GERSON SIMÕES MONTEIRO 
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Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

A solidariedade do menino

Nos anos 70, a imprensa divulgou que um colegial, por volta dos doze anos de idade, ao ver um senhor atropelado numa rua do centro da cidade aguardando a ambulância, suando e gemendo de dor, passou a enxugar o suor de sua testa com um lenço e a afagar os seus cabelos. Muitos populares choraram quando o médico do Pronto-Socorro, ao presenciar aquele espontâneo gesto de solidariedade, permitiu, a pedido do próprio menino, que ele acompanhasse o senhor acidentado, dentro da ambulância, até o Hospital Souza Aguiar.  

O exemplo desse garoto nos faz lembrar a história simples e expressiva contada por Jesus sobre o Bom Samaritano: um homem que caminhava de Jerusalém para Jericó foi assaltado por ladrões. Além de roubarem tudo o que tinha, bateram tanto nele que deixaram-no na estrada, meio morto.

Um sacerdote, ao passar pelo mesmo caminho e ver o homem gravemente ferido, precisando de socorro, passou do outro lado. Também procedeu da mesma forma um levita, religioso encarregado dos serviços do templo, ao observar o homem caído.  Porém, um Samaritano, tido como não merecedor da salvação, segundo a crença dos religiosos judeus, ao passar por ali, foi tocado de compaixão ao ver o pobre homem sofrendo, e passou a cuidar de suas feridas. Em seguida, colocou-o sobre seu cavalo, levando-o até uma hospedaria a fim de continuar cuidando dele.

Nessa narrativa, vale destacar que o Cristo situa no necessitado apenas “um homem”, não lhe identificando a raça, cor, condição social ou religião. A partir daí, um novo movimento de solidariedade humana surge na Terra.

A bem da verdade, não existe ninguém neste mundo que não possa ser solidário, isto é, capaz de ajudar o próximo a carregar sua pesada cruz. Exemplos não faltam: você pode orar pelas vítimas dos atentados em Londres, visitar um enfermo no hospital, telefonar para alguém num momento difícil, dirigindo-lhe palavras de encorajamento, levantar o ânimo dos pais de um filho usuário de drogas etc.