A Revue Spirite
de 1860
(2a
Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1860. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 11
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Qual é a prece mais
agradável a Deus?
A prece que mais agrada
ao Criador é o trabalho
útil, seja qual for.
"Não vos contenteis em
pedir a Deus que vos
ajude: ajudai-vos vós
mesmos, pois assim
provareis a sinceridade
de vossa prece”, diz um
protetor espiritual.
(Revue Spirite de 1860,
p. 67.)
B. A religião tem a
ganhar alguma coisa
aliando-se à Ciência?
Sim. Segundo Kardec, a
religião será sempre
forte quando marchar de
acordo com a Ciência,
porque estará ligada à
parte esclarecida da
população. (Obra
citada, p. 77.)
C. Os Espíritos podem
ver-se num espelho?
Não, porque o espelho
somente reflete objetos
materiais. Essa foi uma
das informações dadas na
Sociedade pelo Dr.
Vignal, que era médico.
(Obra citada, p. 87.)
D. Como entender as
causas da loucura?
Segundo o Dr. Vignal, as
causas da loucura são
apenas uma alteração,
uma perversão dos
órgãos, que não mais
recebem as impressões de
maneira regular,
transmitindo sensações
falsas e gerando, por
isso mesmo, atos
diametralmente opostos
à vontade do Espírito.
(Obra citada, p. 90.)
Texto para leitura
29. A cupidez sempre
foi, e será sempre, um
motivo de repulsa para
os bons Espíritos e uma
causa de atração para os
outros. (P. 47)
30. Falando do
atendimento a
obsessores, diz São Luís
que a oração em favor
deles é medida valiosa,
mas as fórmulas de
exorcismos os divertem.
São Luís, porém, aduziu:
"... notai que eu
disse orar e não mandar
orar". (P. 53)
31. Charles Dupont, o
Espírito de
Castelnaudary, que viera
de uma tribo feroz e
selvagem, apresentou-se
na Sociedade com um
aspecto aterrador:
vestia uma camisa
coberta de sangue e
tinha na mão um punhal.
(P. 54)
32. Havendo matado seu
irmão em 1608, há 200
anos estava preso à
própria casa, local do
bárbaro crime, sem poder
dirigir seu pensamento a
outra coisa senão à cena
do crime, sempre ante os
seus olhos. (PP. 56 e
57)
33. No mundo dos
Espíritos -- diz Kardec
--, se há alegria para
todas as virtudes, há
penas para todas as
faltas. (P. 58)
34. O Espírito de
Chateaubriand nos
conclama ao trabalho por
nosso melhoramento
pessoal e pelo futuro
dos nossos; se
vencermos, gozaremos na
própria existência uma
felicidade tão difícil
de imaginar quanto lhe é
difícil descrevê-la. (P.
65)
35. A Revue transcreve
mensagem do Espírito de
uma mulher a seu pai
materialista,
rogando-lhe curvar-se à
justiça de Deus e ser
resignado. Citando o
Cristo, que disse: "Aquele
que usar a espada, pela
espada morrerá", a
filha aduziu: "Tal
pensamento,
absolutamente espírita,
encerra o mistério do
vosso sofrimento". (P.
66)
36. A prece mais
agradável a Deus -- diz
um Espírito familiar --
é o trabalho útil, seja
qual for. "Não vos
contenteis em pedir a
Deus que vos ajude:
ajudai-vos vós mesmos,
pois assim provareis a
sinceridade de vossa
prece." (P. 67)
37. O Sr. Mackenzie, de
Londres, membro da
Sociedade Real dos
Antiquários, escreve à
Sociedade dizendo que
usa uma bola de cristal
ou metálica, com auxílio
de um vidente especial,
como meio de obter
comunicações espíritas.
O médium lê nessa
espécie de espelho as
respostas dos Espíritos.
Kardec propõe chamá-los
espelhos psíquicos.
(PP. 69 e 72)
38. Um artigo publicado
no "Siècle" a
22-1-1860 diz que a
dança das mesas já era
célebre em Roma, nos
primeiros séculos da era
cristã, como refere
Tertuliano, no cap.
XXIII da "Apologética".
(P. 69)
39. Kardec diz que a
Sociedade recebe as
comunicações dos
Espíritos como expressão
de uma opinião
individual e se reserva
o direito de julgá-las,
submetendo-as ao
controle da lógica e da
razão. (P. 73)
40. Analisando a questão
do povoamento da Terra
sob a ótica da Bíblia,
Kardec assevera que a
religião será sempre
forte quando marchar de
acordo com a Ciência,
porque estará ligada à
parte esclarecida da
população. (P. 77)
41. A Revue destaca a
médium Désirée Godu, que
passou no espaço de oito
anos por todas as fases
da mediunidade, até à
faculdade de cura. (P.
78)
42. O Espírito lhe
indica os remédios que
ela mesma prepara e
aplica, cuidando dos
feridos com a dedicação
de uma irmã de caridade.
Todas as quintas e
domingos, das 6 às 18h,
sua casa fica repleta de
enfermos, e pessoas
notáveis têm atestado
suas curas. (PP. 79 e
80)
43. Desejando que a
médium não se envaideça
com tais elogios, Kardec
lembra que o orgulho é o
escolho de grande
números de médiuns, e
muitos se perverteram ao
darem ouvidos a esse
demônio tentador. (P.
80)
44. A Revue relata os
fatos ocorridos na
padaria do Sr. Goubert,
em Dieppe, em que vários
objetos -- pedaços de
carvão, um cachimbo, uma
vela etc. -- saem de seu
lugar para serem
lançados na masseira.
(P. 82)
45. Dr. Vignal, tal como
ocorreu com o Conde
R..., foi evocado por
Kardec a 3-2-1860 e
informou que seu
Espírito se comunicava
com o corpo, adormecido
em Sully, através do
cordão fluídico. (P. 86)
46. O médico diz que,
desprendido do corpo,
podia ver objetos que na
obscuridade ele não via
em vigília. Conclusão: a
obscuridade não existe
para os Espíritos. (P.
86)
47. Kardec perguntou se
ele podia ver-se num
espelho. A resposta foi:
"Não", porque o espelho
reflete somente objetos
materiais. (P. 87)
48. Dr. Vignal confirmou
que o corpo não poderia
morrer, sem que ele o
suspeitasse. Antes do
golpe, sua alma estaria
a postos. (P. 87)
49. Comentando
informações do Dr.
Vignal, Kardec diz que o
Espírito de uma pessoa
que dorme sabe
perfeitamente o que se
passa ao seu redor: quem
pretendesse
aproveitar-se do sono,
para prejudicá-lo, seria
visto. (P. 88)
50. Dr. Vignal confirmou
que, como Espírito, ouve
perfeitamente e percebe
os odores; e se o corpo
tivesse fome, ele
partiria para satisfazer
a uma necessidade
irresistível. (PP. 88 e
89)
51. A Entidade explicou
que, ao voltar ao corpo,
não entra nela como num
quarto. Irradiando
incessantemente para
fora, pode-se dizer que
o Espírito está mais
freqüentemente fora do
que dentro. (P. 89)
52. Dr. Vignal disse que
as causas da loucura são
apenas uma alteração,
uma perversão dos
órgãos, que não mais
recebem as impressões de
maneira regular,
transmitindo sensações
falsas e gerando, por
isso mesmo, atos
diametralmente opostos
à vontade do Espírito.
(P. 90)