Cuidar do
corpo, sim,
mas da alma
também
Em essência, somos
formados de três partes:
o corpo material,
análogo ao dos animais;
a alma, nosso espírito
encarnado; e o
perispírito, uma
substância semimaterial
que serve de envoltório
à nossa alma e de união
desta com nosso ser
material.
A vida no corpo físico é
necessária ao nosso
aperfeiçoamento. Em cada
mundo, tomamos um corpo
em harmonia com a
matéria essencial desse
mundo. É assim que,
enquanto cumprimos nossa
parte em cada orbe da
Criação, encontramos os
meios e as situações
necessários ao nosso
progresso e
contribuímos para a
marcha do
Universo.
Todos os seres vivos
possuem o instinto de
conservação. Por isso, o
homem se impõe o dever
de conservar suas
energias e sua saúde.
Testemunhamos, nos dias
de hoje, o culto do
corpo. Malhação,
corrida, caminhada,
combate aos radicais
livres, medicina
ortomolecular, dieta do
Mediterrâneo, vigilantes
do peso e tantos outros
nomes e práticas
demonstram como estamos
preocupados com o corpo
físico e com o
prolongamento da nossa
atual existência.
Muito positivo isso! Mas
será que estamos
cuidando também da alma?
Será que estamos
“malhando” a alma com a
prática da caridade, do
amor ao próximo, do
perdão, da compreensão?
Faço parte, desde o
início, de um grupo de
amigos que há mais de 20
anos, nas noites de
sexta-feira, distribui
pão com manteiga e
achocolatado quente aos
catadores de papel
(antes, aos moradores de
rua em geral). Quando
retorno para minha casa,
digo a mim mesmo e aos
meus filhos: malhei
bastante; levantei peso
(da garrafa térmica
cheia), fiz uma
caminhada aeróbica
(pelas ruas da cidade),
alonguei-me
(distribuindo pães e
abraços). Sinto o mesmo
quando fazemos a
campanha do quilo do
centro espírita que
frequento. Essas
atividades produzem uma
“endorfina” maravilhosa.
É claro que todos temos
preocupação com o
porvir, com o estado do
nosso espírito quando
chegar a hora do
regresso ao mundo
espiritual. De certo
modo, contudo, ficamos
tranquilos, pois achamos
que seremos “julgados”
com a mesma complacência
com que nos avaliamos.
Não é bem assim. A lei
de causa e efeito é
imparcial e justíssima.
Pelo que tivermos de
passar, passaremos.
Estamos encarnados para
alcançar a perfeição. O
plano de Deus para nós é
a luz. “Desde que fomos
criados, estamos
matriculados na escola
de anjos”, diz um
caríssimo confrade. E é
isso mesmo! Estamos a
caminho da luz, e nos
foi dada a liberdade de
escolher o trajeto: mais
ou menos curto, mais ou
menos pedregoso.
Quem pretende “malhar” a
alma, busque em O
Livro dos Espíritos
a questão 918 e veja as
características do homem
de bem. E faça o máximo
ao seu alcance.