GERSON SIMÕES
MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
A causa da
paixão do Cristo
No episódio da
crucificação de
Jesus, ocorrido
há mais de dois
mil anos,
encontramos a
figura de Judas,
um dos seus doze
discípulos,
utilizado
maldosamente
pelos inimigos
do Cristianismo
nascente, na
trama que
culminou com a
Sua morte entre
dois ladrões.
Agora,
analisando bem
os fatos que
marcam a Paixão
de Cristo, você
há de convir que
Judas foi mais
um traído do que
propriamente um
traidor. A
afirmação tem
base no diálogo
entre Judas e
Tiago, no dia
anterior à
prisão de Jesus,
no qual Judas
revela o seu
plano de
simplesmente
apressar o
triunfo mundano
do Cristianismo,
e não o de
eliminar seu
Mestre, que
amava
profundamente.
Esta informação
nos é prestada
pelo Espírito
Humberto de
Campos no
capítulo "A
Ilusão do
Discípulo", do
livro Boa
Nova,
psicografado
pelo médium
Chico Xavier.
Porém, Judas
Iscariotes, ao
receber do
Sinédrio as
trinta moedas de
prata como
pagamento para
entregar Jesus,
não esperava
receber em troca
o fel da amarga
desilusão, ao
ver o Meigo Rabi
duramente
torturado. Ao
perceber a
traição dos
fariseus e
tocado de
arrependimento,
Judas procurou
de imediato
devolver as
moedas
recebidas,
desfazendo o
acordo infeliz.
Nesta
oportunidade,
porém, recebeu
em troca a
expressão de
escárnio dos
príncipes dos
sacerdotes:
"Isso é
contigo". Nada
mais restava
para salvar o
Mestre dos
Mestres.
Foi então que
Judas, depois de
assistir de
longe a todo o
desenrolar das
cenas
humilhantes do
Calvário, levado
por tremendo
remorso, cometeu
o suicídio.
Embora tivesse
sido movido pela
vaidade e pela
ambição
política, Judas
teria sido
realmente um
traidor caso
tivesse
arquitetado o
plano sinistro
da crucificação,
coisa que não o
fez. E cá para
nós, se ele
tivesse o firme
propósito de
trair o Cristo
para eliminá-lo,
com o fim de se
tornar líder
entre seus
companheiros,
ter-se-ia
enforcado? Claro
que não, pois
não haveria
sentido nisso.
Mesmo depois de
todos esses
acontecimentos,
Jesus Cristo,
após sua morte
na cruz e tocado
de infinita
compaixão, foi
ao encontro do
Espírito de
Judas,
permanecendo
três dias ao seu
lado até que ele
adormecesse,
como revela a
poetisa
desencarnada
Maria Dolores no
livro Coração
e Vida,
psicografado
pelo médium
Chico Xavier. Só
então Jesus
apareceu
materializado a
Maria Madalena,
conforme
registra o Novo
Testamento.
GERSON SIMÕES
MONTEIRO é
presidente da
Fundação
Cristã-Espírita
Paulo de Tarso,
do Rio de
Janeiro, RJ, e
diretor da Rádio
Rio de Janeiro.