observações
e conclusões colocam-nos
frente a frente com o
belo inusitado que
permeia toda a Obra de
Deus. E vamos encontrar
no belo trabalho de
Edward Bell, diretor de
arte da revista
Scientific American,
páginas de rara beleza,
onde ele e Ron Miller,
ilustrador, nos convidam
a um passeio pelo
Sistema Solar para
apreciarmos oito
maravilhas que se
encontram bem próximas
de nós e que as veremos,
certamente, quando
deixarmos para trás as
temíveis garras do
orgulho e do egoísmo que
nos prendem de tal modo
ao ego inferior que não
conseguimos sequer olhar
à frente e imaginar o
que existe além da linha
do horizonte.
E eles iniciam citando
os Anéis de Saturno.
E comentam: “Você está
cruzando a troposfera de
Saturno sob a mais
magnífica estrutura de
anéis do Sistema Solar.
Poucos lugares são mais
surpreendentes. O brilho
dos anéis ilumina tudo
ao seu redor”. À frente,
citam A Mancha
Vermelha de Júpiter:
“É difícil para um
viajante apreender o
enorme tamanho do maior
anticiclone do Sistema
Solar”. Ela possui
movimentos de
extraordinária magnitude
que encantam e ao mesmo
tempo excitam nossa
curiosidade, e
perguntamos: Qual a sua
finalidade? Ah tempos
vindouros... A seguir
veremos os Vales
Marineris de Marte.
Eles dizem: “Há pessoas
que caem de joelhos e
choram ao contemplar o
Grand Canyon, no
Arizona. O que fará o
primeiro viajante aos
Vales Marineris ao
vislumbrar esse
desfiladeiro? Seis
quilômetros e meio de
profundidade e tão largo
que “... em alguns
lugares alguém teria que
se esforçar para ver o
outro lado. Cobriria a
distância de Nova York a
Califórnia”.
E o passeio continua;
adiante encontram-se os
Gêiseres de Encélado.
Gêiseres
são buracos que liberam
fortes jatos de água
quente e vapor de dentro
da terra e só acontecem
em áreas com vulcões
ativos. Encélado é o
sexto maior satélite de
Saturno. “Duas
gigantescas plumas de
gelo explodem na
superfície de Encélado,
expelindo cristais de
gelo no espaço, a mais
de 1.600 km/h”. Uma
apoteose exuberante de
luzes e sons. Existem
também os Gêiseres de
Tritão, que é o
maior satélite natural
de Netuno. São de
aparência esfumaçada e
colorida, formados
provavelmente por
cristais de nitrogênio,
ejetando seus materiais
a mais de 8.000 metros,
na fina atmosfera de
Netuno. Continuando
nesta aventura sideral,
vamos encontrar Os
Picos da Luz Eterna.
Está bem perto de nós,
na nossa Lua, e é uma
região única no Sistema
Solar onde o Sol nunca
se põe. Possível pela
leve inclinação do eixo
de rotação da Lua,
relativamente ao plano
de sua órbita em torno
da Terra e relativamente
ao plano da Terra em
torno do Sol. Parece um
caminho iluminado onde
os deuses da mitologia
devem fazer suas moradas
para expiar, lá de cima,
como andam os humanos
aqui da Terra!
Também é citada a
Cratera Herschel em
Mimas, uma lua de
Saturno. Um aventureiro
que por lá passasse
poderia se perguntar:
“Como Mimas sobreviveu
ao impacto que formou
essa depressão a 13 km
de extensão, o que é
quase um terço do
diâmetro do Satélite?”
Perguntas, segredos,
mistérios... Como
necessitamos evoluir
para entender essa
gigantesca Obra do
Criador! E olha que
estamos apenas citando
algumas efemérides do
nosso Sistema Planetário
e existem bilhões deles
só na nossa Galáxia!
Para concluir, os
autores do artigo citam
O Nascer do Sol em
Mercúrio. São
espetáculos gigantescos.
O Sol lá é visto duas
vezes e meia o tamanho
que o vemos daqui. Sua
órbita é muito elíptica
e daí o sol nasce e se
põe duas vezes durante o
dia de Mercúrio. O Sol
nasce, cruza o céu e
retorna para o horizonte
de nascimento para só aí
recomeçar sua jornada em
direção ao horizonte
poente.
E é aqui, e para
encerrarmos, que
novamente citaremos Léon
Denis em seu livro: O
Grande Enigma. Diz
ele: “É
a ti, ó Potência
Suprema! Qualquer que
seja o nome que te deem
e por mais
imperfeitamente que
sejas compreendida; é a
ti, fonte eterna da
vida, da beleza, da
harmonia, que se elevam
nossas aspirações, nossa
confiança, nosso amor!”.
É preciso que deixemos
tanto neons que
alimentam nossas ilusões
para penetrarmos mais
fundo na casa onde
residimos. Comumente nos
alimentamos de vazios
prazeres que necessitam
ser renovados a cada dia
sob pena de cairmos em
vazios existenciais que
certamente nos prenderão
ao fundo do poço. Não.
Não precisamos nada
disto. Somos almas
infinitas a caminho.
Somos Espíritos
dinâmicos adquirindo e
acumulando informações.
Somos dínamos do amor
que nalgum momento
explodirá de nós
tornando-nos seres de
consciências aladas e
refúgios da divindade
superior.
Eis o Universo!
Aparentemente fora de
nós, está na verdade
dentro de nós, de cada
um de nós! Funciona como
um estímulo às nossas
procuras. Aqueles que já
despertaram para esse
fato consultam os
compêndios da Astronomia
em busca do si, fora de
si para retornar a si e
encontrá-lo. E quando o
encontram, tornarem-se
mais belos, e daí para a
singularidade do amor
com Deus será questão de
tempo e aprimoramentos.
Assemelha-se ao
garimpeiro que vê na
bateia o diamante
preciso e que se tornará
um brilhante após sua
justa e necessária
lapidação.
Mas, para tanto, ele se
tornou e se forjou um
garimpeiro. Abandonou
por um tempo o mundo de
confusas relações para
buscar algo que o
tornasse diferenciado,
rico, próspero e
respeitado. E,
encontrando, faz-se
portador dos mistérios
divinos escondidos nas
profundezas da terra, da
sua terra espiritual.
Benditos sejam os
construtores siderais
que, em construindo
essas maravilhas,
colocam à tona de si as
belezas escondidas em
suas essências de Deus.
Quiçá, todos os
terráqueos comecem a
pensar de forma
diferente e, ao invés de
garimpar bijuterias
baratas, iniciem desde
já os processos dos seus
ajustes, apertando as
fivelas das emoções e
extravasando a razão a
fim de viajarem pelo
Universo adentro, em
busca de outras moradas
e belezas incomuns lá
existentes. Pois sabemos
que o que está fora está
dentro, basta saber
propor e procurar.