A Revue Spirite
de 1860
(1a
Parte)
Allan Kardec
Iniciamos hoje o
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1860. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 11
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Que importância tem
Deus para o Espiritismo?
O conceito de Deus é tão
importante na Doutrina
Espírita que Kardec
chegou a afirmar que o
Espiritismo é forte
porque se apóia nas
bases da religião: Deus,
a alma, as penas e
recompensas futuras,
baseadas estas naquilo
que fazemos. (Revue
Spirite de 1860, p. 4.)
B. O perispírito pode
tomar a forma desejada
pelo Espírito?
Sim. O Espírito pode dar
ao perispírito a forma
que deseja, como ocorreu
com o rei de Kanala, que
apareceu na reunião de
cabeça branca e mãos
negras. (Obra citada,
p. 31.)
C. Os desencarnados
possuem vestimentas?
Os Espíritos podem ser
vistos sob vários
aspectos, dos quais o
mais freqüente é a forma
humana, e suas vestes se
compõem, geralmente, de
um panejamento,
terminando em longa
túnica flutuante. Isso
quanto aos Espíritos
superiores, pois os
Espíritos vulgares quase
sempre têm a roupa
semelhante à usada nos
últimos tempos. (Obra
citada, p. 42.)
D. Que qualidades dos
médiuns mais atraem os
bons Espíritos?
Os Espíritos devotados
ao bem procuram em seus
intérpretes, além da
aptidão fisiológica,
certas qualidades
morais, entre as quais
figuram em primeira
linha o devotamento
e o desinteresse.
(Obra citada, p. 47.)
Texto para leitura
1. O ano de 1860 foi,
para o Espiritismo, um
ano fecundo e foi nele
que Allan Kardec iniciou
suas viagens de
propaganda e orientação
do movimento espírita
francês, começando por
Lyon. (Prefácio)
2. É uma perda de tempo
discutir com gente que
desconhece o abc daquilo
de que fala. "Estudai
primeiro, e veremos
depois", propõe Kardec.
(P. 1)
3. Com a certeza do
futuro, tudo muda de
aspecto: o presente é
coisa efêmera; vemo-lo
escoar-se sem tristeza;
o homem é menos dado aos
gozos terrenos, porque
estes não lhe trazem
senão uma sensação
fugidia. (P. 3)
4. O Espiritismo é
forte, porque se apóia
nas bases da religião:
Deus, a alma, as penas e
recompensas futuras,
baseadas naquilo que
fazemos. (P. 4)
5. A 16-12-1859, o
jornal "Siècle" informou
que o Magnetismo animal,
conduzido à Academia
pelo dr. Paul Broca e
experimentado por
diversos médicos, era a
grande novidade do dia.
A esses fatos em
7-7-1852, sete anos
antes, o médico escocês
dr. Braid chamou de
hipnotismo. (P. 8)
6. Kardec alude aos
métodos usados pelo
Abade Faria e pelo dr.
Paul Broca para
hipnotizar as pessoas.
(PP. 8 e 9)
7. Eis os fenômenos
atribuídos ao hipnotismo
pelo dr. Braid: a)
exaltação da
sensibilidade; b)
sentimentos sugeridos;
c) idéias provocadas; d)
acréscimo de força
muscular. Um paciente
hipnotizado pelo dr.
Braid conseguiu levantar
com o polegar um peso de
14 quilos e girá-lo em
torno de sua cabeça,
certo de que o peso era
leve como uma pluma.
(PP. 10 e 11)
8. O Conde R..., quando
dormia, foi evocado por
Kardec e disse que seu
corpo dormia, isto é,
estava mais ou menos
inerte, diferentemente
dos sonâmbulos, que não
dormem. (P. 13)
9. No dia seguinte, o
Conde R... contou que
tinha sonhado que se
achava na Sociedade,
entre Kardec e o médium.
(P. 15)
10. Evocado de novo na
semana seguinte, o Conde
R... informou que ele
poderia ir a outros
planetas situados no
mesmo grau da Terra. (P.
18)
11. Aconselha um
Espírito familiar que,
quando experimentarmos
qualquer pesar, devemos
resistir e fazer todo
esforço para não nos
abandonarmos à tristeza,
lembrando que nada se
obtém sem trabalho . (P.
21)
12. O mesmo Espírito,
falando sobre a
eternidade, diz que esta
é feita de dois
períodos: o da prova,
que poderia chamar-se de
incubação, e o da
eclosão, ou entrada na
vida verdadeira, a da
felicidade dos eleitos.
(P. 22)
13. É grave erro
imaginar que um imbecil,
um ignorante, se torna
um gênio, um sábio,
desde que deixou seu
invólucro material. (P.
26)
14. Jobard critica os
que ocultam seus nomes
na veiculação dos fatos
espíritas. Diz Jobard:
"Hoje que, enfim, as
academias admitem o
magnetismo e o
sonambulismo,
primos-irmãos do
Espiritismo, é
necessário que seus
partidários se disponham
a assinar com todas as
letras. O medo do que
dirão é um
sentimento covarde e
mau". Kardec o apóia com
restrições. (P. 28)
15. Kardec diz que
certos Espíritos revêem
com prazer os lugares
onde viveram e sentem o
encanto da saudade. (P.
29)
16. O Sr. Thiry observa
que muitos Espíritos
sofredores pedem o
auxílio da prece, para
lhes abrandar as penas;
mas, como podem ser
perdidos de vista,
propõe que em cada
sessão o Presidente lhes
lembre os nomes. (P. 30)
17. O Espírito pode dar
ao perispírito a forma
que deseje, como ocorreu
com o rei de Kanala, que
apareceu de cabeça
branca e mãos negras.
(P. 31)
18. Uma mensagem
recebida em Lyon diz que
a reforma da Humanidade
se prepara pela
encarnação na Terra de
Espíritos melhores e
pelo exílio dos homens
votados ao mal, que
reencarnarão em um mundo
inferior à Terra. (P.
40)
19. Após debater o
assunto, a Sociedade
concluiu que o Espírito
pode decair como
posição, mas não quanto
às aptidões adquiridas.
(P. 41)
20. Kardec diz que as
aparições espontâneas
são bastante freqüentes,
mas acidentais e quase
sempre motivadas por uma
circunstância especial.
(P. 41)
21. Os Espíritos podem
ser vistos sob vários
aspectos, dos quais o
mais freqüente é a forma
humana. (P. 42)
22. Suas vestes
geralmente se compõem de
um panejamento,
terminando em longa
túnica flutuante. Isso
quanto aos Espíritos
superiores, mas os
Espíritos vulgares quase
sempre têm a roupa usada
nos últimos tempos. (P.
42)
23. Os Espíritos
superiores têm sempre um
rosto belo, nobre e
sereno; ao contrário, os
inferiores apresentam
uma fisionomia vulgar.
(P. 43)
24. Entre as faculdades
do Sr. Home, uma
permitia fazer
aparecerem mãos
tangíveis que podiam ser
apalpadas e pegar
objetos. (P. 43)
25. Recomenda Kardec:
quando um efeito não for
inteligente por si
mesmo, e independente da
inteligência dos homens,
devemos olhá-lo duas
vezes antes de
atribuí-lo aos
Espíritos. (P. 45)
26. A natureza das
comunicações é sempre
relativa à natureza do
Espírito e traz o cunho
de sua elevação ou
inferioridade, do seu
saber ou ignorância. (P.
45)
27. Para que uma
comunicação seja boa, é
preciso que venha de um
Espírito bom, e é
necessário, para isso,
um bom instrumento. (P.
47)
28. Os Espíritos
devotados ao bem
procuram em seus
intérpretes, além da
aptidão fisiológica,
certas qualidades
morais, entre as quais
figuram em primeira
linha o devotamento
e o desinteresse.
(P. 47)
(Continua no próximo
número.)