Sempre
Ciridião Durval
Tressuem nossas mãos em
atos de bondade
Para quem sorve o fel da
amargura suprema,
Por mais a injúria
espanque, oprima, fira
ou brade,
Tomada de loucura em
horrível dilema.
Aplaquemos em paz a
torva tempestade
Na alma que clama e
chora e se estorce e
blasfema,
Sob o visco do mal que a
tudo enleia e invade,
A crescer no apogeu da
invigilância extrema.
Ante as trevas em luta
acirrada e tigrina,
Quando grita a revolta e
a paixão tumultua,
São cascatas de luz as
preces generosas.
O gesto de humildade é
láurea adamantina
Dos recessos do lar à
ribalta da rua,
Da Terra escurecida às
grandes nebulosas!
Nascido em Alagoas em
3/3/1860 e desencarnado
em Serrinha, Bahia, em
17/8/1895, o poeta,
jornalista e orador
Ciridião Durval foi
promotor público em
Ilhéus (BA) e professor
na Faculdade de Direito
da Bahia. O soneto acima
integra o livro
“Antologia dos
Imortais”, psicografado
pelos médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.