Brasil
Olavo Bilac
Desde o Nilo famoso,
aberto ao sol da graça,
Da virtude ateniense à
grandeza espartana,
O anjo triste da paz
chora e se desengana,
Em vão, plantando o amor
que o ódio despedaça.
Tribos, tronos,
nações... Tudo se esfuma
e passa.
Mas o torvo dragão da
guerra soberana
Ruge, fere, destrói e
se alteia e se ufana,
Disputando o poder e
denegrindo a raça.
Eis, porém, que o
Senhor, na América
nascente,
Acende nova luz em novo
continente,
Para a restauração do
homem exausto e velho.
E aparece o Brasil que,
valoroso, avança,
Encerrando consigo, em
láureas de esperança,
O Coração do Mundo e a
Pátria do Evangelho.
Soneto recebido por
Francisco Cândido
Xavier, na noite de 18
de abril de 1950, em
Belo Horizonte, MG.