Sempre acreditei
que uma das
principais
missões de um
espírita
consciente é a
divulgação do
Espiritismo.
Esta divulgação
tem que ser
feita sem
proselitismos,
nem fanatismo,
mas com
determinação e
conhecimento,
sabendo que
muitas pessoas
ainda não estão
preparadas para
entender ou
mesmo aceitar o
que significa
ser espírita.
Sei também que é
através de seu
comportamento,
no dia-a-dia, em
suas vitórias,
derrotas ou
rotinas, que o
espírita dá
sinais do vigor
de sua fé.
Devido ao meu
trabalho
profissional,
viajo com
freqüência,
principalmente
aos diversos
países europeus
e asiáticos.
Tenho por hábito
levar sempre
comigo dois
exemplares de
algum livro da
Codificação e
alguns livros
espíritas de
auto-ajuda,
todos traduzidos
para o inglês,
para serem dados
de presente em
alguma
oportunidade.
Numa de minhas
últimas viagens
à Coréia do Sul,
na cidade de
Pusan (a segunda
em importância
após a capital
Seul), ofertei
um exemplar de
O Livro dos
Espíritos e
A Gênese
para uma
biblioteca de um
grande hotel,
cujo gerente e
eu tivemos uma
longa conversa
sobre religião e
reencarnação
durante um
jantar. Achei
interessante a
grande aceitação
do gerente em
relação à oferta
dos livros e,
inclusive, ele
me disse que
iria ler os
livros com muita
atenção.
Outro episódio
bem interessante
ocorreu comigo
durante um vôo a
Dubai, capital
dos Emirados
Árabes Unidos.
Era um vôo de
conexão, pois
estava na
realidade indo
para Islamabad,
capital da
República
Islâmica do
Paquistão.
Estava
calmamente lendo
em minha
poltrona, quando
observei que a
pessoa que
estava na
poltrona ao meu
lado estava
lendo
atentamente uma
página da
revista
principal da companhia aérea
Emirates,
que
falava
sobre
Paris
e,
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especialmente,
sobre o
cemitério de Père-Lachaise
(foto).
Curioso, abri a
revista e
comecei também a
ler a referida
reportagem. Foi
com surpresa que
vi que o autor
da matéria
falava do túmulo
de Allan Kardec,
como um dos mais
visitados e
dizia, no seu
entendimento,
que era o túmulo
do fundador da
crença da
transmigração
das almas,
passando de um
corpo para outro
após a morte. |
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Estava absorvido
na leitura,
quando meu
vizinho puxou
conversa, pois
viu que eu
estava lendo a
mesma
reportagem. Ele
iniciou o
diálogo da
seguinte
maneira:
– Veja você,
que curioso...,
há pessoas que
acreditam nisso
e reverenciam
seus líderes
mesmo após a
morte deles.
Como acreditar
nisso???? Só
mesmo Paris para
transformar um
cemitério em
ponto turístico!
Eu moro em
Paris, sou
muçulmano e
minha fé é
bastante
diferente,
embora respeite
a todas, mas
acreditar nisso
de transmigração
de almas é
impensável!!!
Neste momento,
percebi que eu
não podia ficar
calado, que
teríamos uma
viagem bem
interessante
pela frente e
que eu tinha em
mãos uma bela
oportunidade
para divulgar
corretamente o
Espiritismo.
Imediatamente
pensei..., mas
como fazer isto
sem parecer
piegas ou
fanático?
Mentalmente fiz
uma oração,
respirei fundo e
dei continuidade
ao diálogo,
dizendo que
havia um engano
do autor da
matéria, pois
aquela pessoa
cujo túmulo
estava sendo
referenciado
pela reportagem
não era o
fundador da
teoria da
transmigração
das almas.
Aquele homem
chamava-se Allan
Kardec e que
ensinara, dentre
outras coisas,
sobre a
aplicação da
justiça divina
através das
vidas
sucessivas, onde
o ser humano
nunca regride e
avança sempre,
uns mais
lentamente que
outros; mas
todos recebendo
as mesmas
oportunidades.
Acrescentei que
eu acreditava
nessa filosofia,
pois uma vida só
não é suficiente
para alguém ser
totalmente bom
ou completamente
mau. Mas que eu
entendia, por
ter origem
católica, ter
estudado a
Bíblia e também
ter estudado o
livro sagrado
dos muçulmanos,
o Sagrado Corão
ou Alcorão, que
estas doutrinas
pregam uma única
vida, o castigo
ou a salvação
eterna, e que é
difícil para
estas pessoas
acreditarem em
vidas
sucessivas.
O meu
interlocutor
ficou surpreso,
pensou um pouco
e me perguntou
por que eu
acreditava. Eu
então disse a
ele que a
resposta seria
longa e poderia
ser enfadonha
para ele, mas
para minha
surpresa ele
insistiu, me
dizendo que
tínhamos algumas
horas de vôo e
que gostaria
muito de me
ouvir.
Conversamos
sobre o assunto
por mais de uma
hora e terminei
dizendo que eu
já tinha
visitado aquele
túmulo e que
havia um escrito
muito
interessante no
dólmen: “Nascer,
morrer, renascer
ainda e
progredir sem
cessar, tal é a
lei.”
Meu companheiro
de viagem não
comentou nada e,
durante a minha
explicação,
murmurava
eventualmente
algumas palavras
de concordância
e outras de
discordância.
Quando estávamos
nos aproximando
de Dubai, ele me
abordou
novamente,
dizendo que a
conversa tinha
sido muito
interessante e
que o vôo tinha
passado mais
rápido, me
agradecendo
pelas
explicações.
Neste momento,
senti que o
momento era
apropriado e
arrisquei: –
Por acaso tenho
um livro aqui
comigo sobre
este assunto. Eu
teria o maior
prazer de
presenteá-lo a
você, caso não
se ofenda.
Ele sorriu,
disse-me que
teria algumas
semanas em Dubai
e que logo
retornaria a
Paris, mas que
gostaria de ler
o livro, sim.
Peguei em minha
maleta de mão os
exemplares de
O Livro dos
Espíritos e
de O Céu e o
Inferno,
entregando ao
meu companheiro
de viagem com
uma pequena
dedicatória onde
coloquei meu
e-mail.
Despedimo-nos ao
coletar nossas
malas e nunca
mais o vi.
E fiquei a
pensar: como as
coisas são
engraçadas!
Conversei sobre
o Espiritismo
durante algumas
horas com um
companheiro de
viagem, alguém
que eu nem
conhecia, de
religião muito
diferente da
minha e agora
ele estava com
dois livros da
Codificação em
inglês. O que
ele faria com
estes livros?
Será que ele
iria lê-los? Não
sei. E até hoje
não recebi
nenhum e-mail
dele. Mas, como
sei que são
estranhos e
diversos os
terrenos onde a
mensagem deve
ser lançada,
assim como são
diversas também
as oportunidades
que o Pai nos dá
para que
divulguemos a
mensagem desta
Doutrina
Consoladora,
fiquei feliz por
ter feito a
minha parte.
Os livros estão
lá, num hotel
importante, na
segunda maior
cidade da Coréia
do Sul, e outros
nas mãos de um
homem de
negócios,
muçulmano,
residente em
Paris. Quem
sabe, um dia,
alguém possa
pegar estes
livros ao acaso
e encontrar ali
as respostas às
suas
indagações...