Tá tudo pronto aqui,
e
só vim pegar!
A mediunidade se
apresenta de diversas
formas nos templos e
expressões religiosas
que se apresentam.
Exorcismos, giras, rodas
de fogo,
cromoterapias... As
múltiplas denominações,
esotéricas, evangélicas,
afro-brasileiras,
orientais, todas têm
suas formas de interação
com o transcendente, e
amargam os dissabores
comuns a essas ações.
Para se fazer uso dessas
potencialidades, como
qualquer ação humana,
faz-se necessário
compreender o fenômeno,
seus mecanismos...
Necessita-se de
conhecimento acumulado
que permita, de alguma
forma, tirar o melhor
daquela relação,
evitando fracassos e
problemas de toda ordem.
Mediunidade não é uma
coisa simples...
Em suma... Necessitamos
de saberes sobre a
mediunidade para lidar
com ela. Mas, onde
encontrá-los? Seriam em
livros ditos sagrados,
de caráter religioso, ou
em ações mais voltadas à
pesquisa, à descrição, à
sistematização? Que tipo
de literatura serve
melhor àquele que labuta
no campo mediúnico,
independente de sua
vinculação religiosa?
Um certo homem, um
pedagogo francês do
Século XIX, lançou um
livro, visando atender a
essa demanda. No início
desse livro, ele diz
sobre o mesmo: “Ensino
especial dos Espíritos
sobre a teoria de todos
os gêneros de
manifestações, os meios
de comunicação com o
mundo invisível, o
desenvolvimento da
mediunidade, as
dificuldades e os
tropeços que se podem
encontrar na prática do
Espiritismo”,
indicando tratar-se de
um manual, um guia
prático voltado àqueles
que se aventurassem à
atuação mediúnica,
tratada aqui como
prática do Espiritismo.
Além de “O Livro do
Médiuns”, de Allan
Kardec, pode-se destacar
outra obra excelsa nesse
sentido, o livro de
Hermínio de Miranda
chamado “Diálogo com as
sombras”, descrito pelo
autor como “teoria e
prática da doutrinação”,
e que na verdade
consolida a experiência
desse pesquisador na
participação em reuniões
mediúnicas de
doutrinação (ou
esclarecimento) de
Espíritos sofredores.
Podemos citar outros,
sob pena de esquecer
algum relevante, como
“Obsessão/Desobsessão”,
de
Suely Caldas Schubert;
“Obsessão”, do Espírito
André Luiz; e ainda,
“Diário de um
doutrinador”, de
Luiz Gonzaga Pinheiro.
Ainda que não seja um
ramo da produção
literária espírita
hegemônico
(infelizmente), tem-se
grandes obras produzidas
por estudiosos da
prática mediúnica nas
casas espíritas.
Não é por outro motivo
que, nas casas chamadas
de espiritualistas,
organizações esotéricas
ou de matriz
afro-brasileira, as
publicações dessas
vertentes acabem por
buscar nas obras
espíritas parte de suas
referências.
Encontram-se em suas
livrarias obras
espíritas, seus
seguidores têm estas em
casa. Compõem estudos e
discussões. Seria por
que todas essas crenças
vão convergir para a
doutrina espírita
futuramente?
Claro que não. Seria uma
presunção muito grande a
nossa pensar assim. Não
só uma presunção, como
uma visão equivocada de
Deus, das religiões e da
relação com o plano
espiritual. Isso se dá
pela fato de nas obras
espíritas, como as
citadas anteriormente,
existir uma
sistematização desse
conhecimento, pronto,
elaborado. Tá tudo
pronto aí, é só vir e
pegar, um conhecimento
que serve a todos que
estudam e discutem as
questões mediúnicas.
Assim, o implícito
aspecto científico
contido na Doutrina
Espírita trouxe, em
especial para a prática
mediúnica, um
conhecimento
sistematizado, que faz
parte de sua literatura.
Uma produção útil para
outras denominações que
se defrontam com as
questões da mediunidade,
nos trazendo
responsabilidades com o
que produzimos, dado que
podemos com isso ajudar
a muitos a consecução de
trabalhos no bem,
presentes em todos
lugares nos quais dois
ou mais estejam reunidos
em nome do amor.