LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br
e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)
A
lição do
jumentinho
Certa feita, ao
mostrar-me que,
apesar de sermos
muito
imperfeitos
ainda, todos já
somos úteis para
o trabalho, um
amigo espiritual
me lembrou que
“foi em cima de
um jumentinho
que José levou
Maria para o
divino
nascimento do
Cristo”. Com
isso, quis ele
dizer-me que
“Deus utiliza os
instrumentos
disponíveis. E,
por mais que
sejamos pequenos
e semelhantes ao
jumentinho, nós
já possuímos o
desejo. E este é
o primeiro passo
para a caminhada
com Jesus”. E,
referindo-se a
mim e a ele,
finalizou a
lição: “somos os
jumentinhos
pequeninos,
muitas vezes
desajeitados,
mas sejamos,
também, como
eles, fortes,
para que, assim,
possamos
carregar luzes,
à semelhança do
que ele fizera
com Jesus, para
a humanidade e
para dentro de
nós mesmos”.
Tais palavras
caíram
profundamente em
minha
consciência.
E, ao folhear os
quatro
evangelhos,
lendo-os,
percebi que
semelhante
animal não fora,
somente,
importante no
nascimento de
Jesus, conforme
o amigo me
lembrara, mas,
igualmente, na
ocasião em que o
Mestre entrara
triunfante em
Jerusalém para
começar,
lentamente, o
seu caminho ao
gólgota.
Anotara São
Lucas que o
Cristo, “quando
chegou perto de
Betfagé e de
Betânia, ao
chamado monte
das Oliveiras,
enviou dois dos
seus discípulos
com esta ordem:
‘Ide à aldeia
que tendes em
frente. À
entrada da mesma
encontrareis um
jumentinho
amarrado, no
qual ainda
ninguém montou;
desatai-o e
conduzi-mo aqui.
Se alguém vos
perguntar por
que o soltais,
respondei-lhe:
‘porque o Senhor
precisa dele’”
(19:29 a 31). E,
de acordo com as
anotações de São
João (12:14 e
15), cumprira-se
o que Zacarias
houvera escrito
(9:9): “Não
temais, filha de
Sião; eis que
vem o teu rei
montado em um
jumentinho”.
Mais uma vez
este animalzinho
simples ganhara
papel de
destaque na
epopéia do
Messias.
Contudo, em uma
Doutrina em que
a humildade é
sinônima de
pedra preciosa,
isso não se é de
espantar.
Vale, então,
refletir... Se
este
Equus asinus
tivera condições
de trabalhar
pela e na Seara
de Jesus, e se
ele era, ainda,
tão inferior,
porque nós
outros, da mesma
forma, não
poderíamos,
mesmo com as
nossas
limitações?
Imperfeitos e
limitados todos,
a seu modo,
somos. Porém,
inúteis, não!
Possibilidades
temos mil, basta
que tenhamos
olhos de ver o
horizonte.
Se não temos o
verbo da
oratória fácil,
poderemos
contribuir com
uma palavra só,
e esta será
valiosíssima se
estiver imbuída
de sentimentos.
Se não dispomos
da escrita
fluente, temos a
possibilidade
de, ao menos,
anotar uma
palavra sentida.
Se, por hora,
não dispomos da
genialidade de
Mozart,
poderemos, no
mínimo,
cantarolar uma
cantiga de
ninar. Sem
largos recursos
financeiros,
lembremos do
óbulo da viúva.
Sem posições e
sem trabalhos de
destaque,
tentemos nos
destacar aos
olhos de Deus no
nosso labor
simples.
Possivelmente,
sem tempo,
lembremos que
somos nós quem o
fazemos. Muito
imperfeitos
ainda,
vislumbremos,
sempre, os
trabalhos dos
jumentinhos do
Evangelho de
Jesus.
Para carregarmos
luzes em nossas
mãos não são
necessários o
ouro nem a
perfeição,
basta, somente,
a coragem e a
humildade de
labutar. Jesus
nos convida.
Jumentinhos?
Tudo bem!...
Trabalhadores
mesmo assim!