FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
A
importância da
caridade
Os ensinamentos
que Jesus nos
veio trazer,
sobre o valor
que devemos dar
ao nosso próximo
e à vida, dizem
respeito ao
cultivo e
desenvolvimento
da moral e da
decência nas
relações entre
as pessoas, sem
excetuar quem
quer que seja,
visto que somos
todos iguais
perante o
Criador.
O Mestre
traduziu em duas
simples
palavras, todo o
seu código de
ética a caminho
do
desenvolvimento
da moral em
termo mais
amplo, ensinando
que tudo poderia
ser resumido em
“Caridade
e Humildade”,
isto é,
nas duas maiores
virtudes que os
homens devem
concentrar todos
os esforços na
conquista desses
dois tesouros
preciosos do
Espírito.
É que, só com o
desenvolvimento
em nosso ser
espiritual dos
verdadeiros
talentos com que
a Divindade nos
equipou,
conseguiremos,
se para tanto
nos esforçarmos,
erradicar de
nosso espírito o
egoísmo que até
hoje nos mantém
presos às teias
da ignorância.
Em tudo que
ensinou, Jesus
chamou-nos a
atenção para a
valorização
dessas duas
virtudes como
sendo as que
poderão nos
conduzir de
encontro à
eterna e
verdadeira
felicidade.
Falou-nos ele:
“Bem-aventurados
os pobres de
espírito,
isto é, os
simples, os
humildes,
porque deles é o
reino dos céus;
e continuou a
nos ensinar;
bem-aventurados
os que têm
puro o coração;
bem-aventurados
os que são
brandos e
pacíficos;
bem-aventurados
os que são
misericordiosos;
amai o vosso
próximo como a
vós mesmos;
fazei aos
outros, o que
gostaríeis que
vos fizessem;
amai os vossos
inimigos;
perdoai as
ofensas, se
quiserdes ser
perdoados;
praticai o bem
sem ostentação;
julgai-vos a vós
mesmos, antes de
julgardes os
outros; não
saiba a vossa
mão esquerda o
que dê a vossa
mão direita”.
Em todas estas
passagens de
seus ditos
pode-se extrair
o ensinamento
maior de Jesus,
a caridade e a
humildade, eis o
que não cessa de
recomendar e
exemplificar em
todas as suas
ações. Em tudo
que pregou em
sua passagem
pelo nosso
planeta, teve
por finalidade
maior combater o
orgulho e o
egoísmo, que são
sem dúvida as
duas grandes
chagas a corroer
a humanidade.
O Mestre Maior
de todos nós não
se limitou
apenas a
recomendar a
caridade,
põe-na como
condição
absoluta para a
conquista da
felicidade
futura,
assegurando-nos
que as ações
empreendidas
pelos caridosos
com certeza lhes
assegurarão uma
melhor posição
no futuro,
quando a justiça
divina os chamar
para a prestação
de contas, como
nos afirmou
também em outra
oportunidade
que, “a cada
um será dado
segundo as suas
obras”.
Na Parábola do
Bom Samaritano,
considerado
herético, mas
que naquele
momento pratica
o amor ao
próximo, Jesus
coloca-o acima
do ortodoxo que
falta com a
caridade. Não
considera,
portanto, a
caridade apenas
como uma das
condições para a
salvação, mas
designa como
condição única.
Se outras
houvesse que a
substituíssem,
ele as teria
ensinado. Desde
que coloca a
caridade em
primeiro lugar,
é que ela
implicitamente
abrange todas as
outras: a
humildade, a
brandura, a
benevolência, a
indulgência, a
justiça etc., e
também porque
significa a
negação absoluta
do orgulho e do
egoísmo naquele
que a pratica.
O Apóstolo
Paulo,
entendendo o
verdadeiro
sentido da
caridade nos
deixou sua
mensagem sobre o
valor dessa
sublime virtude
que todos
precisamos
desenvolver,
conforme segue:
Necessidade da
caridade,
segundo S. Paulo
Ainda quando eu
falasse todas as
línguas dos
homens e a
língua dos
próprios anjos,
se eu não tiver
caridade, serei
como o bronze
que soa e um
címbalo que
retine; – ainda
quando tivesse o
dom de profecia,
que penetrasse
todos os
mistérios, e
tivesse perfeita
ciência de todas
as coisas; ainda
quando tivesse a
fé possível, até
o ponto de
transportar
montanhas, se
não tiver
caridade, nada
sou. –E, quando
houver
distribuído os
meus bens para
alimentar os
pobres e
houvesse
entregado meu
corpo para ser
queimado, se não
tivesse
caridade, tudo
isso de nada me
serviria.
A caridade é
paciente; é
branda e
benfazeja; a
caridade não é
invejosa; não é
temerária, nem
precipitada; não
se enche de
orgulho; – não é
desdenhosa; não
cuida de seus
interesses; não
se agasta, nem
se azeda com
coisa alguma;
não suspeita
mal; não se
rejubila com a
injustiça, mas
se rejubila com
a verdade; tudo
suporta, tudo
crê, tudo
espera, tudo
sofre.
Agora, estas
três virtudes: a
fé, a esperança
e a caridade
permanecem; mas,
dentre elas, a
mais excelente é
a caridade (S.
PAULO, 1ª
Epístola aos
Coríntios, cap.
XIII, vv. 1 a 7
e 13.) (1)
O Espiritismo
sendo o
Cristianismo
Redivivo, ou
seja, o
cristianismo na
sua pureza
inicial, vem
reafirmar os
ensinos do seu
criador com a
máxima: “Fora
da caridade não
há salvação”,
(2) máxima essa
que consagra o
princípio da
igualdade
perante Deus, e
da liberdade de
consciência,
deixando a todos
a escolha da
maneira como
queiram seguir
adorando o Pai
Celestial, não
pregando que
fora do
Espiritismo não
há salvação,
pois, bem sabe
que o Cristo não
fundou nenhuma
religião, por
isso mesmo,
respeita a
liberdade de
crença de todos
os seus irmãos
em humanidade,
pois em qualquer
corrente
religiosa a que
pertença o
homem, terá aí
mesmo a
oportunidade de
seguir os
ensinamentos de
Jesus.
Dediquemo-nos,
portanto, meus
irmãos, à
prática da
caridade
ensinada no
evangelho de
Jesus, pois ela
nos ajudará não
só a evitar a
prática do mal,
mas também nos
impulsionará em
direção ao
trabalho no bem,
e, para a
prática do bem,
uma só condição
se faz
indispensável:
a nossa
vontade,
pois para a
prática do mal
basta apenas a
inércia e a
despreocupação.
Agradeçamos,
pois, a Deus,
nosso Pai, por
nos permitir
encontrar em
nossa estrada
evolutiva a
bênção de gozar
da luz do
Espiritismo.
Bibliografia:
(1) 1ª Epístola
de Paulo aos
Coríntios, cap.
XIII, vv. 1 a 7
e 13.
(2) Kardec
Allan, O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
FEB – 112ª
edição, Cap. XV,
item 10.