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Joias da poesia contemporânea
Ano 2 - N° 100 - 29 de Março de 2009
 

 

Sempre

Ciridião Durval

 

Tressuem nossas mãos em atos de bondade

Para quem sorve o fel da amargura suprema,

Por mais a injúria espanque, oprima, fira ou brade,

Tomada de loucura em horrível dilema.

 

Aplaquemos em paz a torva tempestade

Na alma que clama e chora e se estorce e blasfema,

Sob o visco do mal que a tudo enleia e invade,

A crescer no apogeu da invigilância extrema.

 

Ante as trevas em luta acirrada e tigrina,

Quando grita a revolta e a paixão tumultua,

São cascatas de luz as preces generosas.

 

O gesto de humildade é láurea adamantina

Dos recessos do lar à ribalta da rua,

Da Terra escurecida às grandes nebulosas!

  

 

Nascido em Alagoas em 3/3/1860 e desencarnado em Serrinha, Bahia, em 17/8/1895, o poeta, jornalista e orador Ciridião Durval foi promotor público em Ilhéus (BA) e professor na Faculdade de Direito da Bahia. O soneto acima integra o livro “Antologia dos Imortais”, psicografado pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita