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O Espiritismo responde
Ano 2 - N° 101 – 5 de Abril de 2009

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
  

A segunda crítica feita pelo confrade Gilberto Pinheiro ao conteúdo d´O Livro dos Espíritos refere-se à questão 688, não à questão 659, que ele mencionou inadvertidamente, pois que ela trata de outro assunto.

Eis o que diz a questão 688:

Há, neste momento, raças humanas que evidentemente decrescem. Virá momento em que terão desaparecido da Terra?  “Assim acontecerá, de fato. É que outras lhes terão tomado o lugar, como outras um dia tomarão o da vossa.”

Na questão seguinte (689) os Espíritos explicam que os homens da época de Kardec não formavam uma criação nova, mas eram os mesmos Espíritos que voltaram, para se aperfeiçoar em novos corpos, e que longe estavam da perfeição.  

É preciso, em primeiro lugar, lembrar que o conceito de “raça” evoluiu muito de Kardec aos nossos dias. Se substituirmos no trecho transcrito o vocábulo “raças” por “grupos étnicos”, o texto estará próximo do que os Espíritos quiseram informar, visto que atualmente, graças ao avanço da Biologia, prevalece o entendimento de que na Terra, referindo-nos a nós humanos, existe uma única raça – a raça humana.

Um grupo étnico é um grupo de pessoas que se identificam umas com as outras, ou são identificadas como tal por terceiros, com base em semelhanças culturais ou biológicas, ou ambas, reais ou presumidas. Assim como os conceitos de raça e nação, o de etnicidade desenvolveu-se no contexto da expansão colonial europeia, quando o mercantilismo e o capitalismo promoviam movimentações globais de populações ao mesmo tempo que as fronteiras dos Estados eram definidas mais clara e rigidamente.

A crítica de Gilberto não trata, porém, desse aspecto, mas de outro.

Disse ele em mensagem enviada a esta revista:

“O Espírito deixou no ar o que pretendia realmente informar. Vejamos: Que raças estão desaparecendo? Quando citamos raças, levamos evidentemente em consideração as características naturais que identificam os seres, como a cor da pele, o tipo de cabelo e suas feições. As raças existentes são a branca, negra, amarela e vermelha. Qual a raça que está desaparecendo? Qual desaparecerá? Não explicou. Resposta evasiva, inconclusiva, defectiva, incompleta, distante de uma resposta mais satisfatória. Se o Espírito desejava dizer que um dia virão pessoas mais evoluídas, o que é natural, deveria ter explicado melhor, abstendo-se de afirmar o termo raças. Afinal, não existem raças superiores e, por conseguinte, inferiores. Pessoas evoluídas estão em todas as raças. Portanto, não deverá sucumbir nenhuma raça. Afinal, a criação de Deus jamais será descartável. Faltou ao professor o tino do filósofo.” 

Povos inúmeros, grupos étnicos sem conta desapareceram ao longo da história. Assírios, babilônios, caldeus, em épocas mais remotas. Astecas, maias, incas e inúmeras coletividades aborígines do Brasil e dos Estados Unidos, em época mais recente.

Com relação à destruição dos aborígines do México, proposta por um confrade de Bordeaux, a Sociedade Espírita de Paris acusou no dia 8-7-1864 importante orientação assinada pelo Espírito de Erasto. A consulta, considerando a natureza supostamente pacífica dos povos indígenas dizimados pelos espanhóis, indagava que benefício moral teria sido colhido de tanto sangue derramado e se não teria sido melhor que a velha Europa tivesse ignorado o Novo Mundo.

Erasto respondeu dizendo que os costumes daqueles povos eram mais doces que virtuosos e que eles viviam despreocupadamente, sem progredir nem se elevar. Faltava-lhes a luta capaz de retemperar suas fontes vitais, o que seria viabilizado com o cruzamento dos aborígines com os europeus. Surgiu então desse cruzamento uma nação nova e vivaz que, por um vigoroso impulso, não tardaria a atingir o nível evolutivo dos povos europeus. (Cf. Revista Espírita de 1864, pp. 241 e 242.)

Reportando-nos, pois, à crítica do confrade carioca, lembremo-nos de que os Espíritos se valem da terminologia em vigor na época em que se manifestam e, por causa disso, é preciso contextualizar tudo o que dizem, para tirar de suas palavras o espírito, visto que, como sabemos, a letra mata, mas o espírito vivifica.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita