Além ainda...
Luiz Murat
Caminheiro que vais ao
fim do dia
Demandando o crepúsculo
das dores,
Não te percas na lágrima
sombria
Da tormenta de anseios e
amargores!
Além da sepultura
principia
O caminho dos sonhos
redentores,
Na alvorada perene da
harmonia,
Aureolada de eternos
resplendores.
Desolado viajor, ergue
teus olhos!
Não te prendas somente
ao chão tristonho,
Guarda a esperança
carinhosa e linda!
Vence a longa jornada
dos abrolhos,
Que o país luminoso do
teu sonho
Fica ao alto...
distante... além
ainda...
Fluminense, nascido em 4
de maio de 1861 e
desencarnado na cidade
do Rio de Janeiro, em
1929, Luiz Murat foi
membro da Academia
Brasileira de Letras e
poeta de grande e viva
inspiração. O soneto
acima, psicografado pelo
médium Francisco Cândido
Xavier, integra o livro
Parnaso de
Além-Túmulo.