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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 102 - 12 de Abril de 2009

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)

Usando o tempo

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça,
de amor e de caridade em sua maior pureza

(O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 3, Allan Kardec).

 
Engana-se o homem ao acreditar que para ser justo, bom e caridoso é preciso dispor de recursos financeiros ou patrimoniais. Na verdade, a caridade para ser legítima precisa contar com a doação de nós mesmos e para tanto basta que tenhamos uma grande dose de boa vontade, fazendo bom proveito das nossas horas.

Usando o tempo, podemos grafar frases de otimismo e esperança, endereçando a alguém que, em dificuldades, aguarda uma palavra de consolo para prosseguir vencendo as lutas de cada dia.

Usando o tempo, podemos nos recolher em cômodo tranquilo para dirigir uma prece ao irmão que colhe dores e provações, ajudando-o com vibrações a navegar pelas águas revoltas dos problemas que enfrenta.

Usando o tempo, podemos deixar um pouco o nosso lazer dos finais de semana para visitar uma criatura doente que, num leito hospitalar, pode estar vivendo aflitivos quadros provacionais, possibilitando que encontre algum momento de alívio.

Usando o tempo, podemos dormir alguns minutos menos em cada noite para nos dedicarmos à leitura e ao estudo de textos edificantes que nos promoverão reforma íntima e acesso à verdade que liberta, conforme ensinou Jesus.

Usando o tempo, podemos, nas horas de folga, confeccionar alguns trabalhos manuais, como tricô, crochê, bordados e outros tipos de artesanatos para oferecer a quem deles necessite, sem possibilidades de adquiri-los.

Usando o tempo, podemos montar enxovais para recém-nascidos, contando com a colaboração de amigos, para doação a gestantes, que aflitas, sentem a chegada dos filhos sem possibilidades de recebê-los com o mínimo necessário.

Usando o tempo, podemos afagar uma criança abandonada que, vivendo na carência afetiva, projeta um futuro sombrio, oferecendo a ela momentos de ternura e fraternidade para que conheça também o lado humano da vida.

Usando o tempo, podemos visitar uma casa de repouso, onde idosos ignorados pela família aguardam o final da existência, levando-lhes um abraço amigo ou um gesto de carinho, minimizando os padecimentos oriundos da solidão.

Usando o tempo, podemos fazer uma coleta de gêneros alimentícios, junto a pessoas fraternas, para ofertar a famílias pobres, que momentaneamente são vitimadas pelo monstro voraz da fome, mantendo-as na esperança de dias melhores.

Usando o tempo, podemos conversar com jovens viciados no consumo de tóxicos, alertando-os dos perigos que emanam das drogas, na destruição do corpo e como componente de degradação moral.

Usando o tempo, podemos falar do Evangelho de Jesus aos corações agredidos pelo desespero, objetivando mostrar-lhes novos caminhos e outras direções.

Usando o tempo, podemos ser infinitamente úteis, entendendo com profundidade o ensinamento do Cristo, quando disse: “o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir”.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita