- Você está no
lugar certo
então, porque
aqui somos
todos mais ou
menos loucos
– como de
costume, nosso
diretor era
pura jocosidade
elevada,
mesmo nos
instantes mais
sérios.
- Preciso de
pelo menos uma
“encostadinha”;
o senhor não vai
poder fazer isso
por mim? E para
onde foi levado
o Júlio? Por que
esse arrancão de
uma só vez? Nós
nos dávamos tão
certo!
- Meu amigo, não
poderei lhe dar
todas as
informações que
você quer saber.
Quanto à
“encostadinha”,
poderei
providenciar,
mas dependendo
da sua
recuperação.
- O senhor fala
sério?
- E alguma vez
eu falei algo
brincando? –
novamente com o
sorriso de
deboche, Dr.
Inácio olhou
para mim e
deu uma
piscadela de
puro humor.
(A
“encostadinha” a que se refere o espírito é na pessoa
que ele obsidiava. Vejamos em que nível prossegue o diálogo.)
.... – Sim, aqui
nada acontece
sem autorização,
ou você acha que
vai poder
continuar suas
obsessões como
bem quer? Se
for assim tenho
que lhe dar
alta, porque o
que não falta na
Terra é gente
querendo ser
obsidiado...
(Percebamos que
o diálogo
acontece entre
um suposto
médico
psiquiatra
desencarnado e
seu paciente.)
(...) Veja
só, Ermance.
Ainda há quem
pense nos
centros
espíritas que
nós podemos
fazer tudo por
aqui no mundo
das almas. Com
essa tese
absurda, muitos
trabalhadores e
grupos inteiros
têm se afastado
da mediunidade
socorrista,
alegando que o
“plano
espiritual pode
atender a tudo
sem participação
humana!”
(...) - Não
seria de
enviarmos algo
por escrito a
nossos irmãos na
Terra?
- Se você quiser
“abrir o véu”...
Eu de minha
parte tenho
levado as
informações que
posso, todavia,
já vejo um monte
de “lenha
armada” entre os
puristas da
Doutrina para
assar o médium e
o espírito. Já
há quem diga no
plano físico,
depois das obras
que enviei, que
Dr. Inácio não
ficou louco
quando no
sanatório de
Uberaba, mas sua
loucura surgiu
depois de
morto...
- Que nada,
doutor. É que
tudo tem sua
hora.
(Aqui o espírito
faz referências
a obras
psicografadas
por Carlos
Baccelli,
"Sob as cinzas
do tempo", "Do
outro lado do
espelho", "Na
próxima
dimensão”,
que são
verdadeiros
atentados ao
bom-senso.)
(...) - A
psicofonia então
é uma
mediunidade
muito
necessária, será
isso?
- Não é
psicofonia, é
incorporação
mesmo, e não se
assuste de
dizer. Como
falam os
umbandistas, sem
nenhum exagero,
os médiuns
nessa
circunstância se
tornam “cavalos”..
Lírios da
Esperança (cap.
3) “Medidas
Impostergáveis”:
(...) Após o
termino da
inspirada
explanação, Dona
Modesta convidou
o Professor
Cícero e o
Doutor Inácio ao
seu gabinete
particular, a
fim de se
organizarem.
- Inácio, creio
que acabamos de
obter endosso a
velhos anseios!
– abriu o
diálogo Dona
Modesta.
- Modesta, você
sabe, há quanto
tempo, espero
para levar ao
plano físico um
noticiário
franco e
destemido sobre
a situação dos
espíritas nesta
casa.
Adoraria
assustar um
bocado de gente...
(Os erros
gramaticais são
do original,
aliás há muito
tempo não líamos
livros com
tantos erros
gramaticais como
esses. Existem
erros de
pontuação,
ortográficos, de
sintaxe,
concordância,
dentre outros.
Parece que os
autores
desconhecem a
língua que usam
e os médiuns não
têm o trabalho
de proceder a
uma revisão.)
-
Continuo
intrigado sobre
como escalar
essa montanha de
condicionamento
sem
“dinamitar”.
- Sim Inácio,
sua assertiva
não deixa de ter
fundamento –
aclarou Dona
Modesta -, desde
que apliquemos
farta dose de
lógica e
instrução moral,
junto às
novidades
contundentes que
detonam os
paradigmas.
(...) - Pode
ser! Ainda assim
o momento pede
um “susto”
– insistiu o
doutor.
(...) - Lá
vem o cabeça
dura!...-
descontraiu Dona
Modesta.
- Você já sabe,
Modesta...
- Claro que sim!
Você adoraria
dar notícias
sobre os
infernos.
- Que sabem os
espíritas sobre
os dragões, as
sete
organizações do
mal, a origem de
Lúcifer, a
influência das
falanges
perversas na
raiz do mal?...
Que noções
possuem sobre a
antropologia da
maldade
organizada no
planeta? Será
que já ouviram
sobre as
“escórias”, o
“vampirismo
assistido” e os
“vibriões”? Quem
revelou algo
sobre os sete
vales da
perversidade e o
cinturão
vibratório que
agasalha a
humanidade?
Quantos conhecem
sobre as
relações entre
religião e as
ordenações das
hostes do mal?
Quais
informações
possuem sobre a
vida social
nessa
semicivilização?
Que conhecem
além do umbral?
(Veja
bem! Isso aqui é
um diálogo entre
benfeitores que
valorizam mais o
mal que o bem a
ser realizado?
Totalmente
incongruente com
a proposta que
eles mesmos
dizem pregar.
Concluem o
capítulo com um
sofisma muito
bem urdido para
enganar os
incautos.)
(...)
Certamente,
nesses casos, os
”velhos chavões”
funcionarão como
escape e
justificativa:
“Por que
mensagens tão
desastrosas
quando o
Espiritismo deve
confortar?!”
“Por que
notícias tão
tristes quando a
função da Boa
Nova é dar boa
notícia?! Outros
mais dirão: “A
que pode nos
conduzir essas
idéias senão ao
medo e terror?!”
Ainda outros vão
asseverar: “Com
que fim algum
espírito do bem
trataria desses
assuntos?!”
As perguntas se
multiplicarão,
embaladas pelo
desculpismo e
pela
invigilância dos
que se
acostumaram aos
regimes de
“dever cumprido”
no limite das
folgas.
Porém, aos que
destinamos essa
convocação em
regime de
urgência, será
pedido muito
equilíbrio ante
o medo de dar
novos passos e a
prudência que,
nós próprios, os
conclamamos para
não se perderem
nos labirintos
da fascinação e
do fanatismo.
- Tomaremos,
portanto,
medidas no
intuito de
apressar a
formação de
novos horizontes
aos lidadores
espíritas no que
concerne à
mediunidade. Que
cada qual reúna
sua equipe e
defina os passos
– arrematou Dona
Modesta.
(Aqui o sofisma
toma vulto, cujo
objetivo
específico é
envolver médiuns
espíritas.
Adiante
comentaremos o
objetivo deles
na questão da
mediunidade.)
Lírios da Esperança cap. 7: Delicada cirurgia – Todo
ele dedicado a uma cesariana de um
ovóide. É totalmente contra o bom-senso.
Lírios da
Esperança cap.
8: Novas
Motivações:
- Achei que você
estava
melhorando! –
disse caçoando
o médico.
- Bem que me
disseram que
acharia alguém
que adora caçoar
por aqui!...
- Minha vida
é caçoar e
refestelar com
as diferenças de
todos nós!
Não se espante!
(...) Doutor
Inácio, posso
ser franco?!
- Admiro pessoas
francas!
- É que passam
algumas idéias
pela minha
cabeça e...
- Fale logo,
homem, porque
senão vou ler
seu pensamento!
- Tem hora que o
senhor me deixa
dúvidas sobre
seu
comportamento.
- Em que
sentido?
- Nunca conheci
um espírita tão
franco.
- O senhor quer
dizer
mal-educado e
irônico. Não
se acanhe de
falar!
- Confundo-o com
um mentor,
ou..., ou um...
- Um capeta?!
– expressou-se o
psiquiatra com
seu irremediável
bom humor.
- É! É isso
mesmo!
- Não tenha
dúvidas que sou!
Digamos que um
“bom
capeta”!...
- Jamais
imaginei um
espírita com
suas
características!
- O que faz o
senhor pensar
que sou
espírita?
- E não é?
- Não! Na minha
avaliação
sincera,
nunca me vi
plenamente
espírita.
- Então o que o
senhor é?
- Alguém à
procura de si
mesmo. Um
sujeito
“meio-louco”!
(Que diálogo
entre um psiquiatra e
seu paciente, mais
chulo e insolente impossível, mas
que tenta passar mensagens sub-reptícias ao não se afirmar espírita e que o
auto-encontro é
“meio” loucura.)
O capítulo 9: Ao encontro de si
mesmo traz tantas aberrações como,
por exemplo, um
processo “terapêutico” realizado à força porque o
livre-arbítrio do espírito foi cassado. Aliás, todos os capítulos trazem uma ou mais
aberrações. Não transcreveremos todas aqui, deixando a quem deseje ver essas
aberrações no original e tirar as
suas próprias conclusões.
Para finalizar
esta parte de
apresentação dos
supostos Dr.
Inácio e Dona
Modesta
atentemos para
os seguintes
diálogos no
capítulo 12:
Nossas Obras:
(...) -
Inácio, que dia
abençoado! –
exclamou Dona
Maria já um
tanto defasada
das lutas do
dia.
- Eu diria
endiabrado!
Os homens na
Terra não
imaginam o que
seja uma rotina
dessas...
- Dar sem
receber, dar por
amor de realizar!
Quantos não
terão extensas
lutas com esta
lição nesse
outro lado da
vida!
- Inclusive os
espíritas!
- Inclusive os
espíritas! É
verdade!
- Estamos há
exatas quinze
horas em tarefa
contínua. Só
hoje visitei,
por três vezes,
a Terra. Não
reclamo de nada,
mas se
tivesse meu
cigarrinho de
volta, acho que
trabalharia mais
quinze horas sem
mau humor...
(Aqui os
“benfeitores”
estão reclamando
do trabalho de
“amor” que fazem
e do cansaço que
ele gera, mas é
de pasmar quando
o falso Dr.
Inácio diz que
se tivesse “um
cigarrinho”
poderia
trabalhar mais
quinze horas sem
mau humor,
passando a
mensagem de que
fumar
revitaliza.)
Mais adiante
continua o
deboche do
movimento
espírita e dos
espíritas:
(...) - Houve
outro, um desses
“enciclopedistas
espíritas” que
leram tudo sobre
a doutrina, que
ainda zombou de
mim um dia
desses. Passava
por um corredor
já cansado, com
mau humor pior
que o habitual,
depois de quase
vinte horas de
trabalho, e sabe
o que ele me
disse?
- O quê?
- Doutor Inácio,
que cara é esta?
Até parece que o
senhor está
cansado?!
Espírito
superior não
cansa, ouviu?!
Aprenda a usar
sua mente!
- E você...
- Eu lhe dei
o troco merecido.
Disse a ele que
não estava
cansado, estava
arrependido de
ter morrido.
Devia ter ficado
na Terra uns mil
anos para não
encontrar mais
com religiosos.
No sanatório
espírita de
Uberaba, pelo
menos, essa
segurança eu
tinha. Não
era obrigado a
lidar com as
tricas e
futricas do
movimento
doutrinário!
- E ele?...
- Ele ainda me
perguntou se
tinha algo me
incomodando.
- E você,
naturalmente...-
debochou Dona
Modesta.
- Naturalmente,
eu me calei,
porque, se
falasse naquela
hora, seria
um desastre!
(...) O
senhor também é
bastante
arrogante, não
é, doutor?
- Sou um
arrogante que
não minto mais
para mim. Um
arrogante
autêntico e leal
comigo mesmo. Há
uma boa
diferença entre
nós nesse
sentido.
- O senhor quer
dizer que ainda
sou um arrogante
iludido...
- Como ambos
somos
arrogantes, não
custa confirmar
sua tese...
(...) Pois de
mim, só posso
dizer o
contrário. O
senhor trabalhou
muito, Doutor
Inácio?
- A vida
inteira!
Cuidando de
loucos, acho que
enlouqueci e não
percebi, Acabei
sendo útil,
mesmo doente.
(Percebamos
que essa é a
postura de um
suposto médico
psiquiatra com
grande
envergadura
moral. Na
verdade o autor
cria uma
caricatura para
melhor enganar.
Na obra
Tormentos iremos
nos defrontar
com a verdade.)
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
(Conclui no
próximo número.)
Alírio de
Cerqueira Filho
é coordenador de
assuntos da
família da
Federação
Espírita do
Estado de Mato
Grosso.
Participa do
movimento
espírita há 27
anos. É escritor
e expositor
espírita.
Realiza
palestras e
seminários por
todo Brasil e
Exterior. Foi
diretor do
Departamento de
Estudo e
Doutrina da
Federação
Espírita do
Estado de Mato
Grosso de 1982 a
1996, quando foi
eleito para
ocupar o cargo
de
Vice-presidente
para Assuntos
Doutrinários
tendo exercido a
função por dois
mandatos
consecutivos.
Profissionalmente
é médico;
biólogo com
ênfase em
ecologia;
pós-graduado em
psiquiatria;
psicologia e
psicoterapia
transpessoal e
medicina
homeopática. Tem
também formação
em Terapia
Regressiva a
Vivências
Passadas e
Especialização
na Arte de
Programação
Neurolingüística.
Possui larga
experiência no
trabalho com o
psiquismo
humano, tanto
como
psicoterapeuta,
quanto como
educador
transpessoal,
experiência essa
adquirida em 19
anos de prática
clínica e nos
inúmeros cursos,
seminários e
palestras que
tem realizado ao
longo de sua
carreira.