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Joias da poesia contemporânea
Ano 11 - N° 516 - 14 de Maio de 2017

 
 

 

Poema de gratidão 

Abílio Barreto

 

Lembra-me, Mãe querida, a glória que me deste,

A alegria do lar no lençol de cravinas1,

A mesa, o livro, o pão e as canções cristalinas,

As preces de ninar, no humilde berço agreste.

 

Ao perder-te, no mundo, o carinho celeste,

Vendo-te as mãos em cruz, quais flores pequeninas,

Fui chorar-te, debalde, ao pé das casuarinas2,

Buscando-te a presença entre a lousa3 e o cipreste!4...

 

Entretanto, do Além, caminhavas comigo,

Vinhas, a cada passo, anjo piedoso e amigo,

Guardar-me o coração na fé radiante e calma.

 

E, quando a morte veio expor-me à noite escura,

Solucei de alegria, em preces de ternura,

Em te revendo a luz, conduzindo minha’alma!...

 

 

Notas: 

1 Cravina: pequeno cravo (flor); nome d’algumas variedades de cravo.
2 Casuarina: planta de folhas semelhantes às penas do casuar (ave corredora).
3 Lousa: ardósia; laje; pedra que cobre a sepultura.
4 Cipreste: designação dada a várias árvores da família das cupressáceas, de copa longa e estreita, muito comuns em cemitérios; (fig.) luto, morte ou tristeza.
 

 

Do livro Mãe, antologia mediúnica constituída de mensagens e poemas psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita