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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 102 - 12 de Abril de 2009

EDUARDO BATISTA DE OLIVEIRA
ebatistadeoliveira@ig.com.br

Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)

 
 

Cuidar do corpo, sim,
mas da alma também

 
Em essência, somos formados de três partes: o corpo material, análogo ao dos animais; a alma, nosso espírito encarnado; e o perispírito, uma substância semimaterial que serve de envoltório à nossa alma e de união desta com nosso ser material.

A vida no corpo físico é necessária ao nosso aperfeiçoamento. Em cada mundo, tomamos um corpo em harmonia com a matéria essencial desse mundo. É assim que, enquanto cumprimos nossa parte em cada orbe da Criação, encontramos os meios e as situações necessários ao nosso progresso e contribuímos para a marcha do Universo.

Todos os seres vivos possuem o instinto de conservação. Por isso, o homem se impõe o dever de conservar suas energias e sua saúde. Testemunhamos, nos dias de hoje, o culto do corpo. Malhação, corrida, caminhada, combate aos radicais livres, medicina ortomolecular, dieta do Mediterrâneo, vigilantes do peso e tantos outros nomes e práticas demonstram como estamos preocupados com o corpo físico e com o prolongamento da nossa atual existência.

Muito positivo isso! Mas será que estamos cuidando também da alma? Será que estamos “malhando” a alma com a prática da caridade, do amor ao próximo, do perdão, da compreensão?

Faço parte, desde o início, de um grupo de amigos que há mais de 20 anos, nas noites de sexta-feira, distribui pão com manteiga e achocolatado quente aos catadores de papel (antes, aos moradores de rua em geral). Quando retorno para minha casa, digo a mim mesmo e aos meus filhos: malhei bastante; levantei peso (da garrafa térmica cheia), fiz uma caminhada aeróbica (pelas ruas da cidade), alonguei-me (distribuindo pães e abraços). Sinto o mesmo quando fazemos a campanha do quilo do centro espírita que frequento. Essas atividades produzem uma “endorfina” maravilhosa.

É claro que todos temos preocupação com o porvir, com o estado do nosso espírito quando chegar a hora do regresso ao mundo espiritual. De certo modo, contudo, ficamos tranquilos, pois achamos que seremos “julgados” com a mesma complacência com que nos avaliamos. Não é bem assim. A lei de causa e efeito é imparcial e justíssima. Pelo que tivermos de passar, passaremos. Estamos encarnados para alcançar a perfeição. O plano de Deus para nós é a luz. “Desde que fomos criados, estamos matriculados na escola de anjos”, diz um caríssimo confrade. E é isso mesmo! Estamos a caminho da luz, e nos foi dada a liberdade de escolher o trajeto: mais ou menos curto, mais ou menos pedregoso.

Quem pretende “malhar” a alma, busque em O Livro dos Espíritos a questão 918 e veja as características do homem de bem. E faça o máximo ao seu alcance.
 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita