O primeiro
artigo a
respeito desse
assunto foi
escrito sob
forte impacto
emocional em
decorrência da
visualização de
um pps hediondo,
enviado via
e-mail,
naturalmente
motivado pela
campanha feita
em escala
internacional
contra a prática
do aborto.
Muito se fala em
campanhas contra
o desmatamento,
com conotações
de atentado
grave contra a
fauna e a flora.
Todavia, é digno
de nota que
resistência
maior se observa
em se admitir de
boamente o
caráter
tenebroso do
desmatamento à
vida humana!
É por esta razão
que pretendo
abordá-lo nesta
segunda
oportunidade,
sob a ótica
espiritual, no
contexto de
nossas
responsabilidades
perante as vidas
sucessivas.
Recordo-me de
uma passagem num
livro de autoria
do Espírito
André Luiz (NO
MUNDO MAIOR,
pág. 142), na
qual ele
descreve de modo
impressionante
todo o processo
do aborto,
acontecido com
uma personagem
presente na obra
em questão, que
resistiu
teimosamente em
livrar-se de
forma voluntária
de sua gravidez
por razões
estritamente
pessoais; em
companhia de seu
mentor, André,
preso de funda
comoção, observa
a forma como, em
pressentindo o
momento fatal, o
feto agarra-se
obstinadamente
às paredes da
cavidade uterina
no esforço
instintivo de se
manter vivo, de
conservar a
oportunidade
preciosa de vir
ao mundo, em
pleno processo
de
desenvolvimento!
Transcrevo a
seguir e no
prosseguimento
deste artigo o
trecho de suma
importância à
compreensão
plena da
extensão das
conseqüências de
ordem espiritual
para quem
levianamente se
entrega a esta
prática
abominável:
"... A
genitora da
enferma
adiantou-se e
informou-nos: A
situação é muito
grave!
Ajudem-na, por
piedade! Minha
presença aqui se
limita a impedir
o acesso de
elementos
perturbadores
que prosseguem
implacáveis, em
ronda sinistra.
O Assistente
inclinou-se para
a doente, calmo
e atencioso, e
recomendou-me
cooperar no
exame particular
do quadro
fisiológico.
A paisagem
orgânica era das
mais comoventes.
A compaixão
fraterna
dispensar-nos-á
da triste
narrativa
referente ao
embrião prestes
a ser expulso.
Circunscrito à
tese de
medicação a
mentes
alucinadas,
cabe-nos apenas
dizer que a
situação da
jovem era
impressionante e
deplorável.
Todos os centros
endócrinos
estavam em
desordem, e os
órgãos autônomos
trabalhavam
aceleradamente.
O coração
acusava estranha
arritmia, e
debalde as
glândulas
sudoríparas se
esforçavam por
expulsar as
toxinas em
verdadeira
torrente
invasora.
Nos lobos
frontais, a
sombra era
completa; no
córtex
encefálico, a
perturbação era
manifesta;
somente nos
gânglios basais
havia suprema
concentração de
energias
mentais,
fazendo-me
perceber que a
infeliz criatura
se recolhera no
campo mais baixo
do ser, dominada
pelos impulsos
desintegradores
dos próprios
sentimentos,
transviados e
incultos.
Dos gânglios
basais, onde se
aglomeravam as
mais fortes
irradiações da
mente alucinada,
desciam
estiletes
escuros, que
assaltavam as
trompas e os
ovários,
penetrando a
câmara vital
quais
tenuíssimos
venábulos de
treva e
incidindo sobre
a organização
embrionária de
quatro meses.
O quadro era
horrível de
ver-se.
Buscando
sintonizar-me
com a enferma,
ouvia-lhe as
afirmativas
cruéis, no campo
do pensamento:
— Odeio!, odeio
este filho
intruso que não
pedi à vida!...
Expulsá-lo-ei!..,
expulsá-lo-ei!...
A mente do
filhinho, em
processo de
reencarnação,
como se fora
violentada num
sono brando,
suplicava,
chorosa:
Poupa-me!
poupa-me! quero
acordar no
trabalho! Quero
viver e
reajustar o
destino.
Ajuda-me!
Resgatarei minha
dívida!...,
pagar-te-ei com
amor..., não me
expulses! Tem
caridade!...
— Nunca! nunca!
amaldiçoado
sejas! — dizia a
desventurada,
mentalmente —;
prefiro morrer a
receber-te nos
braços!
Envenenas-me a
vida,
perturbas-me a
estrada!
detesto-te!
morrerás!...
E os raios
trevosos
continuavam
descendo, a
jacto
contínuo...
...Nunca supus
que a mente
desequilibrada
pudesse infligir
tamanho mal ao
próprio
patrimônio.
A desordem do
cosmo
fisiológico
acentuou-se,
instante a
instante.
Penosamente
surpreendido,
prossegui no
exame da
situação,
verificando com
espanto que o
embrião reagia
ao ser
violentado, como
que aderindo,
desesperadamente,
às paredes
placentárias.
A mente do
filhinho imaturo
começou a
despertar à
medida que
aumentava o
esforço de
extração. Os
raios escuros
não partiam
agora só do
encéfalo
materno; eram
igualmente
emitidos pela
organização
embrionária,
estabelecendo
maior
desarmonia.
Depois de longo
e laborioso
trabalho, o
entezinho foi
retirado
afinal...
Assombrado,
reparei,
todavia, que a
ginecologista
improvisada
subtraía ao vaso
feminino somente
pequena porção
de carne inânime,
porque a
entidade
reencarnante,
como se a
mantivesse
atraída ao corpo
materno forças
vigorosas e
indefiníveis,
oferecia
condições
especialíssimas,
adesa ao campo
celular que a
expulsava.
Semidesperta,
num pesadelo de
sofrimento,
refletia extremo
desespero;
lamentava-se com
gritos
aflitivos;
expedia
vibrações
mortíferas;
balbuciava
frases
desconexas.
Não estaríamos,
ali, perante
duas feras
terrivelmente
algemadas uma à
outra? O
filhinho que não
chegara a nascer
transformara-se
em perigoso
verdugo do
psiquismo
materno.
Premindo com
impulsos
involuntários o
ninho de vasos
do útero,
precisamente na
região onde se
efetua a permuta
dos sangues
materno e fetal,
provocou ele o
processo
hemorrágico,
violento e
abundante.
Observei mais.
Deslocado
indebitamente e
mantido ali por
forças
incoercíveis, o
organismo
perispirítico da
entidade, que
não chegara a
renascer,
alcançou em
movimentos
espontâneos a
zona do coração.
Envolvendo os
nódulos da
aurícula
direita,
perturbou as
vias do
estímulo,
determinando
choques
tremendos no
sistema nervoso
central.
Tal situação
agravou o fluxo
hemorrágico, que
assumiu
intensidade
imprevista,
compelindo a
enfermeira a
pedir socorros
imediatos,
depois de delir,
como pôde, os
vestígios de sua
falta.
Odeio-o!
Odeio-o! —
clamava a mente
materna em
delírio,
sentindo ainda a
presença do
filho na
intimidade
orgânica. —
Nunca embalarei
um intruso que
me lançaria à
vergonha!
Ambos, mãe e
filho, pareciam
agora, por dizer
mais exatamente,
sintonizados na
onda de ódio,
porque a mente
dele, exibindo
estranha forma
de apresentação
aos meus olhos,
respondia, no
auge da ira:
— Vingar-me-ei!
Pagarás ceitil
por ceitil! Não
te perdoarei!...
Não me deixaste
retomar a luta
terrena, onde a
dor, que nos
seria comum, me
ensinaria a
desculpar-te
pelo passado
delituoso e a
esquecer minhas
cruciantes
mágoas...
Renegaste a
prova que nos
conduziria ao
altar da
reconciliação.
Cerraste-me as
portas da
oportunidade
redentora;
entretanto, o
maléfico poder,
que impera em
ti, habita
igualmente
minhalma...
Trouxeste à tona
de minha razão o
Iodo da
perversidade que
dormia dentro em
mim. Negas-me o
recurso da
purificação, mas
estamos agora
novamente unidos
e arrastar-te-ei
para o abismo...
Condenaste-me à
morte, e, por
isso, minha
sentença é
igual. Não me
deste o
descanso,
impediste meu
retorno à paz da
consciência, mas
não ficarás por
mais tempo na
Terra... Não me
quiseste para o
serviço do
amor...”