Em
casa
Ninguém foge à
lei da
reencarnação.
Ontem,
atraiçoamos a
confiança de um
companheiro,
induzindo-o à
derrocada moral.
Hoje,
guardamo-lo na
condição do parente
difícil, que nos
pede sacrifício
incessante.
Ontem,
abandonamos a
jovem que nos
amava,
inclinando-a ao
mergulho na
lagoa do vício.
Hoje, temo-la de
volta por filha
incompreensiva,
necessitada do
nosso amor.
Ontem, colocamos
o orgulho e a
vaidade no peito
de um irmão que
nos seguia os
exemplos menos
felizes. Hoje,
partilhamos com
ele, à feição de
esposo despótico
ou de filho
problema, o
cálice amargo da
redenção.
Ontem,
esquecemos
compromissos
veneráveis,
arrastando
alguém ao
suicídio. Hoje,
reencontramos
esse mesmo
alguém na pessoa
de um filhinho,
portador de
moléstia
irreversível,
tutelando-lhe à
custa de
lágrimas, o
trabalho de
reajuste.
Ontem,
abandonamos a
companheira
inexperiente, a
míngua de todo
auxílio,
situando-a nas
garras da
delinquência.
Hoje, achamo-la
ao nosso lado,
na presença da
esposa
conturbada e
doente, a
exigir-nos a
permanência, no
curso
infatigável da
tolerância.
Ontem,
dilaceramos a
alma sensível de
pais afetuosos e
devotados,
sangrando-lhe o
espírito, a
punhaladas de
ingratidão.
Hoje, moramos no
espinheiro, em
forma de lar,
carregando
fardos de
angústia, a fim
de aprender a
plantar carinho
e fidelidade.
À frente de toda
dificuldade e de
toda prova,
abençoa sempre e
faze o melhor
que possas.
Ajuda os que te
partilham a
experiência, ora
pelos que te
perseguem, sorri
para os que te
ferem e desculpa
todos aqueles
que te injuriam.
A humildade é
chave de nossa
libertação.
E, sejam quais
sejam os teus
obstáculos na
família, é
preciso
reconhecer que
toda construção
moral do Reino
de Deus, perante
o mundo, começa
nos alicerces
invisíveis da
luta em casa.
Do livro Mãe,
antologia
mediúnica
constituída de
mensagens e
poemas
psicografados
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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