– Mãe que
trabalha
fora do lar
prejudica a
educação dos
filhos?
Raul Teixeira: Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec recebe dos Espíritos a
informação de
que a
paternidade é
uma verdadeira
missão e, mais
do que isto, que
é um grandíssimo
dever e que
envolve, mais do
que pensa o
homem, a sua
responsabilidade
quanto ao
futuro, conforme
notamos na
questão 582.
Acredito que a
questão grave
não seja a
situação em que
a mãe precisa
trabalhar fora
do lar, mas,
sim, como fará
ela a necessária
compensação,
quando ao lar
retorna.
É certo que
admitimos que a
ausência da mãe
sempre
provocará, sobre
os filhos
pequenos,
processos de
carências que
ninguém suprirá
devidamente. De
acordo com o
tipo de
Espírito, essas
carências
poderão atingir
índices altos de
transtornos na
formação da
personalidade
infantil, a
desaguar nos
desajustes da
adolescência,
quando não
corrigidos a
tempo.
Faz-se, assim,
importante que a
mãe que trabalhe
fora de casa
empreenda
maiores esforços
para envolver a
criança,
atendê-la,
entendê-la,
ajudá-la em seus
trabalhos
escolares,
dialogando
sempre. Enfim,
torna-se
imprescindível
que os pais, e
particularmente
a mãe, conversem
com as crianças
sobre as razões
ponderáveis.
Não deverão os
pais, em
chegando ao lar,
fixar-se nas
intermináveis
novelas, em
leituras de
jornais
delongadas,
irritando-se com
a aproximação ou
solicitação dos
pequenos, aos
quais, antes,
deveriam buscar
para
aconchegá-los.
Nesses casos,
depois que os
pais cheguem em
casa, eles
próprios
superarão o
cansaço para
cuidarem, com
atenção e
carinho, dos
filhos que
ficaram sem eles
durante todo o
dia, ou grande
parte do dia. Os
finais de
semana,
igualmente,
deverão ser
passados junto
dos filhos,
aproveitados na
companhia deles,
salvo em casos
de necessidade
imperiosa que
determine o
contrário.
Necessário se
faz renunciar a
alguns prazeres
e divertimentos,
enquanto os
filhos disto
careçam, a fim
de formá-los no
equilíbrio para
o futuro, agindo
dentro da
orientação
espírita, de
acordo com o que
nos lembra a
Codificação
Espírita.
Transcrito de
entrevista
concedida por
Raul Teixeira em
Catanduva-SP e
reproduzida pelo
jornal Mundo
Espírita de
agosto de 1986.