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Estudando as obras de Kardec
Ano 2 - N° 55 - 11 de Maio de 2008

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


A Revue Spirite de 1860

(1a Parte)

Allan Kardec 


Iniciamos hoje o
estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1860. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 11 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que importância tem Deus para o Espiritismo?

O conceito de Deus é tão importante na Doutrina Espírita que Kardec chegou a afirmar que o Espiritismo é forte porque se apóia nas bases da religião: Deus, a alma, as penas e recompensas futuras, baseadas estas naquilo que fazemos. (Revue Spirite de 1860,  p. 4.)

B. O perispírito pode tomar a forma desejada pelo Espírito?

Sim. O Espírito pode dar ao perispírito a forma que deseja, como ocorreu com o rei de Kanala, que apareceu na reunião de cabeça branca e mãos negras. (Obra citada, p. 31.)

C. Os desencarnados possuem vestimentas?

Os Espíritos podem ser vistos sob vários aspectos, dos quais o mais freqüente é a forma humana, e suas vestes se compõem, geralmente, de um panejamento, terminando em longa túnica flutuante. Isso quanto aos Espíritos superiores, pois os Espíritos vulgares quase sempre têm a roupa semelhante à usada nos últimos tempos. (Obra citada, p. 42.)

D. Que qualidades dos médiuns mais atraem os bons Espíritos?

Os Espíritos devotados ao bem procuram em seus intérpretes, além da aptidão fisiológica, certas qualidades morais, entre as quais figuram em primeira linha o devotamento e o desinteresse. (Obra citada, p. 47.)

Texto para leitura

1. O ano de 1860 foi, para o Espiritismo, um ano fecundo e foi nele que Allan Kardec iniciou suas viagens de propaganda e orientação do movimento espírita francês, começando por Lyon. (Prefácio)

2. É uma perda de tempo discutir com gente que desconhece o abc daquilo de que fala. "Estudai primeiro, e veremos depois", propõe Kardec. (P. 1)

3. Com a certeza do futuro, tudo muda de aspecto: o presente é coisa efêmera; vemo-lo escoar-se sem tristeza; o homem é menos dado aos go­zos ter­renos, porque estes não lhe trazem senão uma sensação fugidia. (P. 3)

4. O Espiritismo é forte, porque se apóia nas bases da religião: Deus, a alma, as penas e recompensas futuras, baseadas naquilo que fazemos. (P. 4)

5. A 16-12-1859, o jornal "Siècle" informou que o Magnetismo animal, conduzido à Academia pelo dr. Paul Broca e experimentado por diversos médi­cos, era a grande novidade do dia. A esses fatos em 7-7-1852, sete anos an­tes, o médico escocês dr. Braid chamou de hipnotismo. (P. 8)

6. Kardec alude aos métodos usados pelo Abade Faria e pelo dr. Paul Broca para hipnotizar as pessoas. (PP. 8 e 9)

7. Eis os fenômenos atribuídos ao hipnotismo pelo dr. Braid: a) exalta­ção da sensibilidade; b) sentimentos sugeridos; c) idéias provocadas; d) acréscimo de força muscular. Um paciente hipnotizado pelo dr. Braid conseguiu levantar com o polegar um peso de 14 quilos e girá-lo em torno de sua cabeça, certo de que o peso era leve como uma pluma. (PP. 10 e 11)

8. O Conde R..., quando dormia, foi evocado por Kardec e disse que seu corpo dormia, isto é, estava mais ou menos inerte, diferentemente dos sonâm­bulos, que não dormem. (P. 13)

9. No dia seguinte, o Conde R... contou que tinha sonhado que se achava na Sociedade, entre Kardec e o médium. (P. 15)

10. Evocado de novo na semana seguinte, o Conde R... informou que ele poderia ir a outros planetas situados no mesmo grau da Terra. (P. 18)

11. Aconselha um Espírito familiar que, quando experimentarmos qualquer pesar, devemos resistir e fazer todo esforço para não nos abandonarmos à tristeza, lembrando que nada se obtém sem trabalho . (P. 21)

12. O mesmo Espírito, falando sobre a eternidade, diz que esta é feita de dois períodos: o da prova, que poderia chamar-se de incubação, e o da eclosão, ou entrada na vida verdadeira, a da felicidade dos eleitos. (P. 22)

13. É grave erro imaginar que um imbecil, um ignorante, se torna um gê­nio, um sábio, desde que deixou seu invólucro material. (P. 26)

14. Jobard critica os que ocultam seus nomes na veiculação dos fatos espíritas. Diz Jobard: "Hoje que, enfim, as academias admitem o magnetismo e o sonambulismo, primos-irmãos do Espiritismo, é necessário que seus partidários se disponham a assinar com todas as letras. O medo do que dirão é um senti­mento covarde e mau". Kardec o apóia com restrições. (P. 28)

15. Kardec diz que certos Espíritos revêem com prazer os lugares onde viveram e sentem o encanto da saudade. (P. 29)

16. O Sr. Thiry observa que muitos Espíritos sofredores pedem o auxílio da prece, para lhes abrandar as penas; mas, como podem ser perdidos de vista, propõe que em cada sessão o Presidente lhes lembre os nomes. (P. 30)

17. O Espírito pode dar ao perispírito a forma que deseje, como ocorreu com o rei de Kanala, que apareceu de cabeça branca e mãos negras. (P. 31)

18. Uma mensagem recebida em Lyon diz que a reforma da Humanidade se prepara pela encarnação na Terra de Espíritos melhores e pelo exílio dos homens votados ao mal, que reencarnarão em um mundo inferior à Terra. (P. 40)

19. Após debater o assunto, a Sociedade concluiu que o Espírito pode decair como posição, mas não quanto às aptidões adquiridas. (P. 41)

20. Kardec diz que as aparições espontâneas são bastante freqüentes, mas acidentais e quase sempre motivadas por uma circunstância especial. (P. 41)

21. Os Espíritos podem ser vistos sob vários aspectos, dos quais o mais freqüente é a forma humana. (P. 42)

22. Suas vestes geralmente se compõem de um panejamento, terminando em longa túnica flutuante. Isso quanto aos Espíritos superiores, mas os Espíritos vulgares quase sempre têm a roupa usada nos últimos tempos. (P. 42)

23. Os Espíritos superiores têm sempre um rosto belo, nobre e sereno; ao contrário, os inferiores apresentam uma fisionomia vulgar. (P. 43)

24. Entre as faculdades do Sr. Home, uma permitia fazer aparecerem mãos tangíveis que podiam ser apalpadas e pegar objetos. (P. 43)

25. Recomenda Kardec: quando um efeito não for inteligente por si mesmo, e independente da inteligência dos homens, devemos olhá-lo duas vezes antes de atribuí-lo aos Espíritos. (P. 45)

26. A natureza das comunicações é sempre relativa à natureza do Espírito e traz o cunho de sua elevação ou inferioridade, do seu saber ou ignorância. (P. 45)

27. Para que uma comunicação seja boa, é preciso que venha de um Espírito bom, e é necessário, para isso, um bom instrumento. (P. 47)

28. Os Espíritos devotados ao bem procuram em seus intérpretes, além da aptidão fisiológica, certas qualidades morais, entre as quais figuram em primeira linha o devotamento e o desinteresse. (P. 47) (Continua no próximo número.) 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita