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Crônicas e Artigos

Ano 11 - N° 516 - 14 de Maio de 2017

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)   

 

 
A psicometria resgata os históricos através dos fluidos pessoais retidos nos objetos

 

Maria Rosa Busi, médium italiana, descobriu o enigma do desaparecimento de Chiara Bariffi ocorrido em 2002, após "ouvi-la". Busi, que levou a polícia até o corpo de uma mulher no fundo do Lago, disse - em depoimento à Justiça de Roma - que uma visão permitiu que ela elucidasse um mistério que já durava quase três anos. "A médium afirma ter poderes clarividentes, foi contatada pelos pais da vítima no início deste ano, para tentar descobrir o que havia acontecido com a filha deles. Eles lhe deram uma fotografia de Chiara, que tinha por volta de 30 anos quando desapareceu, sem deixar notícias nem pistas." (1)


Busi disse no tribunal ter "captado" os últimos momentos da vida de Bariffi antes que ela caísse no lago com seu carro, no fim de 2002. E explicou: "Eu fui ao lago e vi o que aconteceu... Eu a escutei, eu a vi e desenhei um mapa", disse Busi à Agência Reuters, que divulgou o fato. "Ninguém achou que ela estivesse no lago. Quando vi a foto, soube que ela tinha morrido", disse Busi. "Sou clarividente. Posso dizer quando alguém está vivo ou morto." (2). O caso era para a polícia bastante misterioso, levantou-se a tese até de homicídio, e até suicídio foi colocado como hipótese, já que Chiara estava com problemas de ordens emocionais. Seus pais tinham sido informados de que Chiara havia saído do país e vivia atualmente na Espanha. Busi se recusou a dizer o que teria motivado a morte de Chiara. Ela só disse isso à mãe da vítima. Mas sugeriu que o tempo ruim perto do lago provavelmente desempenhou um papel no destino de Chiara. (3)


Estamos diante de típico fenômeno de psicometria (4) que, a rigor, não é faculdade comum em nossos círculos de atividade, uma vez que só a possuem pessoas dotadas de aguçada sensibilidade psíquica. Nossa atual condição espiritual, ainda deficitária, não permite esses admiráveis recursos perceptivos.

O termo psicometria foi criado em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes Buchanan. Ele pesquisou e realizou durante vários anos uma série de experiências, mas somente depois de algum tempo, observando os efeitos do fluido magnético com pacientes sonâmbulos, chegou a conclusões cabais.


Na definição do livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, psicometria significa registro, apreciação de atividade intelectual. Entretanto, nos trabalhos mediúnicos, esta palavra designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato com objetos comuns. O Espírito Aulus relata que o pensamento espalha suas próprias emanações em toda parte a que se projeta, deixando vestígios espirituais onde são arremessados os raios da mente. Como o animal, que deixa no próprio rastro o odor que lhe é característico, tornando-se, por esse motivo, facilmente abordável pela sensibilidade olfativa do cão. O orientador prossegue dizendo que as marcas da individualidade de cada um vibram onde se vive e por elas provocam o bem ou o mal naqueles que entram em contato. (5)

 

O livro Mecanismos da Mediunidade esclarece que a psicometria é a faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler impressões e lembranças ao contato de objetos e documentos. Cita ainda a importância da harmonização entre encarnados e desencarnados neste tipo de trabalho, caso contrário, pode-se anular a possibilidade de êxito, fugindo dos verdadeiros propósitos. Acrescenta também que pode ser usada em desaparecimento de uma pessoa que não deixou pistas. Por intermédio de um objeto pertencente à vítima, o médium consegue captar a personalidade e fisionomia do proprietário e reporta-se ao seu desaparecimento, podendo até mesmo descobrir seu desencarne e o local onde seu corpo se encontra. Isso porque os objetos adquirem um fluido pessoal humano. (6) (grifamos)


Quando tocamos num objeto, imantamo-lo com o fluido que nos é peculiar. E se, além do simples toque ou uso, convertermos inadvertidamente esse objeto, seja um livro, uma foto, uma joia ou, em ponto maior, uma casa ou um automóvel, em motivo de obsessiva adoração, ampliando, excessivamente, as noções de posse ou propriedade, o volume de energias fluídicas que sobre o mesmo projetamos é de tal maneira acentuado que a nossa própria mente ali ficará impressa. E, dessa forma, em qualquer tempo e lugar, a nossa vida, com méritos e deméritos, desfilará em todas as suas minúcias ante o «radar» do psicômetra.


Há um extraordinário estudo de Ernesto Bozzano contido no livro «Enigmas da Psicometria», através de cuja leitura nos deparamos com impressionantes narrativas, algumas delas abrangendo até mesmo fases remotas da organização planetária terrestre. Para Bozzano o processo pelo qual é possível, ao psicômetra, entrar em relação com os fatos remotos ou próximos, pode ser explicado de duas maneiras principais: uma parte dos fatos e impressões é retirada da própria aura do objeto; outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor mediante relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium.


Não é importante que o possuidor esteja encarnado ou desencarnado. Bozzano relata casos que demonstram haver relação psicométrica entre pessoas vivas, animais, vegetais e a matéria inanimada, e também casos de fenômenos telestésicos (sensações a distância). (7) No início da década de 1970, o prof. W.H. Tenhaeff, da Universidade de Utrechet, pesquisava a mediunidade de Croiset. - O jornalista Allan Vaughan acompanhou Croiset e fez filme sobre o médium, em que procurou comprovar sua faculdade mediúnica para clarividência e psicometria.


Vários pesquisadores psíquicos acompanharam o médium holandês sem nunca terem constatado nenhuma fraude. Alguns jornais de sua época que noticiaram seus fenômenos: Daily Express, Evening Standard, Evening News. - O Diário de Notícias, do Rio, de 04 janeiro 1964 noticiou os prodígios realizados pelo médium holandês. - O Globo de 21 dezembro de 1963 traz depoimento do inspetor de polícia, David von Woudenberg, sobre o assunto. "São muitos casos complexos de pessoas desaparecidas que têm encontrado soluções nas intervenções dos sensíveis médiuns de psicometria. Daí anteciparmos uma certeza inalienável, de futuro a psicometria se consubstanciará em um instrumento valioso para elucidação de casos, por que não dizer policiais e outros quaisquer que têm desafiado a inteligência humana". (8)

 

 

Referências bibliográficas:
 

1- disponível em /novo/noticia_ler.php?idnoticia=1370 Psicometria (Grego: psykhé, alma; metron, medida) é a capacidade de identificar a informação contida nos objetos, ambientes e pessoas, através da leitura das energias presentes nos mesmos. Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2002.


2- Idem


3- Idem


4- Psicometria (Grego: psykhé, alma; metron, medida) é a capacidade de identificar a informação contida nos objetos, ambientes e pessoas, através da leitura das energias presentes nos mesmos.


5- Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2002.


6- Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Mecanismos da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000.


7- Sobre o tema, Camille Flammarion, astrônomo francês, fez um sério estudo dos fenômenos de telepatia (ou telestesia, como preferia denominar), isto é, "ser advertido, por uma sensação qualquer, de uma coisa que se passa ao longe".


8- Hessen, Jorge. Luz na Mente, Brasília: Ed. Edicel, 2000, Cap. Falando de Psicometria, pág. 93.
 




 


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